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SÃO JUSTINO - FILÓSOFO E MÁRTIR *
(VERMELHO, PREFÁCIO COMUM OU DOS MÁRTIRES –
OFÍCIO DA MEMÓRIA)
Antífona da entrada: Os pagãos me contaram suas fábulas, mas nada valem perante a vossa lei. Diante dos reis falei de vossa aliança sem me envergonhar (Sl 118,85.46).
Oração do dia
Ó Deus, que destes ao mártir são Justino um profundo conhecimento de Cristo pela loucura da cruz, concedei-nos, por sua intercessão, repelir os erros que nos cercam e permanecer firmes na fé. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (1 Pedro 4,7-13)
Leitura da primeira carta de são Pedro.
4 7 O fim de todas as coisas está próximo. Sede, portanto, prudentes e vigiai na oração.
8 Antes de tudo, mantende entre vós uma ardente caridade, porque a caridade cobre a multidão dos pecados.
9 Exercei a hospitalidade uns para com os outros, sem murmuração.
10 Como bons dispensadores das diversas graças de Deus, cada um de vós ponha à disposição dos outros o dom que recebeu:
11 a palavra, para anunciar as mensagens de Deus; um ministério, para exercê-lo com uma força divina, a fim de que em todas as coisas Deus seja glorificado por Jesus Cristo. A ele seja dada a glória e o poder por toda a eternidade! Amém.
12 Caríssimos, não vos perturbeis no fogo da provação, como se vos acontecesse alguma coisa extraordinária.
13 Pelo contrário, alegrai-vos em ser participantes dos sofrimentos de Cristo, para que vos possais alegrar e exultar no dia em que for manifestada sua glória.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Salmo responsorial 95/96
O Senhor vem julgar nossa terra.
Publicai entre as nações: "Reina o Senhor!" / Ele firmou o universo inabalável, / e os povos ele julga com justiça.
O céu se rejubile e exulte a terra, / aplauda o mar com o que vive em suas águas; / os campos com seus frutos rejubilem / e exultem as florestas e as matas.
Na presença do Senhor, pois ele vem, / porque vem para julgar a terra inteira. / Governará o mundo todo com justiça / e os povos julgará com lealdade.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu vos escolhi a fim de que deis, no meio do mundo, um fruto que dure (Jô 15,16).
EVANGELHO (Marcos 11,11-26)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor!
11 11 Jesus entrou em Jerusalém e dirigiu-se ao templo. Aí lançou-os olhos para tudo o que o cercava. Depois, como já fosse tarde, voltou para Betânia com os Doze.
12 No outro dia, ao saírem de Betãnia, Jesus teve fome. l3 Avistou de longe uma figueira coberta de folhas e foi ver se encontrava nela algum fruto. Aproximou-se da árvore, mas só encontrou folhas pois não era tempo de figos.
14 E disse à figueira: "Jamais alguém coma fruto de ti!" E os discípulos ouviram esta maldição.
15 Chegaram a Jerusalém e Jesus entrou no templo. E começou a expulsar os que no templo vendiam e compravam; derrubou as mesas dos trocadores de moedas e as cadeiras dos que vendiam pombas.
16 Não consentia que ninguém transportasse algum objeto pelo templo.
17 E ensinava-lhes nestes termos: "Não está porventura escrito: 'A minha casa chamar-se-á casa de oração para todas as nações'? Mas vós fizestes dela um covil de ladrões".
18 Os príncipes dos sacerdotes e os escribas ouviram-no e procuravam um modo de o matar. Temiam-no, porque todo o povo se admirava da sua doutrina.
19 Quando já era tarde, saíram da cidade.
20 No dia seguinte pela manhã, ao passarem junto da figueira, viram que ela secara até a raiz.
21 Pedro lembrou-se do que se tinha passado na véspera e disse a Jesus: "Olha, Mestre, como secou a figueira que amaldiçoaste!"
