domingo, 26 de fevereiro de 2012

ROTEIRO HOMILÉTICO - 1o. DOMINGO DA QUARESMA


Roteiro Homilético – 

I Domingo da Quaresma – 

Ano B

RITOS INICIAIS

Salmo 90, 15-16
ANTÍFONA DE ENTRADA: Quando me invocar, hei-de atendê-lo; hei-de libertá-lo e dar-lhe glória. Favorecê-lo-ei com longa vida e lhe mostrarei a minha salvação.
Não se diz o Glória.

Introdução ao espírito da Celebração

Tudo é provisório nesta vida. As obras dos homens acabarão por ser reduzidas a cinza, pela natural erosão, ou pela sanha demolidora dos que hão-de vir depois de nós. Que monumentos conservamos, daqueles que foram construídos há milhares de anos?
Só as obras de Amor vão perdurar eternamente, resistindo ao desgaste do tempo. Construamos uma vida definitiva, procurando valores que resistem à lei da morte.
A Quaresma iniciada na Quarta-feira de Cinzas, preparando-nos para a Páscoa da Ressurreição do Senhor, é um desafio que a Igreja nos lança para uma revisão de tudo o que fazemos na vida. Queremos responder a este desafio pela conversão pessoal. Procuremos construir para a eternidade.

Acto penitencial

Respondendo ao apelo que nos é dirigido, manifestemos ao Senhor o nosso desejo de nos convertermos, reconhecendo humildemente os nossos pecados e pedindo perdão.
(Tempo de silêncio. Apresentamos, como alternativa, elementos para o esquema C)
•   Para a nossa insensibilidade, quando cometemos pecados,
como se eles fossem acontecimentos sem importância,
Senhor, misericórdia!
Senhor, misericórdia!
•   Para a indiferença que manifestamos perante a dor alheia,
evitando mostrar que nos demos conta da sua existência,
Cristo, misericórdia!
Cristo, misericórdia!
•   Para o abandono em que deixamos os que vivem em pecado,
como se tudo fosse normal e não houvesse a vida eterna.
Senhor, misericórdia!
Senhor, misericórdia!
Deus todo poderoso tenha compaixão de nós,
perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna.
ORAÇÃO COLECTA: Concedei-nos, Deus omnipotente, que, pela observância quaresmal, alcancemos maior compreensão do mistério de Cristo e a nossa vida seja um digno testemunho. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

LITURGIA DA PALAVRA

Primeira Leitura

Monição: Como resposta ao sacrifício oferecido por Noé, ao sair da arca depois do dilúvio, o Senhor faz uma aliança com ele e, por ele, com toda a criação.
O arco-íris, que se forma depois da chuva, ficará como sinal sensível desta promessa do Senhor. A Aliança com Noé, a primeira das que vão seguir-se, aparece neste lugar como uma mensagem de reconciliação, tema dominante da Quaresma.
Génesis 9, 8-15
8Deus disse a Noé e a seus filhos: 9«Estabelecerei a minha aliança convosco, com a vossa descendência 10e com todos os seres vivos que vos acompanham: as aves, os animais domésticos, os animais selvagens que estão convosco, todos quantos saíram da arca e agora vivem na terra. 11Estabelecerei convosco a minha aliança: de hoje em diante nenhuma criatura será exterminada pelas águas do dilúvio e nunca mais um dilúvio devastará a terra». 12Deus disse ainda: «Este é o sinal da aliança que estabeleço convosco e com todos os animais que vivem entre vós, por todas as gerações futuras: 13farei aparecer o meu arco sobre as nuvens, que será um sinal da aliança entre Mim e a terra. 14Sempre que Eu cobrir a terra de nuvens e aparecer nas nuvens o arco, 15recordarei a minha aliança convosco e com todos os seres vivos e nunca mais as águas formarão um dilúvio para destruir todas as criaturas».
A aliança de que fala o texto não é ainda a que veio a ser feita com o povo escolhido, mas é a chamada «aliança cósmica», com toda a humanidade e com toda a obra da criação. Quando lemos o texto do dilúvio na Igreja – os estudiosos falam de duas fontes fundidas e entrelaçadas, a da tradição javista e a da tradição sacerdotal –, não devemos ficar parados ou perdidos nas questões histórico-literárias e nas interessantes semelhanças com outros relatos, ou mitos, de diversas culturas antigas que falam de cataclismos imemoriais do género. Como se lê em 2 Tim 3, 15-17, o que acima de tudo nos interessa no contacto com «toda a Escritura, inspirada por Deus», é alcançar «a sabedoria que conduz à salvação por meio da fé em Jesus Cristo». É fácil de detectar «o ensino» que no texto nos é oferecido. Quando a humanidade se perde no pecado, transgredindo a lei impressa na obra da criação, a harmonia da própria da natureza transtorna-se, voltando ao caos inicial (cf. Gn 1, 2), e corre sério risco a subsistência do ser humano (lembrar o muito que se tem dito a propósito da Sida, que não é a vingança de Deus, mas é a própria natureza a vingar-se). Na Sagrada Escritura o fenómeno do dilúvio tem a particularidade de não ser apresentado como fruto de caprichos maléficos e invejas dos deuses pagãos – assim era nos mitos sumérios e babilónicos –, mas como consequência do pecado e em ordem ao recomeço de uma nova era de regeneração e harmonia universal. A aliança a que dá lugar o dilúvio revela o verdadeiro interior de Deus para com a sua criatura: Ele é Pai providente que cuida carinhosamente de tudo o que criou, particularmente do homem; Deus, «mesmo quando castiga, não esquece a sua misericórdia» (cf. Habc 3, 2). O fundo mitológico do relato parece claro, mas também nos parece pouco, ao lermos este texto sagrado, deixarmo-nos ficar encerrados no acanhado horizonte do mito, quando o autor inspirado vai mais além: Yahwéh é um Deus ético e transcendente; o «castigo» do pecado (Gn 6, 6.12) não é resultante dum capricho, nem sequer duma ira desenfreada. Neste sentido, o autor já fez um primeiro trabalho de desmitização, apesar de manter a mesma linguagem antropomórfica do mito, chocante para a nossa mentalidade.
12-16 «O arco-íris» – fenómeno natural anterior ao dilúvio – adquire um significado simbólico. Ele é o sinal da benevolência divina, expressa em categorias de aliança, para com toda a criação; não é mais um tremendo arco de guerra (o termo hebraico, quéxet, é o mesmo), mas é sim o abraço de paz do Criador! Ainda que persistam na memória dos povos tremendas catástrofes, como o dilúvio, justo castigo do pecado, o ser humano não deve viver esmagado sob o pesadelo constante dos terrores que não podem deixar de sentir aqueles que ignoram a Revelação divina.
A Liturgia, ao apresentar este texto no começo da Quaresma, além de introduzir a 2.ª leitura, facilita-nos a animadora consideração da misericórdia divina, a qual permite que nos elevemos acima das nossas misérias e saiamos dos nossos pecados pela graça de Cristo, que nos chega particularmente através dos Sacramentos.

