IX SEMANA COMUM *
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Olhai para mim, Senhor, e tende piedade, pois vivo sozinho e infeliz. Vede minha miséria e minha dor e perdoai todos os meus pecados! (Sl 24,16.18)
Oração do dia
Ó Deus, cuja providência jamais falha, nós vos suplicamos humildemente: afastai de nós o que é nocivo e concedei-nos tudo o que for útil. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (2 Timóteo 3,10-17)
Leitura da segunda carta de são Paulo a Timóteo.
3 10 Tu, pelo contrário, te aplicaste a seguir-me de perto na minha doutrina, no meu modo de vida, nos meus planos, na minha fé, na minha paciência, na minha caridade, na minha constância,
11 nas minhas perseguições, nas provações que me sobrevieram em Antioquia, em Icônio, em Listra. Que perseguições tive que sofrer! E de todas me livrou o Senhor.
12 Pois todos os que quiserem viver piedosamente, em Jesus Cristo, terão de sofrer a perseguição.
13 Mas os homens perversos e impostores irão de mal a pior, sedutores e seduzidos.
14 Tu, porém, permanece firme naquilo que aprendeste e creste. Sabes de quem aprendeste.
15 E desde a infância conheces as Sagradas Escrituras e sabes que elas têm o condão de te proporcionar a sabedoria que conduz à salvação, pela fé em Jesus Cristo.
16 Toda a Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça.
17 Por ela, o homem de Deus se torna perfeito, capacitado para toda boa obra.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Salmo responsorial 118/119
Os que amam vossa lei têm grande paz!
Tantos são os que me afligem e perseguem, / mas eu nunca deixarei vossa aliança!
Vossa palavra é fundada na verdade, / os vossos justos julgamentos são eternos.
Os poderosos me perseguem sem motivo; / meu coração, porém, só teme a vossa lei.
Os que amam vossa lei têm grande paz, / e não há nada que os faça tropeçar.
Ó Senhor, de vós espero a salvação, / pois eu cumpro sem cessar vossos preceitos.
Serei fiel à vossa lei, vossa aliança; / os meus caminhos estão todos ante vós.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Quem me ama, realmente, guardará minha palavra e meu Pai o amará, e a ele nós viremos (Jo 14,23).
EVANGELHO (Marcos 12,35-37)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor!
12 35 Continuava Jesus a ensinar no templo e propôs esta questão: "Como dizem os escribas que Cristo é o filho de Davi?
36 Pois o mesmo Davi diz, inspirado pelo Espírito Santo: 'Disse o Senhor a meu Senhor: senta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos sob os teus pés'.
37 Ora, se o próprio Davi o chama Senhor, como então é ele seu filho?" E a grande multidão ouvia-o com satisfação.
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
“Um Jesus atrelado à História”
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Para os mestres da lei, o Messias está atrelado á história e embora seja anunciado como alguém excepcional, de grande poder e glória, está exatamente dentro de uma categoria humana e nesse caso, inferior a Davi ou no mínimo igual a ele em valentia e conquista na vida terrena., pois o Povo de Israel também tinha seus mitos e o Rei Davi era um deles. Justamente por tê-lo como referência mais importante, o maior de todos os reis, aquele que havia unificado o maior império que o Oriente já tinha visto, os demais mitos que fossem surgir na história, tinham que ter uma relação com ele para ter credibilidade, daí o Messias vindouro ser sempre apresentado como o Filho de Davi.
Nos escritos de Marcos, Jesus não quer fazer concorrência á Davi e nem menosprezar a sua importância e grandiosidade na historia de Israel, mas fica muito claro que a sua identidade enquanto Messias esperado, não se esgota nos acontecimentos da história, e nem pode ser compreendido apenas nessa linha da poderosa estirpe do Rei Davi. Ele é Deus e o seu Senhorio supera todo e qualquer empreendimento ou conquista humana. Jesus ao ensinar no templo, lembra a seus ouvintes que o próprio Davi chamou-o de “Meu Senhor”. Escrevendo sobre isso aos Efésios, o apóstolo Paulo afirmou que “O Pai o assentara à sua direita nos lugares celestiais, muito acima de todo governo, e autoridade, e poder, e senhorio, e todo nome dado, não só neste sistema de coisas, mas também no que há de vir’. (Efésios 1:20, 21).
O homem de nossos tempos quer compreender Jesus não como Senhor Absoluto, mas como alguém atrelado á história, famoso, admirável, grandioso e poderoso, mas que apenas está entre as maiores personalidades do mundo e da história e assim, não se submetem a Ele, não aceitam como Deus e Senhor, e embora todos admirem seus ensinamentos contidos nos evangelhos, estes têm pouca ou nenhuma influência sobre o que se pensa e o que faz nesta pós-modernidade onde cada homem quer ser o Deus de si mesmo.
