terça-feira, 27 de setembro de 2011

SANTO DO DIA - 27 de setembro


São Vicente de Paulo 
(1581-1660)


Vicente nasceu no dia 24 de abril de 1581; foi batizado no mesmo dia de seu nascimento. Era o terceiro filho do casal João de Paulo e Bertranda de Morais. Seus pais eram agricultores e muito religiosos. Todos os seis filhos receberam o ensino religioso de sua mãe, que foi a catequista de seus filhos.


Vicente nasceu na aldeia de Pouy, perto da cidade de Dax, sul da França. Seus dois irmãos mais velhos ajudavam os pais na lavoura e Vicente era pastor de ovelhas e de porcos. Desde pequeno, demonstrava muita inteligência e grande religiosidade. Em frente à sua casa, em um pé de carvalho, tinha um buraco; ele colocou aí uma pequena imagem da Santíssima Virgem, onde diariamente ajoelhava e fazia uma oração. Diariamente conduzia os animais para melhores pastagens, onde ficava a vigiá-los. Aos domingos ia à aldeia, com seus pais, para assistir a missa e freqüentar o catecismo.


O Sr. Vigário aconselhou a seu pai para colocar o garoto Vicente em uma escola; via nele um grande futuro, devido sua inteligência. O pai, que era bem ambicioso, colocou-o em um colégio religioso, desejando que ele fosse padre e ser o arrimo da família. Foi matriculado em um colégio de padres Franciscanos, na cidade de Dax, onde ele fez os estudos básicos. Para seguir a carreira sacerdotal fez os estudos teológicos na Universidade de Tolouse. Foi ordenado sacerdote em 23 de setembro de 1600. Continuou os estudos por mais 4 anos, recebendo o título de Doutor em Teologia.


Uma viúva que gostava de ouvir as suas pregações, ciente de que ele era pobre, deixou para ele sua herança, pequena propriedade e determinada importância em dinheiro, que estava com um comerciante em Marselha. Ele foi atrás do devedor, encontrando-o recebeu grande parte do dinheiro; ia regressar de navio, por ser mais rápido e mais barato. Na viagem o barco foi aprisionado por barcos de piratas turcos, e levados para a Turquia. Em Tunis foram vendidos como escravos. Vicente foi vendido para um pescador, depois para um químico; com a morte deste, ele passou para um seu sobrinho, que vendeu-o para um fazendeiro (um renegado) que antes era católico, e com medo da escravidão, adotara a religião muçulmana. Ele tinha três esposas; uma era turca, que ouvindo os cânticos do escravo, sensibilizou-se e quis saber o significado do que ele cantava.


Ela, ciente da história, censurou o marido por ter abandonado uma religião tão bonita. O patrão de Vicente, arrependido, propôs ao escravo a fugirem para a França. Esta fuga só foi realizada 10 meses depois. um pequeno barco, atravessaram o Mar Mediterrâneo e foram dar na costa francesa, em Aignes Nortes e de lá foram para Avinhão. Nesta cidade encontraram o Vice-Legado do Papa. Vicente voltou à condição de padre e o renegado abjurou publicamente e voltou para a Igreja Católica.


Padre Vicente e o renegado ficaram residindo em casa do Vice-Legado. Tendo este de viajar a Roma, levou os dois em sua companhia. Padre Vicente aproveitou a estadia nesta cidade e freqüentou a Universidade, formando-se em Direito Canônico. O renegado pediu para ser admitido em um Mosteiro e tornou-se monge.


Tendo o Papa de mandar um documento sigiloso para o Rei da França, escolheu o padre Vicente. Pelos serviços prestados ao Rei indicou-o como Capelão da Rainha. Seu serviço era distribuir esmolas para os pobres que rodeavam o Palácio, e visitar os doentes do Hospital da Caridade, em nome da Rainha. Padre Vicente não gostava do ambiente do Palácio por ser luxuoso e pediu a rainha para morar em uma pensão.


Na pensão morava com um Juiz e um dia, estando doente, um rapaz de uma farmácia veio lhe trazer um remédio e encontrou um dinheiro do Juiz em uma mesa e roubou. O Juiz logo acusou Padre Vicente do furto. Na sua vida também ouve dúvidas. Desejou conhecer a vida dos pobres e Deus lhe concedeu. Passou 4 anos em meio a mais extrema pobreza até que viu o rosto de Jesus nos pobres e não teve mais dúvidas; “ Iria empregar a sua vida em socorro aos pobres.


