quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

LITURGIA EM MUTIRÃO III (11 - SACRAMENTO DA RECONCILIAÇÃO) - CNBB



FICHA 11:

SACRAMENTO DA RECONCILIAÇÃO

Frei Faustino Paludo, OFMCap

 Muitos se perguntam, hoje, pelo significado do sacramento da reconciliação no horizonte de uma sociedade onde a convivência harmônica e pacífica está se deteriorando face ao crescimento da violência, onde a vida e a dignidade das pessoas são ameaçadas.

Ora, o sacramento da Penitência está justamente enraizado na condição humana e na complexa realidade da convivência social.  As pessoas ao mesmo tempo que aspiram viver em paz, reconciliadas consigo e com os semelhantes, experimentam a amargura das tensões e dos conflitos. Sentem-se contrariadas frente às adversidades e às rupturas. Em meio às contradições e frustrações, a reação imediata é o isolamento. De fato, quem se dedica ao ministério da Reconciliação, constata que há “muita solidão”! Pessoas que desejam avidamente ser ouvidas em seus desabafos. Contudo, da experiência do sentir-se só e ferido, ecoa o grito pela busca de uma nova realidade, da mudança de vida. É preciso mudar! Ninguém, em sã consciência, consegue viver só e em meio a conflitos e transgressões por muito tempo. “Levantar-me-ei e irei ter com meu pai” (Lc 15,18)!

          O Sacramento da Penitência e da Reconciliação é a festa do reencontro e do amor misericordioso do Pai. É a celebração do perdão e da esperança. O pedido de perdão resgata o sentimento confiante e possibilita a abertura de novos horizontes de relações reconciliadas. O pedir perdão encerra um dinamismo humano muito maior que a simples oração interior, pois insere o ser humano na dinâmica da relação comunitária. “Pai pequei contra Deus e contra ti, já não mereço que me chamem teu filho” (cf Lc 15,21).

          Mas,  o  “pedir perdão” requer a disponibilidade de alguém que se faça “todo escuta”, isto é, acolha com benevolência, ouça atenciosamente, permitindo à pessoa abrir seu coração. Saber ouvir é atitude que brota da bem-aventurança da misericórdia e, do reconhecimento da grandeza da pessoa do outro, apesar de seus limites (cf Jo 8,10-11). Nesta hora, a interlocução (o diálogo) reveste-se de significativa importância. Quem pede perdão, também espera ouvir uma palavra reconciliadora, ou seja, uma palavra que lhe dê a certeza do perdão e da paz. O perdão faz brilhar os olhos e exultar o coração ante as palavras: “irmão (a) tu estás perdoado (a)! Tu és amado (a) por Deus e liberto (a) em Jesus Cristo pela força de seu Espírito. Vai e viva em paz com todos!”

          O sacramento da Reconciliação é a celebração do amor incondicional de Deus que se traduz em dom de perdão e de paz. No Sacramento da Penitência, os fiéis “obtêm da misericórdia divina o perdão da ofensa a Deus, e ao mesmo tempo são reconciliados com a Igreja que eles feriram pelo pecado e que colabora para sua conversão com a caridade, o exemplo e as orações” (RP. Introdução. 4). O importante é resgatar a comunhão com Deus e com a Igreja, olhando igualmente para a grande reconciliação com o universo, em vista da cultura de reconciliados (cf. Conclusões do Seminário sobre Reconciliação, publicado no Subsídio Deixai-vos Reconciliar, Estudos da CNBB 96, Brasília, Edições CNBB, 2008). 

    
Perguntas para reflexão pessoal ou em grupos:
1.         Como as pessoas reagem e convivem em meio à violência e aos conflitos sociais?
2.         Quando você percebe que machucou alguém, como você reage? O que você faz?
3.         Nos momentos difíceis de sua vida, o que você mais deseja? O que você busca? 
4.         Muita gente sente a necessidade de celebrar o sacramento.  Você sabe como, onde, quando  e com quem  celebrá-lo? 
 



Fonte: http://www.cnbb.org.br/site/component/docman/cat_view/236-liturgia-em-mutirao-iii

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