Salmo Responsorial

Salmo 24 (25), 4bc-5ab. 6-7bc. 8-9 (R. cf. 10)
Monição: O salmo responsorial é uma oração cheia de confiança no Senhor que perdoa e guia o homem, ensinando-lhe os Seus caminhos.
O fiel humilde – porque reconhece os seus pecados – apela para a misericórdia de Deus, para que o ajude a reencontrar a paz.
Refrão: TODOS OS VOSSOS CAMINHOS, SENHOR, SÃO AMOR E VERDADE
PARA OS QUE SÃO FIÉIS À VOSSA ALIANÇA.
Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos,
ensinai-me as vossas veredas.
Guiai-me na vossa verdade e ensinai-me,
porque Vós sois Deus, meu Salvador.
Lembrai-Vos, Senhor, das vossas misericórdias
e das vossas graças que são eternas.
Lembrai-Vos de mim segundo a vossa clemência,
por causa da vossa bondade, Senhor.
O Senhor é bom e recto,
ensina o caminho aos pecadores.
Orienta os humildes na justiça
e dá-lhes a conhecer a sua aliança.

Segunda Leitura

Monição: S. Pedro vem recordar-nos que ser cristão nunca foi nem será, propriamente, uma vida fácil e cómoda. O Baptismo fala-nos em morrer com Jesus Cristo, pela cruz de cada dia, para ressuscitarmos com Ele e podermos entrar na glória.
São Pedro 3, 18-22
Caríssimos: 18Cristo morreu uma só vez pelos pecados – o Justo pelos injustos – para vos conduzir a Deus. Morreu segundo a carne, mas voltou à vida pelo Espírito. 19Foi por este Espírito que Ele foi pregar aos espíritos que estavam na prisão da morte 20e tinham sido outrora rebeldes, quando, nos dias de Noé, Deus esperava com paciência, enquanto se construía a arca, na qual poucas pessoas, oito apenas, se salvaram através da água. 21Esta água é figura do Baptismo que agora vos salva, que não é uma purificação da imundície corporal, mas o compromisso para com Deus de uma boa consciência, pela ressurreição de Jesus Cristo, 22que subiu ao Céu e está à direita de Deus, tendo sob o seu domínio os Anjos, as Dominações e as Potestades.
A 1ª Carta de Pedro, donde é tirada a leitura, parece ter como base uma catequese baptismal; aparece na liturgia de hoje em relação com a 1ª leitura, que fala do dilúvio, o qual é apresentado aqui como figura do Baptismo.
18 «Morreu segundo a carne, mas voltou à vida pelo Espírito (cf. 1 Pe 2, 21.24; Rom 6, 10; Hbr 9, 28). Foi por este (Espírito) que Ele foi pregar aos espíritos que estavam na prisão da morte…» A tradução procura oferecer aos fiéis que ouvem a leitura uma forma de entenderem um texto deveras difícil. O v. 18 pode entender-se: «morto» como homem, e «vivo» como Deus (cf. Rom 1, 4; 1 Tm 3, 16.), ou talvez se trate antes de uma formulação primitiva para exprimir que Jesus, ao morrer, abandonou de vez a sua condição mortal para passar a viver no seu estado glorioso e imortal.
19 «Pregar» sempre indica, no NT, a pregação da salvação. Esta pregação de Jesus «aos espíritos que estavam na prisão» é a referência bíblica mais clara à verdade professada no Credo acerca de Jesus que «desceu à mansão dos mortos» (cf. 1 Pe 4, 6; Rom 10, 6-7; Ef 4, 8-9; Apoc 1, 18; Mt 12, 40; Lc23, 43; Act 2, 31) a anunciar-lhes a mensagem da salvação, segundo uns com a sua alma separada do corpo, segundo outros na sua nova condição gloriosa. Lembramos que a «mansão dos mortos» (o Xeol hebraico, o Hades grego, os Infernos em latim) representava o estado dos que tinham morrido, que se pensava ser num espaço interior da Terra. O autor, ao dizer que Jesus pregou (a salvação) também (kai, uma partícula a que o tradutor não valorizou) aos que… tinham sido outrora rebeldes … nos dias de Noé, parece querer dizer que até (kai) àquela gente, que na tradição bíblica era considerada como os maiores pecadores (cf. Gn 6, 5.11-12), chegou a salvação de Jesus. É o alcance universal da Redenção para todos os pecadores arrependidos (cf. 4, 6), por mais pecadores que tenham sido; a salvação é levada por Jesus a todos e não apenas à gente aqui nomeada dos tempos de Noé, como sendo o tipo da gente mais perversa, mas certamente arrependida dos seus pecados (argumentação a fortiore).
