segunda-feira, 2 de março de 2009

Formação Básica de Liturgia

I – A Espiritualidade do Ano Litúrgico[1]
1. O que é o Ano Litúrgico (AL)?
R = O AL é a celebração da vida de Jesus Cristo ao longo de um ano. Durante o decorrer de um ano, os cristãos revivem os momentos mais importantes da vida de Nosso Senhor Jesus Cristo: seu Nascimento, sua Morte, Ressurreição, Ascensão e o Envio do Espírito Santo...
O Ponto alto ou principal do AL é a Páscoa (Ex 12,1-15,21; Mt 26,17-19; Lc 22,14-18), pois nela celebramos a Ressurreição de Nosso Senhor, sua vitória sobre a morte e a garantia de que todos nós ressuscitaremos com Ele (1Cor 15,1-58: especialmente os versículos 12-20).
2. Como se divide o Ano Litúrgico?
R = O AL se divide em etapas em etapas, e por meio delas vamos crescendo e somos introduzidos no coração do Projeto de Deus.
Há duas formas de se perceber como se organiza o AL.
2.1. A primeira é por meio de ciclos. Ciclo é um “período em que ocorrem fatos históricos importantes a partir de um acontecimento, seguindo uma determinada evolução”. Por exemplo, ciclo do café, da borracha, da cana-de-açúcar, etc. O primeiro fato histórico na vida de nosso Salvador é seu nascimento, o Natal. Portanto, o Ciclo do Natal. O fato mais importante está cercado de outros acontecimentos que o antecedem e o seguem. Dessa forma, o Ciclo do Natal está composto da seguinte forma: Advento, Natal (com Oitava), Sagrada Família, Festa da Mãe de Deus, Epifania ou Manifestação do Senhor e Batismo do Senhor.
O segundo fato histórico importante é a Páscoa. Temos, portanto, o Ciclo da Páscoa, assim formado: Quaresma, Semana Santa, Tríduo Pascal, Páscoa (com Oitava), Domingos da Páscoa (Ascensão), Pentecostes.
Temos, ainda, o período mais longo do ano, com 34 Domingos, chamado de Tempo Comum.
2.2. Outro modo de perceber a organização do AL é por tempos. Tempo do Advento (4 Domingos antes do Natal), Tempo do Natal (até o Batismo do Senhor), Tempo da Quaresma (5 Domingos mais a Semana Santa), Tempo Pascal (da Páscoa até Pentecostes) e Tempo Comum – também TC – (34 semanas, assim distribuídos: da Festa do Batismo do Senhor até o início da Quaresma; de Pentecostes até a Festa de Cristo Rei no último Domingo do ano).
3. Quando começa e termina o AL?
R = O AL não segue o calendário civil ou comum. Começa antes e, portanto, termina antes. Sendo a celebração da vida de Jesus Cristo ao longo de um ano, é lógico começar pela preparação ao seu nascimento. Por isso, o 1º. Domingo do Advento marca o início do AL. E, conseqüentemente, a última semana do Tempo Comum é também a última semana do AL. No 34º. Domingo do TC celebra-se, todos os anos, a solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. É a coroa do AL, que parte da Encarnação e termina na Glorificação.
4. O que significa cada Tempo e quais são as cores litúrgicas de cada Tempo Litúrgico?
R = Cada Tempo possui um significado e também possui uma cor que identifica este Tempo Litúrgico.
+ A palavra Advento vem do verbo advir e significa o tempo em que se prepara a vinda de Nosso Senhor no Natal. Por isso, durante 4 Domingos nos preparamos com alegria em um tempo de penitência, recolhimento e oração para recebermos o Salvador que vai nascer. Os personagens fortes deste tempo são: o Profeta Isaías, João Batista, São José e Maria, a Mãe de Jesus. A cor deste tempo é o lilás ou roxo, mas no 3º. Domingo do Advento – chamado Domingo da Alegria, pode-se usar o róseo. Neste Tempo não se canta o Glória. Este tempo se inicia após o 34º. Domingo do TC ou Festa do Cristo Rei do Universo, que cai geralmente no último Domingo de novembro ou primeiro Domingo de dezembro. Termina na véspera do Natal, na tarde do dia 24 de dezembro.
+ O Tempo do Natal é marcado pela Festa do Nascimento de Jesus. “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14). Deus vem morar em nosso meio, viver como nós, sentir o que sentimos até os sofrimentos e a morte física. É o Tempo em que o Salvador entra na história para, por meio de seu próprio testemunho de Amor – de vida doada a Deus Pai, na unidade do Espírito Santo, a serviço dos irmãos, – salvar-nos e mostrar-nos como devemos viver conforme à Vontade de Deus.
É tempo de festa, por isso devemos cantar o Glória e o Aleluia para louvar e agradecer por seu amor solidário para conosco. A cor deste Tempo é o branco, cor das festas. Este Tempo começa no dia 24 de dezembro à noite e vai até a Festa do Batismo do Senhor, depois do Domingo da Epifania.
O Tempo da Quaresma é o tempo do “jejum, da esmola e da oração”. A palavra Quaresma vem do número 40 (quarenta), e nos faz lembrar, entre outros fatos: os 40 anos em que o Povo de Israel passou como escravo no Egito; os 40 dias que Moisés passou na montanha; os 40 dias que Jesus passou em jejum no deserto... A Quaresma é um Tempo de preparação para a Páscoa, assim como o Advento é preparação para o Natal. É um Tempo de penitência, recolhimento e oração em que caminhamos para a Ressurreição do Senhor e nossa. Neste Tempo de conversão não se canta o Glória e nem o Aleluia. A cor deste tempo é o roxo ou lilás. No Brasil, durante este tempo quaresmal se realiza a Campanha da Fraternidade (CF), organizada pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), em que se debate na Igreja e também na sociedade um tema de interesse social, isto é, de interesse de todos nós. A Quaresma se inicia na Quarta-Feira de Cinzas e vai até a quarta-feira da Semana Santa, às portas do Tríduo Pascal.
+ A palavra Páscoa vem do hebraico e significa passagem. Ainda hoje é a festa mais importante do povo judeu, e é o eixo central da fé cristã. Sem ela não existe o AL. A Páscoa Cristã nasceu da páscoa judaica, que tem suas raízes numa festa ligada aos pastores. Os pastores, na Antigüidade não possuíam terras, somente rebanhos. Páscoa para eles era a passagem de uma pastagem à outra com suas cabras ou ovelhas. Nesta ocasião, imolavam cordeiros à divindade, ungindo com sangue as estacas das tendas, para afastar o mau olhado e os espíritos maus que tornavam o rebanho estéril.
Os hebreus adotaram essa festa antiga e a transformaram na grande festa da independência, ou seja, começaram a comemorar neste dia a saída da escravidão do Egito, atravessando o Mar Vermelho à pé enxuto, rumo à terra da liberdade e da vida. Páscoa é, portanto, passagem da escravidão à liberdade, da morte à vida. O Livro do Êxodo, capítulo12, narra como os hebreus celebravam esse acontecimento. Jesus também celebrou a páscoa judaica, segundo os evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas). E celebrando a páscoa judaica, inaugurou a própria Páscoa, sua passagem deste mundo o para o Pai. Isso é celebrado de modo intenso na Semana Santa e Domingo de Páscoa com sua Oitava. Mas é celebrado igualmente em todas as Missas, especialmente aos Domingos, que é Dia do Senhor.
A morte de cada pessoa é sua páscoa, a passagem deste mundo para o Pai.
O Tempo da Páscoa é então o tempo da festa da vida sobre a morte, da vitória da luz sobre as trevas. Cristo Ressuscitado é a Luz que ilumina toda a humanidade. Ele é o Farol que dá sentido as nossas vidas.
A cor deste Tempo é o branco, cor das festas. Este Tempo começa na Quinta-Feira Santa com o Tríduo Pascal e vai até o sábado, véspera do Domingo de Pentecostes.

