terça-feira, 28 de abril de 2015

Igreja já lançou o Ano da Misericórdia em Página Oficial

Vaticano lança página oficial do 
Jubileu da Misericórdia


VATICANO, 28 Abr. 15 / 12:06 pm (ACI).- A Santa Sé lançou a página do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, Iubilaeum Misericordiae, que servirá de referência para saber tudo sobre o Ano Santo que começará no final deste ano na solenidade da Imaculada Conceição, 8 de dezembro, e terminará na solenidade de Cristo Rei, em 20 de novembro de 2016.

Poderemos seguir as informações desta Página Web através da conta do Twitter; https://twitter.com/Jubileu_va, a través do Facebook no perfil Jubileu da Misericórdia https://www.facebook.com/IubilaeumMisericordiae.pt; e do Instagram, na conta https://instagram.com/jubileeofmercy/

Além disso, o Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, dirigido por Dom Rino Fisichella, colocará à disposição dos fiéis outros detalhes do Jubileu através da página Nova Evangelizatio (http://www.novaevangelizatio.va/content/nvev/it.html) e a rede de fotografia Flickr.

Em declarações ao grupo ACI, Dom Fisichella explicou que este Jubileu “nos dá a oportunidade de descobrir novamente a misericórdia de Deus, dá a possibilidade à Igreja de um anúncio novo do amor de Deus, um amor que perdoa e que não pode ser somente um anúncio, pois é a própria vida da Igreja”.

“Acredito que a misericórdia é o conteúdo do Pontificado do Papa Francisco. Desde o começo, em sua primeira homilia em Sant´Ana, o Santo Padre nos falou sobre a misericórdia. E acho que isso demonstra claramente o que esperamos da Igreja e da sua missão atual, para que sejamos testemunhas e pregadores da misericórdia”, acrescentou Dom Fisichella.

A Bula que convida ao Jubileu da Misericórdia, nomeada pelo Papa Francisco Misericordiae Vultus (o Rosto da Misericórdia), pode ser encontrada no site, acompanhada por uma imagem da Porta Santa que o Pontífice abrirá no começo do Ano Santo.

O Santo Padre “nos confiou o Jubileu porque deve ser um passo da Nova Evangelização. Seu Pontificado impulsiona os fiéis, as pessoas, e a Igreja inteira a conhecer a importância da Nova Evangelização”, afirmou o Arcebispo.

“O rosto da misericórdia significa que a misericórdia não é somente uma ideia, a misericórdia é uma pessoa, é o rosto de Cristo. Quando falamos de rostos falamos de quem somos nós, o rosto de nossas emoções e sentimentos. Por essa razão o rosto da misericórdia é Jesus Cristo”, concluiu.

A página Web do Jubileu da Misericórdia é: http://www.iubilaeummisericordiae.va/content/gdm/pt.html
Fonte: acidigital.com

Vaticano ajuda financeiramente o Nepal

Santa Sé envia 100 mil dólares para o Nepal

 

Cidade do Vaticano (RV) – A ajuda concreta do Papa aos desabrigados e desalojados pelo terremoto de magnitude 7,9 que assolou o Nepal no último sábado (25/04) e atingiu 8 milhões de pessoas, vai chegar ao país dos Himalaias por meio do Pontifício Conselho Cor Unum, diretamente à Igreja local: serão 100 mil de dólares para o socorro aos atingidos.
“A doação é uma primeira e imediata expressão concreta dos sentimentos espirituais de proximidade e encorajamento paterno do Papa às pessoas e aos territórios atingidos”, diz uma nota do Cor Unum. Conferências episcopais e organismos de caridade católicos já estão trabalhando intensamente nas obras de primeiros-socorros. (RB)

  Fonte: news.va/pt

domingo, 26 de abril de 2015

DIA A DIA COM A PALAVRA DE DEUS - 26/04/15

IV DOMINGO DA PÁSCOA 
(Branco, Glória, Creio – IV Semana do Saltério)
                                                                 26 de Abril de 2015

Antífona de entrada:

A terra está repleta do amor de Deus; por sua palavra foram feitos os céus, aleluia! (Sl 32,5s)

Oração do dia

Deus eterno e todo-poderoso, conduzi-nos à comunhão das alegrias celestes, para que o rebanho possa atingir, apesar de sua fraqueza, a fortaleza do Pastor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Leitura (Atos 4,8-12)

