terça-feira, 11 de dezembro de 2012

LITURGIA EM MUTIRÃO III (10 - SACRAMENTO DA CONVERSÃO) - CNBB



FICHA 10:
SACRAMENTO DA CONVERSÃO

Frei Faustino Paludo, OFMCap

A reconciliação é uma meta. As pessoas buscam incansavelmente a paz.  Mas, para alcançá-la, é necessário um penoso caminho de conversão, de mudanças e de transformações. A verdadeira reconciliação começa no coração de cada pessoa. Isto é, o convite à conversão exige uma mudança de rumo. Contudo, o processo de mudança não afeta exclusivamente o indivíduo, mas tende a expandir-se aos demais – à comunidade e à sociedade. 

No processo de conversão atuam diversos fatores: a) a consciência que quer dar um fim ao que está errado ou ao que desvia do rumo certo; b) a necessidade de se corrigir e reorganizar a vida em vista de um novo sentido e de uma nova prática; c) o pressuposto de que Deus está na origem da vida do ser humano e de que o amor misericordioso de Deus é quem dá sentido à existência humana. Converter-se é voltar o coração para Deus (cf Lc 15). É deixar-se reconciliar por Ele (2Cor 5,20) É inserir-se na dinâmica da Aliança. É participar do amor de Deus e ser testemunha da santidade de Deus na comunidade eclesial e no meio em que vive.  Converter-se significa abandonar a antiga situação e abrir-se para a nova  realidade de vida.

Já no Antigo Testamento Vemos o próprio Deus – por intermédio de seus profetas e mensageiros – convidando o povo à conversão (Sl 4,3; Sl 94,8; Is 44,22; Jr 18,11; Os 6,1). A conversão significa retorno ao Senhor, e, consequentemente, a renúncia ao mal, mudando o próprio modo de viver. O Salmo 51/50 oferece uma síntese da conversão e da misericórdia de Deus. A conversão se traduz em inúmeras práticas penitenciais. 

A pregação de Jesus está centralizada no anúncio da conversão (metanóia), da penitência, como única via de ingresso e participação no reino de Deus e como única via de salvação. Não é por acaso que Jesus inicia seu ministério público convidando ao arrependimento: “Convertei-vos porque o reino de Deus chegou” (Mt 4,17; Mc 1,15).  É um apelo que reflete a necessidade de colocar-se na dinâmica de quem acolhe a boa nova de salvação. A conversão é o movimento que, por um lado, significa abandonar o “velho homem” e, por outro, revestir-se do “novo” (Rm 6,6; Cl 3,9-10). Converter-se é tornar-se novo na opção de vida pela verdade e a autenticidade. Mais do que uma ação isolada, a mudança sugere a imagem “do caminho”. Isto é, algo dinâmico, que precisa ser feito, construído segundo os critérios apontados pela Palavra de Deus.  “O caminho se faz caminhando”

Notemos que a conversão é dom e graça de Deus. Mas também requer exercício e empenho no sentido de responder fielmente às exigências do Espírito e à identificação com Jesus Cristo, para o louvor e a gloria de Deus Pai.  Neste prisma, o sacramento da Penitência celebra o encontro do filho pecador com o amor misericordioso do Pai. Encontro que renova a vida batismal ferida pelo pecado. Encontro que faz crescer no seguimento de Cristo e do seu Espírito. A conversão sincera é o pressuposto necessário para uma autêntica celebração do sacramento da Penitência.
 


Perguntas para reflexão pessoal ou em grupos:

1.              A reconciliação é uma meta a ser alcançada. O que fazer para atingi-la?
2.              O que exige uma verdadeira conversão?
3.              Qual é o pressuposto básico da celebração da Penitência?
4.              Vamos rezar o Salmo 51(51) com os passos da leitura orante?


Fonte: http://www.cnbb.org.br/site/component/docman/cat_view/236-liturgia-em-mutirao-iii

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