II – A Espiritualidade da Celebração Eucarística
1. O que é a Celebração Eucarística, Eucaristia ou Missa?
R = Os primeiros cristãos chamavam a Missa de Ceia do Senhor ou Fração do Pão. Nós preferimos chamá-la de Eucaristia que significa Ação de Graças. É a celebração da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor Jesus, a sua Páscoa e a nossa. A Palavra Missa vem da frase latina Ide missa est! – que era sempre dita no final de cada Eucaristia – e significa Ide, a missão começou!
2. Quantas partes têm? Qual a relação entre elas?
R = A Missa tem quatro partes, sendo que duas delas são as principais, enquanto as outras duas servem de introdução e conclusão da Celebração. As duas partes principais são a Liturgia da palavra e a Liturgia Eucarística. Elas são representadas por duas mesas: Mesa da Palavra (ambão) e Mesa da Eucaristia (Altar Eucarístico), nas quais nos alimentamos. Enquanto a Palavra escutada ilumina a nossa vida, a Ceia Eucarística é a grande proclamação da Palavra de Deus. É o nosso muito obrigado a Deus por todas as maravilhas que Ele nos dá.
3. A explicação de cada parte: A) Ritos Iniciais; B) Liturgia da Palavra; C) Liturgia Eucarística e D) Ritos Finais.
R = A) Os Ritos Iniciais são uma introdução ao Mistério Eucarístico (ou Celebração da Palavra) que vamos celebrar. Nele, temos os seguintes momentos: um breve comentário, para situar a assembléia daquilo que vamos celebrar; o canto de entrada, que visa criar um clima de festa, de alegria, de família, de fraternidade, de comunhão com Deus e entre as pessoas; o Sinal da Cruz, o sinal do cristão, que marcamos em nós para nos consagrar a Trindade Santa; a saudação inicial, feita pelo presidente da celebração, geralmente tirada das cartas do Novo Testamento; o Ato Penitencial, confissão de nossas faltas e reconhecimento da Misericórdia de Deus; o Hino de Louvor, conhecido como Glória, e reza-se ou canta-se geralmente nos Domingos ou solenidades, é um hino de louvor a Jesus Cristo, que por amor deu sua vida por nós; e por fim, a Oração da Coleta, a primeira das três orações “presidenciais”, reservada a quem preside, que reza em nome da assembléia. Chama-se “coleta” porque visa reunir todos os pedidos e sentimentos da comunidade celebrante. O Amém da assembléia significa que ela está de acordo, que acredita, que confia no que foi dito.
B) A Liturgia da Palavra é o momento em que Deus nos fala por meio de sua Palavra. É o momento de ficarmos sentados para que escutemos atentamente a Palavra de Deus para depois respondermos a Deus inspirados em suas próprias palavras. Em tempos festivos, pode-se fazer a entrada da Bíblia. Nesta, temos os seguintes momentos: a 1ª. Leitura, geralmente do Antigo Testamento. Tem quase sempre relação direta com o Evangelho do dia. No final de cada leitura se diz “Palavra do Senhor!” e a assembléia responde: “Graças a Deus!”. O Salmo responsorial (às vezes outro hino da Bíblia) é a resposta da assembléia a Deus. Deve ser sempre cantado todo ou pelo menos o refrão. Nunca deve ser substituído por outro canto qualquer. A 2ª. Leitura, que se lê aos Domingos ou solenidades, é sempre do Novo Testamento. Nem sempre combina com a 1ª. Leitura e com o Evangelho. No projeto inicial, a 2ª. Leitura pretende iluminar a prática pastoral das comunidades. A aclamação ao Evangelho é o momento em que a comunidade acolhe a Palavra por excelência, o próprio Jesus que nos fala. Com o canto, manifestamos a alegria de tê-lo entre nós, dialogando conosco. O canto é alegre e vibrante: Aleluia! (exceto na Quaresma). A proclamação do Evangelho é o ponto alto da Liturgia da Palavra. Marcamos com uma cruz (persignação) a testa (a mente), a boca (palavras) e o peito (sentimentos), para expressar o desejo de que a Palavra nos guie em tudo o que pensamos, falamos e fazemos. A proclamação termina sempre com “Palavra da Salvação!” e a assembléia reponde: “Glória a vós, Senhor!”. A Homilia é a ponte entre a Liturgia da Palavra e a Liturgia Eucarística. O presidente da celebração ou outra pessoa preparada para isso se dirige à assembléia orante, explicando o sentido das leituras e ajudando a comunidade a aprofundar a Palavra de Deus à luz da realidade. A Profissão de Fé ou Credo, depois que a homilia nos abriu os olhos e aqueceu-nos o coração, de pé, enquanto assembléia orante, professamos a nossa fé rezando o Creio. É uma espécie de assinatura da comunidade que celebra, selando seu compromisso com Deus que fala. O Creio é rezado todos os Domingos e solenidades. A oração da assembléia é a oração da comunidade, a partir de sua vivência da fé, de suas necessidades comunitárias.
