MINHA VISÃO DO TEXTO

Humildade

“A palavra humildade tem como raiz o termo latino húmus [terra] que, em habraico – adamah – faz lembrar adâm; assim, Adão significa argila, terra vermelha. O homem humilde é Adão. Ser homem é reconhecer-se terroso, argiloso; aliás, é por essa razão que somos todos irmãos já que somos feitos de argila! Independentemente da cor de nossa pele – vermelha, amarela, branca ou negra -, somos todos feitos de argila! A humildade é a própria condição para ser aquilo que se é: para ser humano. Essa é a verdade de nossa humanidade.”

Fonte: Trecho do Livro AMAR... APESAR DE TUDO de Jean-Yves Leloup, p. 31, Ed. Verus, 2002.

Comentário

Reconheço o que sou: humilde.

Sempre gostei desta definição de humildade a partir de da origem de sua palavra. Humildade em o que somos, nem mais nem menos do que os outros. É a nossa realidade mais verdadeira. Basta sermos sinceros conosco e seremos humildes. Quando reconhecermos as nossas limitações e nos esforçarmos a viver com elas, sem fazer disso uma arma contra si mesmo ou contra os outros.

Se me reconheço na minha fragilidade e pequenez não julgo os outros, mas os compreendo mais. E compreendê-los não significa concordar com seus erros, mas ser tolerantes com eles, pois o que outros já fizeram errado, ou eu já fiz, ou tive vontade ou a vontade ainda não passou e mais cedo ou mais tarde eu farei, quando não estiver alguém por perto.

A humildade é uma das principais virtudes cristãs ou de quem busca a santidade porque é a principal virtude de quem é verdadeiramente ser humano. E ser humano é ser justo consigo primeiro e, por conseqüência, com outros. Não se pode ser santo sem ser humilde, como não se pode ser humilde sem ser humano.

Ser humilde é não criar uma falsa imagem de si mesmo.

Muitas vezes as outras pessoas tentam nos rotular e, desse modo, criar uma imagem nossa que não somos. Ficam apenas com a parte que lhes interessa. E esta parte não é a única existente em nós.  É somente a parte que elas conseguem ver de nós. Pode até ser a parte que mais gostamos de lhes apresentar ou a que, só às vezes manifestamos, mas certamente não é a única. E se quisermos desagradar a nós mesmos, queiramos agradar a todos os outros. O problema é que nunca conseguiremos agradar a todos de uma só vez. Sempre faltará alguma coisa. E esta ‘alguma coisa’ é o que nos mantém querendo viver, querendo crescer.

Elogios ou críticas?

Não devemos nos iludir nem com os elogios e nem com as críticas que advém sobre nós, pois eles nem sempre serão os mesmos e serão sempre passageiros. 


Agora, devemos dar mais atenção às críticas do que aos elogios. Os elogios nos enfraquecem, nos iludem mais, nos levam para um terreno inseguro. É como voar sem ter asas. Já as críticas, mesmo as mais cruéis, nos apontam algo que precisamos crescer. Elas nos permitem permanecer na segurança do chão que pisamos. Elas nos trazem de volta pra casa. É como dirigir um carro bem usado, mas pago com o seu dinheiro, o seu esforço, o seu salário.

O humilde crê em Deus.

A pessoa verdadeiramente humilde acredita na existência de Deus. E não somente, mas crê e se deixa sustentar pela força que vem de Deus. Sabe das suas limitações próprias da sua condição humana, por isso reconhece a sua dependência de Deus, a necessidade de ser cuidado pelo Pai do céu, o Criador de tudo.

O humilde, por excelência, é Jesus Cristo que, mesmo sendo Deus, abaixou-se diante do ser humano e aceitou até morrer na cruz para salvar a todos, até mesmo os maus e incrédulos (ver Filipenses 2).      

Ser humilde é ser feliz.

O que todos buscamos é a felicidade. E somente seremos felizes se formos plenamente humanos. Mas só seremos humanos por completo, se formos humildes. Então, o caminho da felicidade para o ser humano passa necessariamente pelo caminho da humildade. Ou seremos humildes ou seremos eternamente infelizes.

Esta é só a minha visão, minha opinião, minha verdade sobre o texto. E você o que pensa a respeito?

                                                                   Pe. Adauto Farias, CM