No entanto, esta passagem da pregação de Jesus aos espíritos cativos é muito obscura e, para além da interpretação tradicional, que a entende como a descida de Jesus aos Infernos, ou Mansão dos Mortos, para levar para o Céu todas as almas que aguardavam a hora da redenção, deu azo às mais diversas e desacertadas interpretações: a) para uns seria uma referência à salvação de certos condenados que se salvaram com a descida de Cristo ao Inferno (assim pensou Orígenes, mas a Igreja reprovou esta opinião); b) para Sto. Agostinho (fazendo uma violência inaceitável ao texto) refere-se ao Verbo, que, antes da Incarnação, através dos avisos de Noé, se dirigiu àqueles ímpios cativos da ignorância e da perversão; c) para uns poucos (em especial alguns protestantes), estes «espíritos cativos» seriam anjos caídos (cf. v. 22), a quem Cristo teria convencido da sua condenação definitiva; d) até houve quem conjecturasse, mas sem ter tido aceitação, que a expressão «neste também» (em grego: en ô kai), ao admitir a leitura «Henoc também» (em grego: Enôc kai), se referia ao patriarca anterior ao dilúvio, que, segundo Gn 5, 24, não morreu e, segundo a literatura apócrifa, proclamou a condenação aos anjos rebeldes. Na nossa tradução da Nova Bíblia da Difusora Bíblica traduzimos en ô como sendo uma expressão adverbial: «então» (e não «neste», referido a «espírito»,como tem a tradução litúrgica).
20 «Se salvaram através da água»: Noé, a mulher, 3 filhos e 3 noras (8 pessoas, sem contar os netos: cf Gn 6 – 9). Como se vê, a água aqui não é tomada no seu aspecto de castigo e destruição, como uma água mortífera, mas como uma água salvadora, um meio de os sobreviventes se salvarem, navegando através da água. É de notar um deslizamento semântico na preposição grega diá do sentido local – através de – para o sentido instrumental – por meio de –, de maneira a pôr em evidência umsimbolismo oculto: a água do dilúvio é a figura (o tipo) do «Baptismo», o qual é a autêntica realidade (em grego: o antitipo) «que agora vos salva». Com efeito, se o Baptismo salva, não é pelo facto de limpar a sujidade do corpo, mas é «pela ressurreição de Jesus» (v. 21), quando a Ele se adere pela fé concretizada nas promessas do Baptismo, isto é, «o compromisso para com Deus de uma boa consciência» (v. 22).
22: «Subiu ao Céu» é uma clara referência à Ascensão de Jesus, bem atestada no N. T., e frequente nos Escritos Paulinos (Mc 16, 19; Lc 24, 50-51; Jo 6, 62; Act 1, 33-34; Rom 8, 34; ; Ef 1, 20; Col 3, 1; Hebr 1, 3; 8, 1; 10, 12; 12, 2). «E está à direita de Deus» exprime a suma dignidade de Cristo, acima de todas as criaturas, bem como o seu domínio sobre todas elas, incluindo as criaturas mais elevadas e invisíveis, isto é, o mundo dos anjos, «Anjos, Dominações e Potestades», seres que também em S. Paulo englobam vagamente espíritos bons e maus, não sendo fácil estabelecer sempre a distinção. Tendo em conta sobretudo 1 Cor 15, 24 e Col 2, 15,Dominações e Potestades pode ser uma alusão a espíritos maus. As hierarquias angélicas, estabelecidas a partir destes nomes e outros que aparecem no N. T., oferecem pouca segurança e têm mais em conta a literatura apócrifa inter-testamentária do que os dados da Revelação divina.