C) A Liturgia Eucarística é o grande momento de Ação de Graças da Missa, em que louvamos e agradecemos a Deus pelos bens realizados em nosso favor, especialmente a nossa Salvação pela doação total da vida de Jesus Cristo em seu infinito amor. O grande referencial é o Altar do sacrifício que representa o próprio Cristo, doado a Deus por nós. Juntamente com a oferta de Jesus, somos convidados a doar-nos a nossa vida em favor e a serviço da Igreja-Comunidade, continuadora da missão de Jesus Cristo. Nesta Parte da celebração, temos a Apresentação das Oferendas, em que muitas comunidades realizam também a procissão dos dons a serem oferecidos, o pão e o vinho, e símbolos da vida da comunidade. Enquanto se canta, as pessoas fazem o ofertório ou a doação espontânea de dinheiro ou bens materiais, para suprir as necessidades da comunidade. Antes de apresentar o vinho, mistura-se nele um pouco de água. Esse gesto lembra o que Jesus fez no fim da Última Ceia: ele pegou uma taça em que havia vinho misturado com água. O vinho era misturado com água para que os participantes ficassem sóbrios. Durante o canto, o bispo ou padre apresenta ao Pai do Céu as ofertas do pão e do vinho, frutos da terra e do trabalho humano, para que essas ofertas sejam transformadas em Pão da Vida (Corpo de Cristo) e Vinho da Salvação (Sangue de Cristo). Na seqüência, o padre lava as mãos em sinal de purificação dos seus pecados. O Orai, irmãos..., que vem depois do canto, é um convite do presidente da celebração para que a assembléia se uma numa só oração a fim de que Deus aceite o sacrifício oferecido. De pé, os fiéis expressam o desejo de que Deus aceite o sacrifício pelas mãos de quem preside. A oração sobre as oferendas é a segunda oração presidencial da Missa. Em nome da assembléia que celebra, o presidente pede a Deus que aceite as ofertas do povo. A comunidade consente com o Amém. A Oração Eucarística é o centro de toda celebração. A assembléia está de pé (e costuma se ajoelhar na consagração), participando com respeito nas aclamações da comunidade (que podem ser cantadas). É o grande momento de Ação de Graças a Deus da assembléia juntamente com o presidente da celebração. Depois temos o Pai Nosso, a oração que Jesus ensinou aos Apóstolos, que nos educa a sermos uma família única, com um único Pai. O abraço da paz vem depois da oração pela paz e é o momento em que a comunidade se confraterniza fraternalmente com o abraço da paz. É excelente momento de fazer as pazes com alguém. Pode ser mudada de local na celebração ou ser deixada para o final da mesma. A Comunhão é o momento da distribuição do Cristo Eucarístico, o nosso alimento e remédio espiritual. Somente quem ama se sente muito por Deus e o ama muito é que começa a compreender o sentido inesgotável da união entre Deus e as pessoas na Eucaristia. Por isso nos aproximamos da Eucaristia alegres e cantando. Estendendo a mão esquerda para receber o Senhor. Quem o distribui, ao mostrá-lo, diz: “o Corpo de Cristo!”. Com toda a convicção respondemos “Amém!”, que quer dizer: Eu creio, é verdade... Com a mão direita pegamos a Hóstia consagrada e comungamos, voltando ao nosso lugar. A comunhão deve ser recebida , de preferência na mão. Pois, convenhamos, a língua não é mais pura do que a mão. O momento de Ação de Graças é um momento de dar graças, dizer muito obrigado, a Deus por tudo de bom que Ele fez e faz por nós. Pode-se fazer silêncio ou cantar um canto, de preferência relacionado ao tema do Evangelho do dia. Vale lembrar que toda a Missa já é uma ação de graças. Assim sendo, não é preciso “inventar” neste momento. Após a comunhão temos a Oração depois da comunhão. É a terceira oração presidencial e se dirige a Deus em forma de pedido. Geralmente essa oração pede a Deus a graça de vivermos em nossa vida diária aquilo tudo que celebramos.
D) Os Ritos Finais são a conclusão ou o fechamento da celebração. Temos os avisos ou comunicados de interesse da Comunidade celebrante. Em seguida, temos a Benção Final. Por meio do sinal da cruz de Cristo somos confiados a Trindade Santa e enviados ao mundo para darmos testemunho com a nossa vida o que aprendemos de Deus, que é Amor. Temos, por fim, a despedida, geralmente com um canto que nos anima a voltar a nossas casas com alegria e esperança.

