sexta-feira, 20 de abril de 2012

DIA A DIA COM A PALAVRA DE DEUS - 20/04/12






Sexta-Feira, 20 de Abril de 2012

2a. Semana de Páscoa
Santa Inês de Montepulciano

Leituras do Dia

1a. Leitura: Atos dos Apóstolos (At) 5,34-42
Salmo responsorial (Sl) 26
Evangelho: João (Jo) 6,1-15



II SEMANA DA PÁSCOA
(BRANCO – OFÍCIO DO DIA)

Antífona da entrada: Vós nos resgatastes, Senhor, pelo vosso sangue, de todas as raças, línguas, povos e nações e fizestes de nós um reino e sacerdotes para o nosso Deus, aleluia! (Ap 5,9s)

Oração do dia
Concedei, ó Deus, aos vossos servos e servas a graça da ressurreição, pois quisestes que o vosso Filho sofresse por nós o sacrifício da cruz para nos libertar do poder do inimigo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Leitura (Atos 5,34-42)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.

Naqueles dias, 34 levantou-se, porém, um membro do Grande Conselho. Era Gamaliel, um fariseu, doutor da lei, respeitado por todo o povo. 
35 Mandou que se retirassem aqueles homens por um momento, e então lhes disse: "Homens de Israel, considerai bem o que ides fazer com estes homens. 
36 Faz algum tempo apareceu um certo Teudas, que se considerava um grande homem. A ele se associaram cerca de quatrocentos homens: foi morto e todos os seus partidários foram dispersados e reduzidos a nada. 
37 Depois deste, levantou-se Judas, o galileu, nos dias do recenseamento, e arrastou o povo consigo, mas também ele pereceu e todos quantos o seguiam foram dispersados. 
38 Agora, pois, eu vos aconselho: não vos metais com estes homens. Deixai-os! Se o seu projeto ou a sua obra provém de homens, por si mesma se destruirá; 
39 mas se provier de Deus, não podereis desfazê-la. Vós vos arriscaríeis a entrar em luta contra o próprio Deus". Aceitaram o seu conselho. 
40 Chamaram os apóstolos e mandaram açoitá-los. Ordenaram-lhes então que não pregassem mais em nome de Jesus, e os soltaram. 
41 Eles saíram da sala do Grande Conselho, cheios de alegria, por terem sido achados dignos de sofrer afrontas pelo nome de Jesus. 
42 E todos os dias não cessavam de ensinar e de pregar o Evangelho de Jesus Cristo no templo e pelas casas. 
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Salmo responsorial 26/27

Ao Senhor eu peço apenas uma coisa:  / habitar no santuário do Senhor.

O Senhor é minha luz e salvação; / de quem eu terei medo? / O Senhor é a proteção da minha vida; / perante quem eu tremerei? 

Ao Senhor eu peço apenas uma coisa / e é só isto que eu desejo: / habitar no santuário do Senhor / por toda a minha vida; / saborear a suavidade do Senhor / e contemplá-lo no seu templo.

Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver / na terra dos viventes. / Espera no Senhor e tem coragem, / espera no Senhor!

Aclamação do Evangelho

Aleluia, aleluia, aleluia. 
O homem não vive somente de pão, mas de toda palavra da boca de Deus (Mt 4,4)

EVANGELHO (João 6,1-15)

— O Senhor esteja convosco. 
— Ele está no meio de nós. 
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Joâo.
— Glória a vós, Senhor!

6 1 Depois disso, atravessou Jesus o lago da Galiléia (que é o de Tiberíades.) 
2 Seguia-o uma grande multidão, porque via os milagres que fazia em beneficio dos enfermos. 
3 Jesus subiu a um monte e ali se sentou com seus discípulos. 
4 Aproximava-se a Páscoa, festa dos judeus. 
5 Jesus levantou os olhos sobre aquela grande multidão que vinha ter com ele e disse a Filipe: "Onde compraremos pão para que todos estes tenham o que comer?" 
6 Falava assim para o experimentar, pois bem sabia o que havia de fazer. 
7 Filipe respondeu-lhe: "Duzentos denários de pão não lhes bastam, para que cada um receba um pedaço". 
8 Um dos seus discípulos, chamado André, irmão de Simão Pedro, disse-lhe: 
9 "Está aqui um menino que tem cinco pães de cevada e dois peixes. Mas que é isto para tanta gente?" 
10 Disse Jesus: "Fazei-os assentar". Ora, havia naquele lugar muita relva. Sentaram-se aqueles homens em número de uns cinco mil. 
11 Jesus tomou os pães e rendeu graças. Em seguida, distribuiu-os às pessoas que estavam sentadas, e igualmente dos peixes lhes deu quanto queriam. 
12 Estando eles saciados, disse aos discípulos: "Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca". 
13 Eles os recolheram e, dos pedaços dos cinco pães de cevada que sobraram, encheram doze cestos. 
14 À vista desse milagre de Jesus, aquela gente dizia: "Este é verdadeiramente o profeta que há de vir ao mundo". 
15 Jesus, percebendo que queriam arrebatá-lo e fazê-lo rei, tornou a retirar-se sozinho para o monte. 
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!