Como então não ser influenciado por este pensamento nefasto que venera o Antropocentrismo? Nós cristãos não estamos em uma redoma de vidro, protegidos de tais pensamentos e costumes...
A resposta sem sombra de dúvida está na primeira leitura da liturgia de hoje onde em sua carta pastoral direcionada a Timóteo, o apóstolo exorta com toda firmeza e convicção “Permanece firma naquilo que aprendeste e aceitastes como Verdade; Tu sabes de quem o aprendestes...”
Sobre as oferendas
Confiados, ó Deus, no vosso amor de Pai, acorremos ao altar com nossas oferendas; dai-nos, por vossa graça, ser purificados pela eucaristia que celebramos. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: Eu vos chamo, ó meu Deus, porque me ouvis; inclinai o vosso ouvido e escutai-me! (Sl 16,6)
Depois da comunhão
Ó Deus, governai pelo vosso Espírito aos que nutris com o Corpo e o Sangue do vosso Filho. Dai-nos proclamar nossa fé não somente em palavras, mas também na verdade de nossas ações, para que mereçamos entrar no reino dos céus. Por Cristo, nosso Senhor.
MEMÓRIA FACULTATIVA - SANTO EFRÉM
(BRANCO – OFÍCIO DA MEMÓRIA)
Oração do dia: Infundi, ó Deus, em nossos corações o Espírito que inspirava ao diácono Efrém cantar os vossos mistérios e consagrar-se inteiramente ao vosso serviço. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Sobre as oferendas: Seja do vosso agrado, ó Pai, este sacrifício, celebrado na festa de santo Efrém, e, seguindo seu exemplo, seja plena a nossa dedicação ao vosso louvor. Por Cristo, nosso Senhor.
Depois da comunhão: Ó Pai, instruí pelo Cristo mestre aos que saciastes com o Cristo que é pão da vida, para que, na festa de santo Efrém, possamos aprender a verdade e vive-la com amor. Por Cristo, nosso Senhor.
Santo do Dia / Comemoração (SANTO EFRÉM):
Efrém nasceu no ano 306, bem no início do século IV, na cidade de Nisibi, atual Turquia. Cresceu em meio a graves conflitos de ordem religiosa, além das heresias que surgiam tentando abalar a unidade da Igreja. Mas todos eles só serviram de fermento para que sua fé em Cristo e sua ardente devoção à Virgem Maria vigorassem e se firmassem.
O pai de Efrém era sacerdote pagão, embora sua mãe, cristã, defendesse a liberdade religiosa educando o filho dentro dos preceitos da palavra de Cristo. Ele foi educado na infância entre a dualidade do paganismo do pai e do cristianismo da mãe, pois o Edito de Milão, autorizando a liberdade de culto, só entrou em vigor quando ele já tinha sete anos de idade. Mas o patriarca da família jamais aceitou a fé professada pelo filho. Como não o venceu nem com a força, nem com argumentos, expulsou-o de casa. Efrém foi batizado aos dezoito anos e viveu do seu próprio sustento, trabalhando num balneário local.
No ano 338, Nisibi foi invadida pelos persas. Efrém, então diácono, deslocou-se para a cidade de Edessa, também atual Turquia. Os poucos registros sobre sua vida contam-nos que era muito austero. Ele dirigiu e lecionou uma escola que pregava e defendia os princípios cristãos, escrevendo várias obras sobre o tema. Como não sabia grego, sua obra ficou isenta da influência dos teólogos seus contemporâneos, inclinados à controvérsia da Trindade. Efrém foi um ardente defensor da genuína doutrina cristã antiga.
Com veia poética, seus sermões atraiam multidões e sua escola era muito concorrida pelo conteúdo didático simples e exortativo, atingindo diretamente o povo mais humilde. Na sua época estava-se organizando o canto religioso alternado nas igrejas. Esse movimento foi iniciado pelos bispos Ambrósio de Milão e Diodoro da Antioquia. A colaboração do diácono Efrém de Nisibi foram poesias na língua nativa próprias para o canto coletivo, o que permitiu uma rápida divulgação.
Por sua linguagem poética recebeu o apelido carinhoso de "Harpa do Espírito Santo". Somente a Nossa Senhora dedicou mais de vinte poemas, transformados em hinos. Suas poesias eram tão populares e empolgantes que da Síria espalharam-se e chegaram até o Oriente mediterrâneo, graças a uma cuidadosa e fiel tradução em grego.
Efrém morreu no dia 9 de junho de 373, em Edessa, sem ter sido ordenado sacerdote. Desde então, é venerado neste dia por sua santidade, tanto pelos católicos do Oriente como do Ocidente. O papa Bento XV declarou-o doutor da Igreja em 1920.
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