Leitura dos Atos dos Apóstolos.
8 Então Pedro, cheio do Espírito Santo, respondeu-lhes: “Chefes do povo e anciãos, ouvi-me:
9 se hoje somos interrogados a respeito do benefício feito a um enfermo, e em que nome foi ele curado,
10 ficai sabendo todos vós e todo o povo de Israel: foi em nome de Jesus Cristo Nazareno, que vós crucificastes, mas que Deus ressuscitou dos mortos. Por ele é que esse homem se acha são, em pé, diante de vós.
11 Esse Jesus, pedra que foi desprezada por vós, edificadores, tornou-se a pedra angular.
12 Em nenhum outro há salvação, porque debaixo do céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos”.
Palavra do Senhor.

Salmo responsorial 117/118

A pedra que os pedreiros rejeitaram 
tornou-se agora a pedra angular. 

Dai graças ao Senhor, porque ele é bom!
“Eterna é a sua misericórdia!”
É melhor buscar refúgio no Senhor
do que pôr no ser humano a esperança;
é melhor buscar refúgio no Senhor
do que contar com os poderosos deste mundo!

Dou-vos graças, ó Senhor, porque me ouvistes
e vos tornastes para mim o Salvador!
“A pedra que os pedreiros rejeitaram
tornou-se agora a pedra angular.
Pelo Senhor é que foi feito tudo isso:
que maravilhas ele fez a nossos olhos!

Bendito seja, em nome do Senhor,
aquele que em seus átrios vai entrando!
Vós sois meu Deus, eu vos bendigo e agradeço!
Vós sois meu Deus, eu vos exalto com louvores!
Dai graças ao Senhor, porque ele é bom!
“Eterna é a sua misericórdia!”

Leitura (1 João 3,1-2)

Leitura da primeira carta de são João.
3 1 Considerai com que amor nos amou o Pai, para que sejamos chamados filhos de Deus. E nós o somos de fato. Por isso, o mundo não nos conhece, porque não o conheceu.
2 Caríssimos, desde agora somos filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser. Sabemos que, quando isto se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porquanto o veremos como ele é.
Palavra do Senhor.

Evangelho (João 10,11-18)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu sou o bom pastor, conheço minhas ovelhas e elas me conhecem, assim fala o Senhor (Jo 10,14).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
10 11 Disse Jesus: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor expõe a sua vida pelas ovelhas.
12 O mercenário, porém, que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, quando vê que o lobo vem vindo, abandona as ovelhas e foge; o lobo rouba e dispersa as ovelhas.
13 O mercenário, porém, foge, porque é mercenário e não se importa com as ovelhas.
14 Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem a mim,
15 como meu Pai me conhece e eu conheço o Pai. Dou a minha vida pelas minhas ovelhas.
16 Tenho ainda outras ovelhas que não são deste aprisco. Preciso conduzi-las também, e ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só pastor.
17 O Pai me ama, porque dou a minha vida para a retomar.
18 Ninguém a tira de mim, mas eu a dou de mim mesmo e tenho o poder de a dar, como tenho o poder de a reassumir. Tal é a ordem que recebi de meu Pai”.
Palavra da Salvação.

Sobre as oferendas

Concedei, ó Deus, que sempre nos alegremos por estes mistérios pascais, para que nos renovem constantemente e sejam fonte de eterna alegria. Por Cristo, nosso Senhor.

Antífona da comunhão:

Ressuscitou o bom pastor, que deu a vida por suas ovelhas e quis morrer pelo rebanho, aleluia!

Depois da comunhão

Velai com solicitude, ó bom pastor, sobre o vosso rebanho e concedei que vivam nos prados eternos as ovelhas que remistes pelo sangue do vosso Filho Por Cristo, nosso Senhor. 
 

sexta-feira, 24 de abril de 2015

MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA O 52º DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES

MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO
PARA O 52º DIA MUNDIAL
DE ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES
(26 de Abril de 2015 - IV Domingo de Páscoa)

Tema: «O êxodo, experiência fundamental da vocação

Amados irmãos e irmãs!

