quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

LITURGIA EM MUTIRÃO III (16 - RENOVAÇÃO DO SACRAMENTO DA PENITÊNCIA) - CNBB


FICHA 16


RENOVAÇÃO DO SACRAMENTO 
DA PENITÊNCIA






Frei Faustino Paludo, OFMCap

           O Concilio Vaticano II manifestou ao mundo a vontade da Igreja de se aproximar das pessoas humanas, inteirar-se de suas “alegrias e esperanças, tristezas e angústias” (Gaudium et Spes, 1) para auxiliá-las  na compreensão de si mesmas, em especial, de suas tensões e conflitos. A ação mais eficaz que a Igreja pode empreender em vista da reconciliação e da unidade entre as pessoas, consiste em “buscar sem cessar a penitência e a renovação”  (Ritual da Penitência (RP), n. 3).  Nesta perspectiva, o Vaticano II definiu:  “o rito e as fórmulas da Penitência sejam revistos de tal modo que expressem mais claramente a natureza e o efeito do Sacramento (Sacrosanctum Concilium,  72).


À luz da definição Conciliar e da caminhada pós-conciliar, o sacramento passou a ser compreendido como ação litúrgica, memorial do mistério pascal de Jesus Cristo, expressão máxima da misericórdia do Pai que, pela morte e ressurreição de seu Filho, reconciliou o mundo, pacificando tanto as coisas da terra como as do céu. Esta nova realidade de vida é obra do Espírito Santo que move os pecadores a se aproximarem do sacramento da reconciliação (cf RP, introdução, n. 6). A reconciliação é ação da Igreja que valoriza a pessoa e sua situação,  os atos do pecador arrependido, a participação comunitária, a ação do ministro.  Particular ênfase é dada à Palavra de Deus, à acolhida, à escuta e ao diálogo benevolente com o penitente, à absolvição com o gesto da imposição das mãos, à oração ou gesto de contrição e à ação de graças. Tudo para sublinhar  a dinâmica da conversão, numa maior integração entre a vida penitencial e celebração da reconciliação.


          O Ritual da Penitência apresenta três formas distintas de celebração: a) Rito para a reconciliação individual dos penitentes; b) Rito para a reconciliação de vários penitentes com confissão e a absolvição individuais; c) Rito para reconciliação de vários penitentes com confissão e absolvição gerais. Por fim, apresenta ainda uma série de Celebrações Penitenciais não sacramentais. Cada uma dessas formas tem seu valor. A Reconciliação individual, através do diálogo personalizado com o penitente, tem a possibilidade de considerar melhor a caminhada de fé, o engajamento comunitário e social, as necessidades e situações concretas do penitente, estimulando-o à conversão, além de favorecer  ao ministro o desempenho de sua função como sacerdote, pastor, médico e guia. A Reconciliação de vários penitentes (celebração comunitária) expressa o sentido eclesial e comunitário do sacramento. Esta segunda forma, favorece a participação,  a acolhida, a proclamação e a escuta da Palavra, o exame de consciência,  a oração comum e a ação de graças.  Esta forma destaca o valor da mediação da Igreja na graça da reconciliação. A Reconciliação com confissão e absolvição geral é reservada para necessidades e situações especiais (cf Código de Direito Canônico, cân 961).

            O Ritual recomenda, no que se refere às formas individual e comunitária, que a utilização sistemática de uma não obscureça os valores da outra. A utilização das diversas formas, de acordo com o espírito do Ritual e com prudentes critérios pastorais, poderá servir para um maior aprofundamento na graça da reconciliação e evitará que se caia em práticas rotineiras.  Todavia, a prática sacramental da penitência requer um planejamento pastoral que organize e articule sua celebração com critérios amplos e realistas, tendo presente o significado dos tempos litúrgicos e o ritmo espiritual da comunidade cristã.   



 
Perguntas para reflexão pessoal ou em grupos:

1.         Que motivos levam as pessoas buscarem o sacramento da Penitência? Ou o que afasta as pessoas do sacramento?
2.         Quais são as formas rituais do sacramento e qual você mais procura? Por quê?  
3.         Como celebramos este Sacramento em nossa comunidade?

Fonte: http://www.cnbb.org.br/site/component/docman/cat_view/236-liturgia-em-mutirao-iii

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