Aclamação ao Evangelho

Mt 4, 4b
Monição: Viver na fidelidade a Jesus Cristo exige de nós uma luta sem tréguas contra as tentações.
Jesus ensina-nos como havemos de vencer, dando-nos o exemplo da Sua vitória.
Aclamemos o Evangelho nos conforta com esta consoladora certeza.
RefrãoGlória a Vós, Cristo Palavra de Deus.         Repete-se
Nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.

Evangelho

São Marcos 1, 12-15
Naquele tempo, 12o Espírito Santo impeliu Jesus para o deserto. 13Jesus esteve no deserto quarenta dias e era tentado por Satanás. Vivia com os animais selvagens e os Anjos serviam-n’O. 14Depois de João ter sido preso, Jesus partiu para a Galileia e começou a pregar o Evangelho, dizendo: 15«Cumpriu-se o tempo e está próximo o reino de Deus. Arrependei-vos e acreditai no Evangelho».
Todos os anos temos no 1º Domingo da Quaresma o texto evangélico das tentações de Jesus; neste ano B, temo-las na forma mais simples, desprovida de qualquer espécie de encenação, a do Evangelista do ano, S. Marcos.
13 «Esteve no deserto 40 dias». A nossa Quaresma recorda esses dias. S. Marcos não se refere ao jejum do Senhor, mas só ao deserto e às tentações, e apenas dum modo genérico: «Era tentado. Vivia com os animais selvagens e os Anjos serviam-no» (cf. Mt 4, 1-11). Assim observa Bento XVI o sentido profundo que encerram odeserto e as tentações de Jesus: «A acção (de Jesus) é precedida pelo recolhimento, e este é necessariamente também uma luta interior em prol da sua missão, uma luta contra as deturpações da mesma, que se apresentam como suas verdadeiras realizações. É uma descida aos perigos que ameaçam o homem, porque só assim o homem caído pode ser levantado. Permanecendo fiel ao núcleo originário da sua missão, Jesus deve entrar no drama da existência humana, atravessá-lo até ao fundo, para deste modo encontrar a «ovelha perdida», colocá-la aos seus ombros e reconduzi-la a casa» (Jesus de Nazaré, p. 56).
«Satanás» (em hebraico, «xatan») significa adversário, acusador (em grego, «diábolos», caluniador). As tentações do demónio visavam desviar Jesus da sua missão, com a sedução do protagonismo para vir a ser um messias milagreiro, espectacular e ambicioso. O Evangelho põe em evidência o maravilhoso exemplo do Senhor: um exemplo de humildade, ao sujeitar-se aos ataques do demónio, e de fortaleza, ao resistir decididamente, sem a mais pequena vacilação ou cedência. Vem a propósito mais este belo comentário de Sto. Agostinho, que se lê no Ofício de Leituras: «A nossa vida, enquanto somos peregrinos na terra, não pode estar livre de tentações, e o nosso aperfeiçoamento realiza-se precisamente através das provações. Ninguém se conhece a si mesmo, se não for provado; ninguém pode receber a coroa, se não tiver vencido; ninguém pode vencer, se não combate; e ninguém pode combater, se não tiver inimigos e tentações. Bem poderia Ele ter mantido o demónio longe de Si; mas se não fosse tentado, não nos teria ensinado a vencer a tentação» (Enar. in Ps. 60).
Sugestões para a homilia
• A nossa Aliança baptismal
A conversão pessoal
Confiemos no Senhor
O sinal da fidelidade
• A fidelidade à nossa Aliança
Docilidade ao Espírito Santo
Fidelidade provada
As armas para o combate
1. A nossa Aliança baptismal
Logo que baixaram as águas do dilúvio, Noé, com a sua família, saiu da arca, recebeu a bênção do Senhor, construiu um altar de pedra e ofereceu-Lhe um sacrifício.
Deus estabeleceu então uma aliança com ele e, na pessoa desta santo Patriarca, abençoou toda a criação com a promessa de que nunca mais um dilúvio destruiria a terra.
O sinal permanente desta aliança entre o céu e a terra seria o arco-íris. Esta Aliança foi solenemente renovada no Calvário, pelo único sacrifício aceite pelo Pai. A Cruz levantada sobre a terra é novo arco-íris, mensageiro da paz.
A Quaresma recorda-nos este sinal de Amor que o Pai nos oferece em Jesus Cristo e convida-nos a acolher este dom pela conversão pessoal.
a) A conversão pessoal. «Eu vou estabelecer a Minha Aliança convosco [...].» O dilúvio é uma imagem do Baptismo.
O dilúvio é uma figura do Baptismo. É sepultado nas águas o mundo corrompido, o homem velho, o pecado original dos nossos primeiros pais e eventualmente – quando o Baptismo é administrado a um adulto –, os pecados pessoais para ressuscitar um mundo renovado. Surge um homem novo, incorporado em Jesus Cristo.
Ficou sepultada nas suas águas toda maldade humana que manchava a terra. Depois dele surgiu uma nova terra e uma nova humanidade com a qual fez Deus a Sua aliança.