O IV Domingo de Páscoa apresenta-nos o ícone do Bom Pastor, que conhece as suas ovelhas, chama-as, alimenta-as e condu-las. Há mais de 50 anos que, neste domingo, vivemos o Dia Mundial de Oração pelas Vocações. Este dia sempre nos lembra a importância de rezar para que o «dono da messe – como disse Jesus aos seus discípulos – mande trabalhadores para a sua messe» (Lc 10, 2). Jesus dá esta ordem no contexto dum envio missionário: além dos doze apóstolos, Ele chamou mais setenta e dois discípulos, enviando-os em missão dois a dois (cf. Lc 10,1-16). Com efeito, se a Igreja «é, por sua natureza, missionária» (Conc. Ecum. Vat. II., Decr. Ad gentes, 2), a vocação cristã só pode nascer dentro duma experiência de missão. Assim, ouvir e seguir a voz de Cristo Bom Pastor, deixando-se atrair e conduzir por Ele e consagrando-Lhe a própria vida, significa permitir que o Espírito Santo nos introduza neste dinamismo missionário, suscitando em nós o desejo e a coragem jubilosa de oferecer a nossa vida e gastá-la pela causa do Reino de Deus.

A oferta da própria vida nesta atitude missionária só é possível se formos capazes de sair de nós mesmos. Por isso, neste 52º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, gostaria de reflectir precisamente sobre um «êxodo» muito particular que é a vocação ou, melhor, a nossa resposta à vocação que Deus nos dá. Quando ouvimos a palavra «êxodo», ao nosso pensamento acodem imediatamente os inícios da maravilhosa história de amor entre Deus e o povo dos seus filhos, uma história que passa através dos dias dramáticos da escravidão no Egipto, a vocação de Moisés, a libertação e o caminho para a Terra Prometida. O segundo livro da Bíblia – o Êxodo – que narra esta história constitui uma parábola de toda a história da salvação e também da dinâmica fundamental da fé cristã. Na verdade, passar da escravidão do homem velho à vida nova em Cristo é a obra redentora que se realiza em nós por meio da fé (Ef 4, 22-24). Esta passagem é um real e verdadeiro «êxodo», é o caminho da alma cristã e da Igreja inteira, a orientação decisiva da existência para o Pai.

Na raiz de cada vocação cristã, há este movimento fundamental da experiência de fé: crer significa deixar-se a si mesmo, sair da comodidade e rigidez do próprio eu para centrar a nossa vida em Jesus Cristo; abandonar como Abraão a própria terra pondo-se confiadamente a caminho, sabendo que Deus indicará a estrada para a nova terra. Esta «saída» não deve ser entendida como um desprezo da própria vida, do próprio sentir, da própria humanidade; pelo contrário, quem se põe a caminho no seguimento de Cristo encontra a vida em abundância, colocando tudo de si à disposição de Deus e do seu Reino. Como diz Jesus, «todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou campos por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá por herança a vida eterna» (Mt 19, 29). Tudo isto tem a sua raiz mais profunda no amor. De facto, a vocação cristã é, antes de mais nada, uma chamada de amor que atrai e reenvia para além de si mesmo, descentraliza a pessoa, provoca um «êxodo permanente do eu fechado em si mesmo para a sua libertação no dom de si e, precisamente dessa forma, para o reencontro de si mesmo, mais ainda para a descoberta de Deus» (Bento XVI, Carta enc. Deus caritas est, 6).

A experiência do êxodo é paradigma da vida cristã, particularmente de quem abraça uma vocação de especial dedicação ao serviço do Evangelho. Consiste numa atitude sempre renovada de conversão e transformação, em permanecer sempre em caminho, em passar da morte à vida, como celebramos em toda a liturgia: é o dinamismo pascal. Fundamentalmente, desde a chamada de Abraão até à de Moisés, desde o caminho de Israel peregrino no deserto até à conversão pregada pelos profetas, até à viagem missionária de Jesus que culmina na sua morte e ressurreição, a vocação é sempre aquela acção de Deus que nos faz sair da nossa situação inicial, nos liberta de todas as formas de escravidão, nos arranca da rotina e da indiferença e nos projecta para a alegria da comunhão com Deus e com os irmãos. Por isso, responder à chamada de Deus é deixar que Ele nos faça sair da nossa falsa estabilidade para nos pormos a caminho rumo a Jesus Cristo, meta primeira e última da nossa vida e da nossa felicidade.

