segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

LITURGIA EM MUTIRÃO III (04 - SACRAMENTOS COMO SINAIS DA AÇÃO DE DEUS) - CNBB



FICHA 04 : SACRAMENTOS COMO SINAIS DA AÇÃO DE DEUS

     


Pe. Gregório Lutz, CSSp

Os sacramentos são sinais. Um sinal remete a uma realidade diferente do próprio sinal. Por exemplo, um sinal numa estrada que diz que até uma determinada cidade a distância é de tantos quilômetros, remete a esta cidade. Mas o sinal não é a cidade. Há outros sinais que remetem a uma outra realidade, mas de alguma maneira esta outra realidade já está presente no sinal mesmo. Por exemplo, o respirar de um corpo humano ou de um animal é sinal de que este corpo vive. O sinal do respiro não apenas remete à vida, mas ele mesmo é vida. Tais sinais que remetem e já contêm em si a realidade significada, normalmente são chamados de símbolos.


Devemos ainda lembrar que não somente coisas ou objetos podem ser sinais, mais igualmente gestos e ações. Assim, por exemplo, o sinal ou símbolo principal do batismo não é bem a água, mas a ação que se realiza com a água, o mergulho nela ou o derramamento da mesma. No entanto, os sinais dos nossos sete sacramentos podem ser ambíguos em seu significado. Um mergulho na água pode levar ao afogamento e a morte, mas pode também refrescar e vitalizar o organismo, pode dar a sensação de um novo nascimento. Os sinais e símbolos sacramentais podem ter sua origem em culturas que não são bem conhecidas, como é o caso da unção. Além de ser curativo e servir para fortalecer o corpo, ela pode significar, a partir da sua origem em Israel, a bênção de Deus ou a instituição de um rei ou sacerdote. Por isso que é muito importante a palavra que acompanha um gesto sacramental, porque determina o que ele significa na respectiva ação sacramental.

        Na celebração dos sacramentos, além do rito central ou essencial, também outros elementos rituais tem valor simbólico, igualmente os objetos do culto, a assembléia e os ministros, sobretudo os ministros próprios do sacramento e até o espaço no qual se realiza a celebração.

       Necessariamente coloca-se, neste contexto, a pergunta: Como tais sinais, ações, pessoas e objetos que entram no rito do sacramento, podem ter valor salvífico? Isso é possível porque Deus está agindo nos sacramentos. Ele está presente e agindo na Igreja, da qual os sacramentos são os momentos mais intensos de vida, desde que a Igreja com seus sacramentos nasceu na cruz, quando Jesus entregou o Espírito. Os sacramentos são um prolongamento da presença e ação de Jesus no mundo. A ação de Deus se mostra e realiza não somente pela ação dos ministros da celebração, mas também de todos aqueles que na celebração se abrem para a ação de Deus, em primeiro lugar quem recebe o sacramento. Assim pode-se realizar aquilo que os sacramentos e toda a liturgia visam: levar a efeito a obra de salvação realizada por Jesus, sobretudo na sua páscoa.
 

Perguntas para reflexão pessoal ou em grupos:

1.         Por que os sinais sacramentais não são magia?
2.         A quem se deve que os sacramentos levam a efeito a salvação?


Fonte: http://www.cnbb.org.br/site/component/docman/cat_view/236-liturgia-em-mutirao-iii?start=20

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