A Quaresma prepara-nos para, na Vigília pascal, receber o Baptismo ou – para os que já são baptizados – renovar a graça baptismal.
Por isso, ao longo dos seis domingos deste tempo forte, a Liturgia recorda-nos as verdades fundamentais da fé.
Como resposta a este apelo, abrimo-nos à graça pela conversão pessoal. É o nosso estender da mão a Jesus Cristo, para que nos levante da prostração em que nos deixaram os nossos pecados.
Para nos animar a esta mudança, pela conversão, a Igreja recorda-nos o Baptismo. Foi junto da fonte baptismal que iniciámos a nossa caminhada que nos há-de levar ao Céu. Mas temos de ir corrigindo constantemente o rumo dos nossos passos, porque a nossa vida está cheia de desvios da lei de Deus. Quando não nos damos conta deles, é porque não levantamos olhar para o alto.
b) Confiemos no Senhor. «Nenhuma criatura será doravante exterminada pelas águas do dilúvio[...].»
Quando nos propomos esta mudança de vida, podemos ser incomodados pela desconfiança de Deus que nos levará à tentação do desânimo:
– Porque já tentamos muitas vezes, e nunca logramos mudar de vida;
– Porque sentimos na própria carne a fragilidade humana, e não somos capazes de mudar.
É o momento de nos darmos conta de que não estamos sós nesta luta entre o Espírito e a carne. O Senhor, que desperta em nós estes desejos de mudança, está disponível para nos ajudar, ao menor sinal de boa vontade da nossa parte.
Temos necessidade de dar os passos indispensáveis para a conversão pessoal: reconhecer os nossos pecados e defeitos; estar arrependidos e realizar obras de penitência que nos ajudem nesta mudança. Tudo isto se concretiza – se já recebemos o Baptismo – num outro «baptismo doloroso»: uma Confissão bem feita.
Além de nos oferecer todos os meios de cura na Sua Igreja, o Senhor vem em nosso auxílio com a Sua graça, se Lhe manifestarmos o desejo da Sua ajuda.
c) O sinal da fidelidade. «Eis o sinal da Aliança que estabeleço convosco [...]: farei aparecer sobre as nuvens o Meu arco-íris
Deus oferece-nos um sinal material da Sua fidelidade à Aliança de Amor que realizou connosco no Baptismo.
Se Deus é fiel, o menos que podemos fazer é lutar diariamente para sermos também fieis.
Abundam hoje os sinais religiosos nas pessoas, nas casas e nos meios de transporte particulares. Ao mesmo tempo, assistimos a uma «selecção» de deveres assumidos pelo Baptismo.
Assistimos diariamente à contradição de as pessoas se auto-proclamarem católicos praticantes, ao mesmo tempo que rejeitam os mandamentos mais elementares da Lei de Deus. Não é possível separar a fé da vida que vivemos momento a momento.
Uma sociedade conduzida por um laicismo de sinal negativo pretende afastar dos meios que frequentamos – escolas, hospitais, repartições públicas a cruz, sinal desta Aliança eterna. Para quê esconder este arco-íris de esperança? Ninguém está obrigado a olhá-lo.
Mas, para além destes sinais, o Senhor quer de nós um outro o sinal da fidelidade: a conversão contínua, lembrada especialmente neste tempo quaresmal. Não está em questão usar ou não sinais externos que manifestem a nossa fidelidade às promessas do Baptismo. É preciso que elas apareçam realizadas na nossa vida de cada dia.
2. A fidelidade à nossa Aliança
a) Docilidade ao Espírito Santo. «O Espírito impeliu Jesus para o deserto
Temos uma ideia negativa da tentação e sentimos um calafrio ao ouvir falar nela. Afinal, ela é uma prova, um combate no qual somos desafiados a manifestar a nossa fidelidade ao Senhor.
A tentação é uma prova de Amor, uma competição desportiva na qual podemos conquistar louros de vitória. De outro modo, o Espírito (Santo) não iria impelir Jesus para o deserto, e não permitiria que fôssemos tentados, porque é o melhor dos pais.
A prudência neste combate que estamos a travar passa por medidas de prevenção, como em qualquer batalha. Temos de procurar a luz na Palavra de Deus, para que sejamos capazes de desmascarar os desvios subtis do Inimigo das Trevas e fortalecermo-nos com os Sacramentos e a oração.
A docilidade ao Espírito Santo vive-se na medida em que vivemos com docilidade as indicações que a Igreja nos vai oferecendo na vida. Quem teima em guiar-se exclusivamente pela própria cabeça, sairá vencido.
b) Fidelidade provada. «E esteve no deserto quarenta dias, tentado por Satanás.» Como lutar: fugindo das ocasiões.
Naturalmente, sem esforço, não seremos nunca virtuosos, porque temos dentro de nós o peso das paixões desordenadas e aliciam-nos constantemente os maus exemplos.