Padre Vicente conheceu o padre Berulle, que mais tarde foi nomeado Bispo de Paris, e indicou-o para vigário de Clichy no ano de 1612, subúrbio de Paris. Paróquia pobre, a maioria de seus habitantes eram horticultores e na época a peste bubônica assolava a Europa. O preconceito com a doença era tão grande que os doentes eram, muitas vezes, abandonados, pela própria família, nas florestas ou trancados em suas próprias casas para morrerem isolados, e depois jogados em uma grande vala e enterrados juntos. Padre Vicente se deu bem com eles. Venceu o preconceito, curou muitos doentes, fez o sepultamento dos mortos, criou a Confraria do Rosário para todos os dias visitar os doentes e buscar ajuda.


A pedido do padre Berulle, padre Vicente deixa a paróquia e vai ser o preceptor dos filhos do general das Galeras. Contra a sua vontade, foi residir no Palácio dos Gondi, família rica e da alta nobreza. Padre Vicente percebeu que o povo do campo estava abandonado e na missa dominical incentivou o povo a participar da vida da igreja, a fazer a confissão geral e instituiu a comunhão geral nos primeiros domingos do mês. Teve que arranjar outros padres para ajudá-lo nas confissões, tantos eram os que queriam confessar.


Com o auxílio da senhora De Gondi, padre Vicente convoca as damas dedicadas para fazer caridade aos pobres. As palavras de São Vicente: “Minhas senhoras, vocês estarão fazendo caridade por amor a Jesus Cristo. Os pobres serão os seus senhores e vocês suas servas. O amor de Cristo é o amor dos pobres. Lembrem-se das palavras de Jesus ‘O que fazeis aos pobres é a mim que fazeis’.” Assim nasceram as Damas da Caridade hoje conhecida como Voluntarias da Caridade; Em Folleville é funda uma Confraria de Caridade para homens, em 23/10/1620.


A Congregação das Missão surgiu espontaneamente. Padre Vicente conseguiu alguns colegas para pregações aos camponeses; exigia deles a simplicidade nas pregações, para o povo entender e rapidamente ela foi aumentando. No princípio alugaram uma casa para sua moradia. Com o aumento mudaram para um velho Colégio. O número aumentava. Um cônego que dirigia um leprosário sem doentes ofereceu em doação os prédios do leprosário para residência dos padres. A instituição demorou de 1625 até 12 de janeiro de 1633, quando recebeu a Bula do papa Urbano VIII, reconhecendo a Instituição.


Padre Vicente sempre se preocupou com as crianças enjeitadas e abandonadas, com os velhos, com os pobres e doentes conforme Jesus Cristo ensinou no seu Evangelho. Durante sua vida criou grandes obras, que até hoje estão prestando serviços à humanidade. Quem segue o Padre Vicente sempre encontra uma maneira de lutar contra a miséria.


O trabalho era muito pesado para as damas da caridade, pois o País estava em guerra, a miséria aumentava a cada dia, as crianças abandonadas e os idosos desprezados necessitavam de muito trabalho. Padre Vicente chamou Luiza de Marilac e pediu que ela procurasse camponesas dispostas a servir a Deus para ajuda-las. A primeira camponesa foi Margarida Nasseau e mais 3 camponesas, formaram um grupo de Jovens que Padre Vicente chamou-as de Filhas da Caridade, estabelecendo assim a Confraria das filhas da caridade de São Vicente de Paulo. Hoje, as irmãs da caridade estão espalhadas pelo mundo inteiro. Isto se deu em 29 de novembro de 1633.


São Vicente de Paulo deu à jovem Congregação uma regra, cujo espírito é mais uma prova de alta competência do autor em matéria de virtude e santidade. Às filhas davam como "mosteiro a casa dos enfermos, como claustro as ruas da cidade, como clausura a obediência, como grade o temor de Deus, como véu a santa modéstia". Tiveram como divisa a palavra do Apóstolo "Caritas urget me" - a caridade me obriga. A nova instalação teve um incremento grandioso. 


Padre Vicente criou tantas obras, que em pouco tempo não é possível enumerá-las; a história de sua vida é uma beleza. A seu respeito existem biografias, que poderão ser estudadas por vocês. Padre Vicente tinha quase 80 anos quando faleceu, dia 27 de setembro de 1660.


Em 16 de junho de 1737 foi canonizado pelo papa Clemente XII, e em 12 de maio de 1885 é declarado patrono de todas as obras de caridade da Igreja Católica, por Leão XIII.

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