22 Respondeu-lhes Jesus: "Tende fé em Deus.
23 Em verdade vos declaro: todo o que disser a este monte: Levanta-te e lança-te ao mar, se não duvidar no seu coração, mas acreditar que sucederá tudo o que disser, obterá esse milagre.
24 Por isso vos digo: tudo o que pedirdes na oração, crede que o tendes recebido, e ser-vos-á dado.
25 E quando vos puserdes de pé para orar, perdoai, se tiverdes algum ressentimento contra alguém, para que também vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe os vossos pecados.
26 Mas se não perdoardes, tampouco vosso Pai que está nos céus vos perdoará os vossos pecados."
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
"Dar frutos fora de tempo..."
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Neste evangelho vemos que Jesus roga uma praga, essa é que é a verdade, em uma coitada de uma figueira que não tinha frutos a oferecer, pois não era tempo... Com a palavra São Marcos, O "próprio" e não o do Palmeiras, que vai segurar "essa", para que a gente entenda...
Marcos____ Bom, vamos ligar os pontos que parecem desarticulados nesse evangelho, Jesus entrou em Jerusalém e foi ao templo, onde olhou tudo ao seu redor. Depois foi pousar em Betânia, pois já era tarde, daí ao amanhecer é que vem o episódio da figueira...
____E então São Marcos, foi praga mesmo ou é apenas um modo de dizer...?
São Marcos____ A reflexão é uma crítica á religião Oficial, centralizada no templo, onde Jesus esteve ao chegar à cidade, e parece que não gostou do que viu... A grande árvore do Judaísmo só tinha folhas e não estava produzindo fruto nenhum, ali não havia Justiça, Misericórdia, igualdade, liberdade, a coisa já tinha desandado...
____Escuta São Marcos, o Senhor falou aí e eu pensei daqui, se Jesus viesse hoje visitar nossas comunidades, será que iria gostar de ver?
São Marcos_____ Bem pensado.... Isso mesmo.... A reflexão vai nessa linha, que frutos as comunidades cristãs de hoje estão produzindo? A verdadeira comunidade frutifica, evangeliza, educa, orienta, ilumina e conduz e liberta.
____São Marcos, no caminho de volta já no outro dia, Pedro percebeu que a praga tinha pegado, e foi das bravas, pois secou até a raiz...
São Marcos____ Pois é, e quando seca uma árvore até a sua raiz a mesma morre. Se não há frutos, para que serve a raiz de uma árvore? Estamos aqui falando de árvore frutífera, da qual se espera o fruto. Usando um tema bem do tempo de vocês, qual o custo benefício de uma árvore frutífera que não frutifica? Claro que nenhum... Toda a tradição de Israel apontava para uma promessa: o Messianismo Salvador que mudaria a vida das pessoas. Mas havia chegado o tempo da esperança, o tempo do fruto novo que era Jesus, mas cadê o reconhecimento e a aceitação?
____Nossa São Marcos! Então a condição ideal para que Israel desse frutos era a Fé em Jesus Cristo, e não a tradição, que eles tanto prezavam?
São Marcos____ Exato! O tempo da espera tinha terminado, Jesus estava ali com eles, bastava a Fé em sua pessoa e os frutos seriam abundantes. Afinal Deus havia investido na Figueira de Israel, era justo querer os frutos, como hoje Cristo confia e investe nos cristãos dando-lhes a sua Graça, não importa quantos frutos estamos dando, o que importa é a qualidade...
_____Bom, então fica aqui uma pergunta inquietante: como cristãos em nossas comunidades, temos dado frutos aos que nos procuram, ou somos apenas um amontoado de folhas que nada têm a oferecer aos que nos procuram? Como diria um amigo meu, é só volume e barulho, mas nada tem a oferecer...
São Marcos____ Só não esqueça que, os frutos que Deus espera, provém do Espírito presente na Igreja, portanto, condições de produzi-los, toda comunidade e todo cristão tem, não há desculpa e nem justificativa para ser uma "árvore" infrutífera...
Sobre as oferendas
Ó Deus, nós vos pedimos: concedei-nos participar dignamente do mistério da eucaristia, que são Justino defendeu com admirável coragem. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: Nada quis saber entre vós, a não ser Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado (1Cor 2,2).
Depois da comunhão
Restaurados, ó Deus, pelo alimento celeste, nós vos suplicamos que, seguindo o ensinamento do mártir são Justino, permaneçamos sempre em ação de graças pelos dons recebidos. Por Cristo, nosso Senhor.
MISSA VOTIVA - SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS
(BRANCO – MISSAL, PÁG. 382)
Oração do dia: Ó Deus, que no coração do vosso filho, ferido por nossos pecados, nos concedestes infinitos tesouros de amor, fazei que lhe ofereçamos uma justa reparação, consagrando-lhe toda a nossa vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Sobre as oferendas: Considerai, ó Deus, o indizível amor do coração do vosso amado Filho, para que nossas oferendas vos agradem e sirvam de reparação por nossas faltas. Por Cristo, nosso Senhor.
Depois da comunhão: Ó Deus, que este sacramento da caridade nos inflame em vosso amor e, sempre voltados para o vosso Filho, aprendamos a reconhecê-lo em cada irmão. Por Cristo, nosso Senhor.
Santo do Dia / Comemoração (SÃO JUSTINO):
Justino nasceu na cidade de Flávia Neápolis, na Samaria, Palestina, no ano 103, início do século II, quando o cristianismo ainda se estruturava como religião católica. Tinha origem latina e seu pai se chamava Prisco.
Ele foi educado e se formou nas melhores escolas do seu tempo, cursando filosofia e especializando-se nas teorias de Platão. Tinha alma de eremita e abandonou a civilização para viver na solidão. Diz a tradição que foi nessa fase de isolamento que recebeu a visita de um misterioso ancião, que lhe falou sobre o Evangelho, as profecias e seu cumprimento com a Paixão de Jesus, abalando suas convicções e depois desaparecendo misteriosamente.
Anos mais tarde, acompanhou uma sangrenta perseguição aos cristãos, conversou com outros deles e acabou convertendo-se, mesmo tendo conhecimento das penas e execuções impostas aos seguidores da religião cristã. Foi batizado no ano 130 na cidade de Efeso, instante em que substituiu a filosofia de Platão pela verdade de Cristo, tornando-se, historicamente, o primeiro dos Padres da Igreja que sucederam os Padres apostólicos dos primeiros tempos.
No ano seguinte estava em Roma, onde passou a travar discussões filosóficas, encaminhando-as para a visão do Evangelho. Muito culto, era assim que evangelizava entre os letrados, pois esse era o mundo onde melhor transitava. Era um missionário filósofo, que, além de falar, escrevia.
Deixou muitos livros importantes, cujos ensinamentos influenciaram e ainda estão presentes na catequese e na doutrina dogmática da Igreja. Embora tenham alcançado nossos tempos apenas três de suas apologias, a mais célebre delas é o Diálogo com Trifão. Seus registros abriram caminhos à polêmica antijudaica na literatura cristã, além de fornecerem-nos importantes informações sobre ritos e administração dos sacramentos na Igreja primitiva.
Bem-sucedido em todas as discussões filosóficas, conseguiu converter muitas pessoas influentes, ganhando com isso muitos inimigos também. Principalmente a ira dos filósofos pagãos Trifão e Crescêncio. Este último, após ter sido humilhado pelos argumentos de Justino, prometeu vingança e o denunciou como cristão ao imperador Marco Aurélio.
Justino foi levado a julgamento e, como não se dobrou às ameaças, acabou flagelado e decapitado com outros companheiros, que como ele testemunharam sua fé em Cristo no ano 164, em Roma, Itália.
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