sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Intenções do Santo Padre – Novembro





Intenção Geral
A TRADIÇÃO DAS IGREJAS ORIENTAIS, RIQUEZA PARA TODA A IGREJA

Pelas Igrejas Católicas Orientais, para que a sua venerável tradição seja conhecida e estimada enquanto riqueza espiritual para toda a Igreja. 

Muitos católicos, mesmo os que são cultos, não têm ideia do que são as Igrejas Católicas Orientais. Ignoram, por isso, uma série de pormenores sobre estas Igrejas. Esta ignorância deve-se, pelo menos em parte, a que a imensa maioria dos católicos pertencem à Igreja Latina.

Especificidades destas Igrejas

Vamos, por isso, mencionar alguns desses pormenores referentes a essas Igrejas, em ordem a que haja em relação a elas um maior apreço, como pedimos na Intenção Geral deste mês.
A maioria dos católicos duvida se essas Igrejas obedecem ao Papa, não sabendo que há patriarcas em comunhão com Roma, como o Maronita e o Caldeu. Surpreendem-se ainda mais ao saber que nessas Igrejas há sacerdotes casados, com a aprovação do Papa, e que estas Igrejas são muito autónomas no seu governo. As suas celebrações litúrgicas são muito diferentes do rito latino; têm um calendário litúrgico distinto, com os seus próprios santos, festas, jejuns especiais, etc.
Algumas delas, como a Maronita e a Ítalo-Albanesa, nunca romperam com Roma; outras, por exemplo as Malabares, reconheceram Roma logo que tiveram oportunidade. Mas a maioria destas Igrejas separou-se das Igrejas Ortodoxas depois do Concílio de Trento, no século XVI, para estar em comunhão com a Igreja universal.

Importância das Igrejas Orientais

A importância destas Igrejas é muito grande, não só pelas tradições que conservam, as quais remontam ao tempo dos Santos Padres, mas também porque podem ajudar os católicos a compreender o que são as Igrejas Ortodoxas.
Sobre esta importância, declarou o Concílio Vaticano II no «Decreto sobre as Igrejas Orientais»: «A Igreja católica aprecia as instituições, os ritos litúrgicos, as tradições eclesiásticas e a disciplina cristã das Igrejas Orientais. Com efeito, ilustres pela sua veneranda antiguidade, nelas brilha aquela tradição que vem dos apóstolos, através dos Santos Padres e que constitui parte do património divinamente revelado e indiviso da Igreja universal».
E acrescenta ainda o mesmo Vaticano II: «A história, as tradições e muitas instituições eclesiásticas, atestam claramente quanto mereceram as Igrejas Orientais em relação à Igreja universal. Por isso, o Sagrado Concílio não só honra este património eclesiástico e espiritual […] mas também o considera firmemente como património da Igreja de Cristo».
Ainda sobre esta importância afirmou o Papa actual, em Junho de 2007: «São as Igrejas Orientais que conservam, de modo especial, o eco do primeiro anúncio evangélico; as memórias mais antigas dos milagres realizados por Cristo; os primeiros reflexos da luz pascal e o resplendor do fogo nunca apagado do Pentecostes. O seu património espiritual, enraizado no ensino dos apóstolos e dos Santos Padres, deu origem a veneráveis tradições litúrgicas, teológicas e disciplinares, mostrando a capacidade do “pensamento de Cristo” de fecundar as culturas e a história».
Acrescenta ainda o Papa, na mesma ocasião: «Olho com estima e afecto as Igrejas Orientais. Já nos une um vínculo muito estreito. Temos quase tudo em comum e temos, sobretudo, o desejo sincero de alcançar a unidade. Do fundo do nosso coração eleva-se o desejo de que esse anelo chegue a realizar-se plenamente». 

A realidade actual 


Apesar desta importância, o conjunto destas Igrejas forma uma pequena minoria em comparação com a Igreja Católica Latina e, como todas as minorias, só depois de muitos séculos é que os seus direitos foram plenamente reconhecidos. A «Carta Magna» dos seus direitos só lhes foi dada pelo Papa Leão XIII, em 1894, por meio do DecretoOrientalium dignitas.
Mas, como disse o Patriarca Católico Oriental, o Melkita Maximus IV, no tempo do Vaticano II, serão necessários ainda mais cem anos para que os católicos tomem plena cons-ciência destas Igrejas. As diligências do Papa actual procuram encurtar estes anos. A demonstrá-lo, tem afirmado em várias ocasiões a sua estima pelas Igrejas Orientais. Por exemplo, em Junho de 2007, exprimiu esta estima «pelo papel de testemunhas vivas das origens, pois sem a sua constante relação com a tradição das origens, a Igreja Católica não tem futuro». A Igreja universal encontra no património das origens a capacidade de falar também ao homem moderno de modo unânime e consciente. As palavras do Ocidente necessitam das palavras do Oriente, para que a Palavra de Deus manifeste cada vez melhor as suas insondáveis riquezas.
Rezemos para que a rica tradição das Igrejas Orientais seja cada vez mais conhecida e estimada, como aquela que representa uma grande riqueza para toda a Igreja santa de Deus.

Intenção Missionária
A ÁFRICA AO ENCONTRO DE CRISTO

Para que o continente africano encontre em Cristo a força de realizar o caminho de reconciliação e justiça indicado pelo segundo Sínodo dos Bispos de África.

Segundo Sínodo dos Bispos para África realizou-se em Roma, em Outubro de 2009, 15 anos depois do primeiro, de 1994. Nessa altura, punha-se a pergunta de se não seria cedo para ser convocado um segundo Sínodo. Entre as razões em favor foram as guerras fratricidas que ensanguentaram uma grande parte de África, antes e depois de 2000.
De facto, conflitos armados, o sincretismo religioso, a instabilidade política… caracterizam o fim do segundo milénio e o começo do terceiro em África. A falta de paz generalizada mostrou que ainda se está longe de viver como filhos reconciliados. Com efeito, o contexto socioeconómico e político do Continente africano continua marcado, em grande parte, por lutas sangrentas entre grupos étnicos e povos irmãos.
Esta situação, verdadeiramente trágica, interpela os cristãos de um modo muito especial. Se em Jesus Cristo todos formamos parte da mesma família e partilhamos a mesma vida que nos transforma em filhos de Deus, não deveriam existir mais ódios, injustiças e guerras entre irmãos.
É, pois, necessária urgentemente a reconciliação. Para os cristãos, esta reconciliação radica no amor misericordioso de Deus Pai e realiza-se através de Jesus Cristo, que no Espírito Santo ofereceu a todos a graça da reconciliação.
Para levar a cabo esta missão de reconciliação, a Igreja deve ser uma comunidade de pessoas reconciliadas com Deus e entre elas. Só assim pode anunciar a Boa Nova desta reconciliação no contexto actual.
É urgente que as comunidades cristãs sejam lugares de escuta profunda da Palavra de Deus. Por meio da leitura meditativa e comunitária da Sagrada Escritura na Igreja, o cristão encontrará Cristo ressuscitado que lhe fala e lhe devolve a esperança em plenitude que Ele oferece ao mundo.


António Coelho, s.j.


Fonte: www.apostoladodaoracao.pt

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