Esta dinâmica do êxodo diz respeito não só à pessoa chamada, mas também à actividade missionária e evangelizadora da Igreja inteira. Esta é verdadeiramente fiel ao seu Mestre na medida em que é uma Igreja «em saída», não preocupada consigo mesma, com as suas próprias estruturas e conquistas, mas sim capaz de ir, de se mover, de encontrar os filhos de Deus na sua situação real e compadecer-se das suas feridas. Deus sai de Si mesmo numa dinâmica trinitária de amor, dá-Se conta da miséria do seu povo e intervém para o libertar (Ex 3, 7). A este modo de ser e de agir, é chamada também a Igreja: a Igreja que evangeliza sai ao encontro do homem, anuncia a palavra libertadora do Evangelho, cuida as feridas das almas e dos corpos com a graça de Deus, levanta os pobres e os necessitados.

Amados irmãos e irmãs, este êxodo libertador rumo a Cristo e aos irmãos constitui também o caminho para a plena compreensão do homem e para o crescimento humano e social na história. Ouvir e receber a chamada do Senhor não é uma questão privada e intimista que se possa confundir com a emoção do momento; é um compromisso concreto, real e total que abraça a nossa existência e a põe ao serviço da construção do Reino de Deus na terra. Por isso, a vocação cristã, radicada na contemplação do coração do Pai, impele simultaneamente para o compromisso solidário a favor da libertação dos irmãos, sobretudo dos mais pobres. O discípulo de Jesus tem o coração aberto ao seu horizonte sem fim, e a sua intimidade com o Senhor nunca é uma fuga da vida e do mundo, mas, pelo contrário, «reveste essencialmente a forma de comunhão missionária» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 23).

Esta dinâmica de êxodo rumo a Deus e ao homem enche a vida de alegria e significado. Gostaria de o dizer sobretudo aos mais jovens que, inclusive pela sua idade e a visão do futuro que se abre diante dos seus olhos, sabem ser disponíveis e generosos. Às vezes, as incógnitas e preocupações pelo futuro e a incerteza que afecta o dia-a-dia encerram o risco de paralisar estes seus impulsos, refrear os seus sonhos, a ponto de pensar que não vale a pena comprometer-se e que o Deus da fé cristã limita a sua liberdade. Ao invés, queridos jovens, não haja em vós o medo de sair de vós mesmos e de vos pôr a caminho! O Evangelho é a Palavra que liberta, transforma e torna mais bela a nossa vida. Como é bom deixar-se surpreender pela chamada de Deus, acolher a sua Palavra, pôr os passos da vossa vida nas pegadas de Jesus, na adoração do mistério divino e na generosa dedicação aos outros! A vossa vida tornar-se-á cada dia mais rica e feliz.

A Virgem Maria, modelo de toda a vocação, não teve medo de pronunciar o seu «fiat» à chamada do Senhor. Ela acompanha-nos e guia-nos. Com a generosa coragem da fé, Maria cantou a alegria de sair de Si mesma e confiar a Deus os seus planos de vida. A Ela nos dirigimos pedindo para estarmos plenamente disponíveis ao desígnio que Deus tem para cada um de nós; para crescer em nós o desejo de sair e caminhar, com solicitude, ao encontro dos outros (cf. Lc 1, 39). A Virgem Mãe nos proteja e interceda por todos nós.

Vaticano, 29 de Março – Domingo de Ramos – de 2015.


Franciscus PP.

Homilia do 4o. Domingo da Páscoa - Domingo do Bom Pastor (Ano B/2015)

Homilética: quarto domingo de Páscoa, Domingo do Bom Pastor

Comentário sobre a liturgia do Pe. Antonio Rivero, L.C., Doutor em Teologia Espiritual, professor e diretor espiritual no seminário diocesano Maria Mater Ecclesiae de são Paulo (Brasil)


Textos: Atos 4, 8-12; 1 Jo 3, 1-2; Jo 10, 11-18
Ideia principal: Jesus é o nosso Pastor.
Síntese da mensagem: Diante da iminente beatificação do Monsenhor Óscar Romero, resumo a mensagem deste domingo com as suas palavras a uns meses de ser assassinado celebrando a santa missa: “Como pastor desta comunidade, estou obrigado a dar a vida pelos que amo, que são todos os salvadorenhos, inclusive por aqueles que vão me assassinar. Se chegarem a cumprir as ameaças de morte, desde agora ofereço a Deus o meu sangue pela redenção e pela ressurreição de El Salvador”.