Não devemos cair no desânimo quando não formos bem sucedidos numa batalha. O importante é estarmos interiormente dispostos a recomeçar todas as vezes que for preciso. São os teimosos sobrenaturalmente que chegam à santidade.
Deus permite que a nossa fidelidade seja provada, porque, na provação, nos cobrirmos de merecimentos para a vida eterna.
Ao mesmo tempo, recebemos de Deus a garantia de que Ele está sempre connosco para nos ajudar, e não permitirá que sejamos tentados acima das nossas forças.
As tentações que nos assaltam constantemente nunca podem ser uma prova do desamor de Deus para connosco, mas despertadores que nos alertam para uma contemplação contínua, porque nos levam a recorrer ao Senhor. Se, por exemplo, somos tentados a pensar o falar mal de alguém e rezamos por essa pessoa, convertemos uma tentação contra a caridade num acto da mesma virtude; uma tentação contra a pureza convida-nos a renovar a nossa fidelidade…
c) As armas para o combate. «Vivia com os animais selvagens e os Anjos serviam-n’O.» Aferiu a situação pelo que o Pai nos indica na Sagrada Escritura. Preparando-se, fortalecendo-se para a luta (Jesus fez oração e jejuou).
Jesus Cristo submeteu-Se a ser tentado, para nos ensinar a vencer esta luta, indicando-nos as armas indispensáveis. Aprendamos com o Seu exemplo. Ele preparou-Se para este combate singular:
– pela oração: Entregou-Se a ela durante quarenta dias e quarenta noites. A oração leva-nos a querer o que Deus quer, a intensificar a nossa comunhão com Ele.
– Pela mortificação. Esta manifestou-se em Jesus Cristo de muitos modos: pelos incómodos em que viveu, sem uma pedra para reclinar a cabeça, sem abrigo das intempéries – o sol, a chuva e o vento – e uma alimentação condicionada ao que podia encontrar por ali.
Também a cada um de nós o Senhor oferece as armas para vencer a luta desta Quaresma, preparando generosamente a renovação das Promessas do baptismo, na noite da Vigília pascal:
– A Palavra de Deus, proclamada especialmente na Celebração da Eucaristia de cada Domingo.
– Alimento divino – a Sagrada Comunhão – para a qual nos convida quando estamos devidamente preparados.
– A penitência corporal, pelo jejum e abstinência de muitas coisas que poderíamos utilizar.
Torna-se necessário viver esta Quaresma em comunhão: dando esmola das coisas de que nos privamos; e ajudando os que sentem mais dificuldade de o fazer a aproximarem-se do sacramento da Reconciliação e Penitência.
Maria Santíssima, Mãe solícita de todos nós, abençoará os nossos esforços para vivermos e ajudarmos a viver este tempo de bênção que agora nos é oferecido.
Fala o Santo Padre
«A Quaresma constitui um tempo favorável para uma atenta revisão de vida
no recolhimento, na oração e na penitência.»
Iniciámos na quarta-feira passada a Quaresma e hoje celebramos o primeiro domingo deste tempo litúrgico, que estimula os cristãos a comprometerem-se num caminho de preparação para a Páscoa. Hoje, o Evangelho recorda-nos que Jesus, depois de ter sido baptizado no rio Jordão, levado pelo Espírito Santo, que tinha descido sobre Ele revelando-O como Cristo, retirou-se por quarenta dias para o deserto da Judeia, onde venceu as tentações de satanás (cf. Mc 1, 12-13). Seguindo o seu Mestre e Senhor, também os cristãos para enfrentar juntamente com Ele «o combate contra o espírito do mal» entram espiritualmente no deserto quaresmal.
A imagem do deserto é uma metáfora bastante eloquente da condição humana. O Livro do Êxodonarra a experiência do povo de Israel que, tendo saído do Egipto, peregrinou no deserto do Sinai durante quarenta anos antes de chegar à terra prometida. Durante aquela longa viagem, os hebreus conheceram toda a força e insistência do tentador, que os impelia a perder a confiança no Senhor e voltar para trás; mas, ao mesmo tempo, graças à mediação de Moisés, aprenderam a ouvir a voz de Deus, que os chamava a tornarem-se o seu povo santo. Meditando sobre esta página bíblica, compreendemos que para realizar plenamente a vida na liberdade é necessário superar a prova que a própria liberdade exige, isto é, a tentação. Só estando livre da escravidão da mentira e do pecado, a pessoa humana, graças à obediência da fé que a abre à verdade, encontra o sentido pleno da sua existência e alcança a paz, o amor e a alegria.
Precisamente por isto a Quaresma constitui um tempo favorável para uma atenta revisão de vida no recolhimento, na oração e na penitência. (…) Invocamos a protecção materna da Virgem Maria, para que a Quaresma seja para todos os cristãos uma ocasião de conversão e de estímulo mais corajoso à santidade.
Papa Bento XVI, Angelus, I Domingo de Quaresma, 5 de Março de 2006