III – A Espiritualidade da Celebração da Palavra
1. O que é a Celebração da Palavra?
R= É a Celebração da Palavra de Nosso Senhor Jesus Cristo, principalmente naqueles lugares mais distantes, aonde o padre não pode estar presente constantemente. É o povo de Deus reunido como comunidade de fé (assembléia) em torno da Palavra de Deus. A Celebração da Palavra de Deus é um ato litúrgico reconhecido e incentivado pela Igreja. De acordo com o documento 52 da CNBB com as Orientações para a Celebração da Palavra de Deus de 1994:

A celebração da Palavra de Deus é um ato litúrgico reconhecido e incentivado pela Igreja. Sua reflexão torna-se ainda mais significativa se considerarmos o apreço das comunidades pela leitura e meditação da Sagrada Escritura e a prática da Leitura Orante.
A Palavra de Deus é acontecimento, onde o Pai entra na História, onde o Filho prolonga a mistério de sua Páscoa e o Espírito Santo atua com sua força. As celebrações da Palavra de Deus, especialmente aos domingos, fundamentam-se no caráter sacerdotal de cada batizado e cada batizada. “Ele fez para nós um Reino de Sacerdotes”, nos recorda o Apocalipse. “Ele te unge sacerdote”, repetimos em cada celebração batismal. Isto é, cada celebração da Palavra é uma forma do povo consagrado “proclamar as maravilhas daquele que nos chamou das trevas à luz”. (...)
A finalidade destas celebrações é a de assegurar às comunidades cristãs a possibilidade de se reunir no domingo e nas festas, tendo a preocupação de inserir suas reuniões na celebração do ano litúrgico e de as relacionar com as comunidades que celebram a Eucaristia[2].
2. Como ela se divide ou se organiza?
R = A celebração da Palavra se organiza de maneira a valorizar os seguintes elementos: 1) Reunião em nome do Senhor; 2) Proclamação e atualização da Palavra; 3) Ação de graças; e 4) Envio em missão.
A programação da celebração da Palavra de Deus deve ser organizada de tal modo que favoreça a escuta e meditação da Palavra de Deus, a oração e o compromisso de vida. O roteiro da celebração é semelhante ao da Missa, com exceção da Oração Eucarística que é substituída pelo Momento de Louvor. De acordo com o Documento 52, temos vários modelos. Apresentamos aqui um básico.