Pontos da ideia principal:
Em primeiro lugar, quando Jesus se define como o Bom Pastor está dizendo o que Homero dizia de Agamenon e Xenofonte de Ciro:“Eu sou o condutor dos homens, o dirigente das nações, o salvador do mundo”. E quando Jesus acrescenta que todos os demais pastores são uns “assalariados” está dizendo que existem muitos por ai que se dizem pastores, guia de povos e nações, dirigentes de comunidades, tanto políticos como religiosos, e na verdade são uns carreiristas, interesseiros e buscadores de dinheiro, da vaidade e de poder. Agora entendemos melhor algumas duras expressões do papa Francisco quando recorda com bastante frequência ao clero para não sermos mundanos, não buscar honras, nem prestígios. E quando termina Jesus com que, esses tais assalariados, só verem o lobo chegar, deixam as ovelhas e fogem, está dando uma bem dada contra os chefes políticos e religiosos da sua terra, do seu tempo, de todas as terras e tempos da história. Basta ver o panorama mundial: quem se enfrenta com o lobo do relativismo e do consumismo, à hiena da malversação de fundos e corrupção, a raposa da ideologia de gênero e da manipulação genética. Quem se enfrenta com esses governantes sem escrúpulos que prometem até mesmo o impossível, e depois saem com a deles e ficam bem sentadinhos na poltrona, e não cumprem nada do que prometeram!

Em segundo lugar, Cristo sim é o Bom Pastor, o único Pastor autêntico, o único dirigente honesto e de princípios, exemplo para todos os que têm uma missão de pastorear na Igreja, na sociedade e nas comunidades. A todos os dirigentes de ontem de hoje e de amanhã Cristo Pastor está dizendo varias coisas: que vivam para o seu rebanho e não do seu rebanho; que cuidem o seu rebanho e não só a sua parcela familiar e os seus fãs de amigos; que defendam o seu rebanho de todo tipo de lobos ideológicos; que estejam dispostos a dar a vida pelo seu rebanho; se fosse necessário, dando trabalho, saúde, educação para todos, e evitando nas suas vidas a opulência e o esbanjo, os lucros desorbitados, os salários escandalosos de funcionários e parlamentários centrais e autonômicos, os chalés de luxo, as vidas de sultão... Cristo, único Pastor grita para eles que têm que servir e não querer ser servidos. 

Finalmente, Cristo Pastor também tem palavras sérias para quem temos uma missão na Igreja como bispos, sacerdotes e diáconos. Que não sejamos funcionários, tipo secretárias que dizem “melhor volte amanhã, hoje não é possível o atendimento”. Que não sejamos burocratas das contas e das montanhas de papéis, administrador mecânico da palavra de Deus e dos sacramentos rotineiros e sempre do “depois, depois, depois”, carreirista e ansioso de subir na vida com muitas regalias, como quem fez carreira eclesiástica e às vezes uma baita duma carreira bem longa e bem rápida. Que conheçamos, amemos, alimentemos, defendamos e demos a vida pelas nossas ovelhas, que não são nossas, que são de Cristo. Que sejamos autênticos sacerdotes pastores, e não sacerdotes secularizados que entendem mais de cinema e esportes do que de Deus, que encabeçam reuniões e greves, mas não se ajoelham nem estudam nem ensinam as suas ovelhas a rezar. Que sejamos pastores cuja autoridade vem até nós desde Cristo para fazer crescer as ovelhas e levá-las até Ele, e não fustigarmos assim as ovelhas com o chicote do autoritarismo. A nossa autoridade é de serviço e não de mando.     

Para refletir: Reflitamos neste poema-soneto de Lope de Vega:

Pastor que com teus assobios amorosos
Despertaste-me do profundo sono,
Tu que fizeste cajado desse lenho,
No qual tendes os braços poderosos,
Volve os olhos a minha fé piedosos,
Pois confesso por meu amor e dono,
E a palavra de te seguir empenho,
Os teus doces assobios e os teus pés formosos.
Ouve, Pastor, pois por amores morres,
Não te espante o rigor dos meus pecados,
Pois Tu tão amigo de rendidos és.
Espera, pois, e escuta os meus cuidados,
Mas, como te digo que me esperes,
Se Tu estás para esperar os pés pregados?

Para rezar: Senhor Jesus, Pastor, revesti o meu coração das virtudes que adornaram a vossa vida de pastor: mansidão, bondade, ternura, desprendimento, sacrifício, fortaleza, firmeza para poder levar o vosso rebanho até o céu.

Qualquer sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail: arivero@legionaries.org

Fonte: www.zenit.org/pt