LITURGIA EUCARÍSTICA

Introdução à Liturgia Eucarística
Cada Missa é a renovação incruenta e misteriosa do Sacrifício do Calvário, divinamente antecipado no Cenáculo, na noite de Quinta-feira Santa.
Depois de termos acolhido com profundo recolhimento, a Palavra de Deus, preparemo-nos agora para participar nestes santos mistérios em que Jesus Cristo Se vai tornar presente sob as aparências do pão e do vinho.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS: Fazei que a nossa vida, Senhor, corresponda à oferta das nossas mãos, com a qual damos início à celebração do tempo santo da Quaresma. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Prefácio
As tentações do Senhor
V. O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
V. Corações ao alto.
R. O nosso coração está em Deus.
V. Dêmos graças ao Senhor nosso Deus.
R. É nosso dever, é nossa salvação.
Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente, é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação dar-Vos graças, sempre e em toda a parte, por Cristo nosso Senhor.
Jejuando durante quarenta dias, Ele santificou a observância quaresmal e, triunfando das insídias da antiga serpente, ensinou-nos a vencer as tentações do pecado, para que, celebrando dignamente o mistério pascal, passemos um dia à Páscoa eterna.
Por isso, com os Anjos e os Santos, proclamamos a vossa glória, cantando numa só voz:

SANTO

Saudação da Paz
Uma das primeiras tentações contra as quais temos de lutar, é a que nos assalta contra a unidade. O Senhor quer que vivamos em comunhão com Ele e uns com os outros, à imagem da Santíssima Trindade.
Manifestemos, por um rito litúrgico, a disponibilidade para perdoarmos e sermos perdoados.
Saudai-vos na paz de Cristo!
Monição da Comunhão
Nem só de pão vive o homem, diz-nos Jesus. Precisamos do Alimento Divino do Seu Corpo e Sangue, para vencermos nesta luta quotidiana.
Se Jesus Cristo Se nos dá de modo tão acessível, devemos corresponder-Lhe por uma preparação cuidada, com a alma em graça – preparada com uma boa confissão –, uma fé viva externamente manifestada e um Amor agradecido.
Mt 4, 4
ANTÍFONA DA COMUNHÃO: Nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que vem da boca de Deus.
ou
Salmo 90, 4
O Senhor te cobrirá com as suas penas, debaixo das suas asas encontrarás abrigo.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO: Saciados com o pão do Céu, que alimenta a fé, confirma a esperança e fortalece a caridade, nós Vos pedimos, Senhor: ensinai-nos a ter fome de Cristo, o verdadeiro pão da vida, e a alimentar-nos de toda a palavra que da vossa boca nos vem. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
RITOS FINAIS
Monição final
A nossa Quaresma há-de ser vivida em duas dimensões essenciais: no plano pessoal e na ajuda às outras pessoas.
Que propósitos concretizei para esta Quaresma, na vida pessoal e apostólica?
CÂNTICO FINAL: É DURA A CAMINHADA, M. Faria, NRMS 6 (II)
HOMILIAS FERIAIS
1ª SEMANA
2ª Feira, 2-III: Os caminhos de vida eterna.
Lev 19, 1-2. 11-18 / Mt 25, 31-46
Vinde benditos de meu Pai, recebei como herança o Reino, que vos está preparado desde a criação do mundo.
Quem quiser alcançar a santidade, há-de esforçar-se por cumprir os mandamentos (cf Leit). «O Decálogo, as dez palavras indicam as condições duma vida, liberta da escravidão do pecado. O Decálogo é um caminho de vida» (CIC, 2057).
A segunda parte do Decálogo refere-se ao amor fraterno (cf Leit e Ev). Durante a Quaresma procuremos viver melhor estas obras indicadas pelo Senhor: as espirituais (instruir, aconselhar, consolar, confortar…) e as corporais (dar de comer a quem tem fome, cuidar dos doentes…).
3ª Feira, 3-III: A vontade de Deus e o perdão.
Is 55, 10-11 / Mt 6, 7-15
Orai, pois, deste modo: Pai-nosso, que estais nos céus…
Devemos rezar confiadamente a oração que o Senhor nos ensinou, o Pai-nosso (cf Ev), que contém tudo o que podemos pedir a Deus, e que é verdadeiramente o resumo de todo o Evangelho (cf CIC, 2761).
As leituras de hoje recordam-nos duas petições desta oração. A primeira «seja feita a vossa vontade», exige que acolhamos a palavra que sai da boca de Deus e que a cumpramos (cf Leit). A segunda «perdoai-nos as nossas ofensas», pois o «perdão é a condição fundamental da reconciliação dos filhos de Deus com o seu Pai e dos homens entre si» (CIC, 2844).
4ª Feira, 4-III: Apelo à conversão e a Confissão.
Jonas 3, 1-10 / Lc 11, 29-32
Ergue-te e vai à grande cidade de Nínive e proclama-lhe a mensagem que te direi.
Os habitantes da cidade de Nínive aceitaram bem o pedido de conversão que lhes foi dirigido pelo Senhor, através do profeta Jonas (cf Leit e Ev). E Jesus invoca a sua autoridade para fazer o mesmo pedido (cf Ev), dirigido igualmente a cada um de nós.
sacramento da Penitência é o sacramento por excelência da conversão, «porque realiza de modo sacramental o apelo de Jesus à conversão e o esforço de regressar à casa do Pai, da qual o pecador se afastou pelo pecado» (CIC, 1423). Preparemo-nos para o receber com muita piedade nesta Quaresma.
5ª Feira, 5-III: A conversão e a oração.
Est 14, 1. 3-5. 12-14 / Mt 7, 7-12
Pedi, e dar-vos-ão. Procurai, e achareis. Batei, e hão-de abrir-vos.
oração é uma das formas de vivermos a penitência quaresmal, juntamente com o jejum e a esmola. «O coração, assim decidido a converter-se, aprende a orar na fé… Ele (Jesus) pode pedir-nos que ‘procuremos’e ‘batamos’ à porta’ (cf Ev), porque Ele é a porta e o caminho» (CIC, 2609).
A rainha Ester é um bom exemplo desta oração: «Vinde socorrer-me, que eu estou só e só em vós tenho auxílio, pois sinto ao alcance da mão o perigo que me espreita» (Leit). Na oração peçamos ao Senhor que nos socorra nas tentações (cf Leit).
6ª Feira, 6-III: O bem da sociedade e a conversão pessoal.
Ez 18, 21-28 / Mt 5, 20-26
Se o pecador se arrepender de todas as faltas que tiver cometido…há-de viver e não morrerá.
A Quaresma é um tempo de conversão, tempo de arrependimento, que nos conduzirá de novo à vida (cf Leit) e à reconciliação com Deus, através da reconciliação com o nosso irmão (cf Ev).
A nossa conversão interior está igualmente ligada ao esforço por introduzir nas instituições e condições de vida as correcções convenientes, quando induzem ao pecado, para que estejam conformes com as normas de justiça e favorecerem o bem em vez de se lhe oporem (cf CIC, 1888). Assim a sociedade se reconciliará com Deus.
Sábado, 7-III: Novas formas de caridade.
Deut 26, 16-19 / Mt 5, 43-48
Pois eu digo-vos: Amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem, para serdes filhos do vosso Pai que está nos Céus.
Moisés lembrava ao povo que deveria pôr em prática os preceitos e sentenças do Senhor, cumprindo-os com todo o coração e com toda a alma (cf Leit).
Jesus pede aos seus discípulos uma nova forma de viver a caridade: amar os inimigos e rezar por eles (cf Ev). Foi isso que Ele próprio viveu: «No sermão da Montanha o Senhor …acrescenta a proibição da ira, do ódio e da vingança. Mais: Cristo exige do seu discípulo que ofereça a outra face, que ame os seus inimigos (cf Ev). Ele próprio não se defendeu e disse a Pedro que deixasse a espada na bainha» (CIC, 2262).
Celebração e Homilia:          FERNANDO SILVA
Nota Exegética:                     GERALDO MORUJÃO
Homilias Feriais:                   NUNO ROMÃO
Sugestão Musical:                 DUARTE NUNO ROCHA

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