ROTEIRO A
Ritos Iniciais: Acolhida; Breve comentário, Canto e procissão de entrada; Momento Penitencial e Oração (intenções da Comunidade).
Liturgia da Palavra: Leituras bíblicas, Salmo responsorial e Aclamação; Homilia e Profissão de Fé.
Momento de Louvor: Orações da Comunidade (oração dos fiéis); Hino de louvor, canto; Oração em forma de Ladainha; Oração do Pai-Nosso e Rito de Comunhão (onde for possível).
Ritos Finais: Oração final; Avisos; Canto final e Benção Final.
IV – COMO PREPARAR UMA MISSA OU CELEBRAÇÃO DA PALAVRA[3]
1. Quais os passos as serem seguidos?
R = De uma forma básica e que ajude as comunidades a bem celebrarem o Mistério de Deus na Celebração Eucarística ou Celebração da Palavra (Culto Dominical), propomos oito passos que se bem seguidos e realizados favorecem a uma rica preparação e contínua formação litúrgica em vista das Celebrações.

1. Invocar as luzes do Espírito Santo;
2. Avaliar a celebração passada;
3. Situar a celebração no Tempo Litúrgico e na vida da comunidade;
4. Fazer a experiência da Palavra;
5. Exercício de Criatividade;
6. Elaborar o roteiro ou esquema da celebração;
7. Distribuir os ministérios;
8. Ensaiar as ações simbólicas.

BIBLIOGRAFIA

· BORTOLINI, Pe. José. A Missa explicada parte por parte. Coleção “Por que creio?” São Paulo. 2006.
· ­­­­­­­­­­­­­___________________ Advento e Natal (54 perguntas e respostas sobre o Ciclo do Natal). Coleção “Por que creio?” São Paulo. 2006.
· ___________________Páscoa e Pentecoste (62 perguntas e respostas sobre o Ciclo da Páscoa). Coleção “Por que creio?” São Paulo. 2006.
· ___________________Quaresma, Tempo Comum (40 perguntas e respostas). Coleção “Por que creio?” São Paulo. 2006.
· CNBB. Orientações para Celebração da Palavra de Deus. Coleção “Documentos da CNBB” – 52. Paulinas. São Paulo. 1994.
· BARONTO, Luís Eduardo P. Preparando passo a passo a Celebração: um método para as equipes de celebração das comunidades. Coleção “Celebração a Fé e a Vida”. 9ª. ed. São Paulo. Paulus. 2005.

[1] Este ponto e o segundo desta Apostila Litúrgica foram pesquisados em BORTOLINI, Pe. José. A Missa explicada parte por parte; Advento e Natal (54 perguntas e respostas sobre o Ciclo do Natal; Quaresma, Páscoa e Pentecoste (62 perguntas e respostas sobre o Ciclo da Páscoa; Tempo Comum (40 perguntas e respostas).
[2] Retirado do texto do Documento 52 da CNBB. Orientações para a Celebração da Palavra de Deus (introdução).
[3] Este ponto foi pesquisado em: BARONTO, Luís Eduardo P. Preparando passo a passo a Celebração: um método para as equipes de celebração das comunidades.

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