Meditação Diária 

"UM MENINO, CINCO PÃES E DOIS PEIXES..."

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Se reescrevêssemos esse evangelho na pós-modernidade, iríamos dizer que a comunidade estava em um retiro e precisava providenciar alimentação para todos, e daí alguém ligou para um comerciante católico muito rico e ele mandou um caminhão Baú com alimentação para todos e ainda sobrou um monte que foi dado às instituições assistenciais. Os grandes encontros e os grandes empreendimentos humanos requerem grande quantidade para suprir a necessidade do evento.

Claro que nesta versão moderna da multiplicação dos pães, deve-se louvar e agradecer a Deus por pessoas ricas, porém generosas, e são muitas, que ajudam de todas as formas nossas comunidades levando o sentido da partilha ao pé da letra. Mas a lógica do evangelho, fundamentada na Eucaristia não é essa. Os pobres são bem aventurados justamente porque eles também têm algo a dar para o Reino, ainda que seja pouco e até insignificante, como os cinco pães e dois peixinhos do evangelho.

João relata algo diferente, uma grande multidão com fome, os organizadores do encontro preocupadíssimos com o lanche, e de repente um menino cede o seu lanche (tenho minhas dúvidas, não sei se o menino cedeu ou se um dos discípulos o "requisitou"), o fato é, que era uma quantidade irrisória perto da necessidade da multidão. Voltemos ao menino anônimo para uma observação importante, digamos que ele não queria ceder, não porque fosse egoísta, mas porque sabia que o seu pouquinho não iria resolver a situação. Eis aí o grande problema de se viver em comunidade, quem não acredita no pouco é porque não confia em Deus e prefere a lógica do mundo onde, só quem tem muito pode e deve dar alguma coisa.

Lembro-me de minha primeira comunidade em um Bairro pobre, lá pelos idos de 70, quando era ministro da Palavra itinerante. Uma semana antes o padre me apresentou à comunidade em uma Festa do Padroeiro e tinha gente que não acabava mais, a capelinha parecia caixa de fósforo perto da multidão que estava na quermesse, a missa teve de ser campal... Esfreguei as mãos de contentamento...

No domingo seguinte, faltando dez minutos para as 17 horas lá estava eu e mais quatro pessoas a espera do início da celebração. Deu-me um desânimo tão grande que quase desisti. Daí chegou mais duas pessoas, uma delas a Dona Maria, uma Senhora Negra, bem simplezinha e pobrezinha, mas a quem devo a minha perseverança naquela comunidade. Começamos a celebração e o vento apagou as velas do altar, foi três ou quatro vezes e em todas elas a Dona Maria levantava, saía do seu lugarzinho e vinha acender as velas...

No final da celebração ela disse que naquela semana iria de casa em casa convidar as pessoas a vir participar da celebração no domingo seguinte. Fiquei depois sabendo que ela era analfabeta e que tinha um filho alcoólatra de quem levava uma surra de vez em quando. O que poderia se esperar de uma mulher com esse perfil, em uma comunidade pobre de um bairro distante? Nada ou quase nada, nos diz o espírito capitalista, de fato ela não tinha nada a oferecer, tinha sim, mas um pouquinho só: cinco pães e dois peixinhos... Para encurtar a história, Dona Maria foi quem incendiou a comunidade com seu testemunho autêntico, com seu cristianismo devocional. Que mulher de garra e de fibra que eu tive o prazer de tê-la como irmã de caminhada!

Hoje é uma grande comunidade com uma linda igreja no meio do Bairro, sempre lotada e bem participada, mas naqueles primeiros tempos, somente a Dona Maria teve coragem de profetizar "Olha minha gente, um dia seremos uma grande igreja aqui no Bairro, pois a comunidade está começando hoje...". E de fato começou com aquele gesto marcado pela simplicidade, de acender as velas do altar e de convidar as pessoas para a celebração. Naquele momento o seu gesto talvez tenha sido visto como uma ingenuidade, entretanto ali tudo começou a acontecer naquela comunidade.

Jesus ergueu os olhos para o céu e abençoou o lanchinho que o menino ofereceu; como também abençoou a atitude da Dona Maria... E a fome de cinco mil pessoas foi saciada e ainda sobrou... Eis o grande milagre da Eucaristia: em comunhão com Jesus damos o nosso pouquinho, aquele carisma que parece não ser tão importante, ofereça-o à comunidade, e ajude Jesus a fazer o grande milagre que mata a fome do povo, sem precisar de um Patrocinador que banque tudo.

Não tenhamos preconceito com o nosso "pouquinho", pois sem ele não tem como Deus fazer o milagre...

Sobre as oferendas
Acolhei, ó Deus, com bondade, as oferendas da vossa família e concedei-nos, com o auxílio da vossa proteção, sem perder o que nos destes, alcançarmos os bens eternos. Por Cristo, nosso Senhor.

Antífona da comunhão: Cristo Senhor foi entregue por nossos pecados e ressuscitou para nossa justificação, aleluia! (Rm 4,25)

Depois da comunhão
Guardai, ó Deus, no vosso constante amor, aqueles que salvastes, para que, redimidos pela paixão do vosso Filho, nos alegremos por sua ressurreição. Por Cristo, nosso Senhor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário