Igreja canoniza o bispo fundador
dos missionários xaverianos
Por: CNBB/POM
Três beatos da Igreja são canonizados neste domingo, 23 de outubro, Dia Mundial das Missões, no Vaticano. O rito de canonização é celebrado pelo papa Bento XVI que canoniza Luiz Guanella, sacerdote, fundador da Congregação dos Servos da Caridade e do Instituto das Filhas de Santa Maria da Providência; Bonifacia Rodrigues de Castro, fundadora da Congregação das Servas de São José e, também, dom Guido Maria Conforti, arcebispo de Parma, fundador da Pia Sociedade de São Francisco Xavier para as Missões Exteriores.
O bispo dom Guido Maria Conforti foi o primeiro presidente da Pontifícia União Missionária. Trata-se de uma das quatro obras das Pontifícias Obras Missionárias (POM) cuja finalidade específica é o incremento do trabalho missionário e a difusão das Missões, não com a assistência, mas mediante o compromisso direto daqueles que, como os Apóstolos, receberam este mandado: “Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19).
De acordo com o secretário nacional da Pontifícia União Missionária, padre Sávio Corinaldesi, sacerdote xaveriano, italiano, em missão no Brasil desde 1968, a canonização de dom Guido tem um significado singular. “Santificar uma pessoa como dom Guido Conforti significa que o papa quer dizer ao mundo: esse é o bispo como eu gostaria que fossem todos os outros”, afirmou o religioso.
Questionado sobre a afirmação acima, padre Sávio explicou os motivos que levam dom Guido a ser um exemplo de cristão e bispo missionário para a Igreja no mundo. “Estamos num momento em que a Igreja está acordando para a dimensão missionária. Neste sentido, dom Guiado Maria Conforti é um modelo, bispo de uma diocese de 309 paróquias; ele fez cinco vezes a visita pastoral em todas essas paróquias, num tempo em que quase não havia carro, ele tinha que se deslocar a cavalo, a pé, na maior dificuldade. Ele que nunca foi um gigante na saúde”, destacou padre Sávio, que comentou outros feitos do novo santo missionário da Igreja.
“Este homem que assumiu a dimensão missionária, fundou um instituto missionário que nos primeiros anos exigiu muito dele, e com todo esse trabalho, quando o padre Paulo Manna, fundador da Pontifícia União Missionária foi procurá-lo para conseguir apoio, foi bem acolhido por dom Guido que foi uma espécie de procurador, promotor da Pontifícia União Missionária junto à Santa Sé. Pensava o padre Paulo Manna: ‘a Santa Sé irá ouvir muito mais um bispo do que um padre’. E foi justamente isso que aconteceu: significou muito porque depois dom Guido foi presidente da União Missionária durante dez anos. A vida dele se tornou completa. Empenhado em animar missionariamente a Itália através da União Missionária”, sublinhou padre Sávio, filho da Congregação dos Xaverianos, que completou 50 anos de sacerdócio no último dia 15 de outubro.
Completou as colocações do padre Sávio o diretor executivo do Centro Cultural Missionário (CCM) em Brasília, o também missionário xaveriano, padre Estêvão Raschietti. “Dom Guido Maria Conforti é a testemunha de um bispo que não pensou só em sua diocese, mas, ao mesmo tempo em que se comprometia com a missão na sua diocese, pensava longe, na China, concretamente através de um planejamento pastoral para sua diocese e fundando uma congregação para a missão além-fronteiras, ou seja, a integração entre as duas coisas deu um potencial e impulso missionário de verdade à vida de dom Guido, exemplo missionário para a Igreja e para o episcopado no mundo”, frisou padre Estêvão.
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