FICHA 10:
SACRAMENTO DA CONVERSÃO
Frei Faustino
Paludo, OFMCap
A reconciliação é uma meta. As pessoas buscam incansavelmente a
paz. Mas, para alcançá-la, é necessário
um penoso caminho de conversão, de mudanças e de transformações. A verdadeira
reconciliação começa no coração de cada pessoa. Isto é, o convite à conversão
exige uma mudança de rumo. Contudo, o processo de mudança não afeta
exclusivamente o indivíduo, mas tende a expandir-se aos demais – à comunidade e
à sociedade.
No processo de conversão
atuam diversos fatores: a) a consciência que quer dar um fim ao que está errado
ou ao que desvia do rumo certo; b) a necessidade de se corrigir e reorganizar a
vida em vista de um novo sentido e de uma nova prática; c) o pressuposto de que
Deus está na origem da vida do ser humano e de que o amor misericordioso de
Deus é quem dá sentido à existência humana. Converter-se é voltar o coração
para Deus (cf Lc 15). É deixar-se reconciliar por Ele (2Cor 5,20) É inserir-se
na dinâmica da Aliança. É participar do amor de Deus e ser testemunha da
santidade de Deus na comunidade eclesial e no meio em que vive. Converter-se significa abandonar a antiga
situação e abrir-se para a nova
realidade de vida.
Já no
Antigo Testamento Vemos o próprio
Deus – por intermédio de seus profetas e mensageiros – convidando o povo à
conversão (Sl 4,3; Sl 94,8; Is 44,22; Jr 18,11; Os 6,1). A conversão significa
retorno ao Senhor, e, consequentemente, a renúncia ao mal, mudando o próprio
modo de viver. O Salmo 51/50 oferece uma síntese da conversão e da misericórdia
de Deus. A conversão se traduz em inúmeras práticas penitenciais.
A pregação de Jesus está centralizada no
anúncio da conversão (metanóia), da
penitência, como única via de ingresso e participação no reino de Deus e como
única via de salvação. Não é por acaso que Jesus inicia seu ministério público
convidando ao arrependimento: “Convertei-vos porque o reino de Deus chegou” (Mt
4,17; Mc 1,15). É um apelo que reflete a
necessidade de colocar-se na dinâmica de quem acolhe a boa nova de salvação. A
conversão é o movimento que, por um lado, significa abandonar o “velho homem” e,
por outro, revestir-se do “novo” (Rm 6,6; Cl 3,9-10). Converter-se é tornar-se
novo na opção de vida pela verdade e a autenticidade. Mais do que uma ação
isolada, a mudança sugere a imagem “do caminho”. Isto é, algo dinâmico, que
precisa ser feito, construído segundo os critérios apontados pela Palavra de
Deus. “O caminho se faz caminhando”
Notemos que a conversão é dom e graça de Deus. Mas também requer
exercício e empenho no sentido de responder fielmente às exigências do Espírito
e à identificação com Jesus Cristo, para o louvor e a gloria de Deus Pai. Neste prisma, o sacramento da Penitência
celebra o encontro do filho pecador com o amor misericordioso do Pai. Encontro
que renova a vida batismal ferida pelo pecado. Encontro que faz crescer no
seguimento de Cristo e do seu Espírito. A conversão sincera é o pressuposto
necessário para uma autêntica celebração do sacramento da Penitência.
Perguntas para reflexão pessoal ou em grupos:
1.
A reconciliação é uma meta a ser alcançada. O que fazer para atingi-la?
2.
O que exige uma verdadeira conversão?
3.
Qual é o pressuposto básico da celebração da Penitência?
4.
Vamos rezar o Salmo 51(51) com os passos da leitura orante?
Nenhum comentário:
Postar um comentário