Bispos do Regional Sul 1 da CNBB pedem que ideologia de gênero não seja incluída nos PME
APARECIDA, 12 Jun. 15 / 12:42 pm (ACI).-
Os Bispos do
Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que
engloba o estado de São Paulo, publicaram uma nota sobre a ideologia de
gênero na educação. No texto, ressaltam que “as consequências da
introdução dessa ideologia na prática pedagógica das escolas contradiz
frontalmente a configuração antropológica de família, transmitida há
milênios em todas as culturas”.
Na quinta-feira, 11, ao término da 78ª Assembleia Episcopal Regional,
ocorrida em Aparecida (SP), os Bispos divulgaram a mensagem que aborda a
questão dos Planos Municipais de Educação (PME) a serem aprovados pelos
municípios brasileiros até o dia 24 de junho. Nela, atestam o “apreço
ao empenho dos Conselhos Municipais de Educação” na aprovação deste
plano que norteará a prática educativa nos próximos dez anos. Mas,
alertam para a possibilidade de inserção da ideologia de gênero neste
documento.
Atentando sobre as ameaças aos valores familiares que acarretariam da
aprovação da ideologia de gênero, os Bispos dizem esperar dos
“governantes do Legislativo e Executivo uma tomada de posição que
garanta para as novas gerações uma escola que promova a família, tal
como a entendem a Constituição Federal (artigo 226) e a tradição cristã,
que moldou a cultura brasileira”.
Por fim, também pedem a inclusão no PME do “ensino religioso, em
sintonia com a confissão religiosa da família, que tem filhos na
escola”.
Confira a seguir, na íntegra, a nota dos Bispos do Regional Sul 1 da CNBB:
NOTA DO REGIONAL SUL 1/CNBB SOBRE IDEOLOGIA DE GÊNERO NA EDUCAÇÃO
Aos Srs. Prefeitos, Presidentes e Vereadores dos Municípios, educadores e pais no Estado de São Paulo;
Nós, Bispos católicos do Estado de São Paulo (Regional Sul 1 da CNBB),
no exercício de nossa missão de Pastores, queremos manifestar nosso
apreço ao empenho dos Conselhos Municipais de Educação na elaboração dos
Planos Municipais de Educação para o próximo decênio, a serem votados
nas Câmaras Municipais. Destacamos nesses projetos, além da
universalização do ensino, o empenho em colocar, como eixo orientador da
educação, a inclusão social, para que uma geração nova de homens e
mulheres possa se tornar construtora de uma sociedade onde todas as
pessoas, grupos sociais e etnias sejam respeitados e possam participar e
se beneficiar da produção dos bens materiais e culturais, numa nação
cada vez mais próspera e justa. Consideramos, entretanto, oportuno e
necessário esclarecer o que segue, no que se refere à ideologia de
gênero, nos Planos Municipais de Educação:
A discussão dos Planos Municipais de Educação, deveria ser orientada
pelo Plano Nacional de Educação (PNE), votado no Congresso Nacional e
sancionado em 2014 pela Presidente da República, do qual já foram
retiradas as expressões da ideologia de gênero.
Os projetos enviados aos Legislativos Municipais incluíram novamente, em
suas propostas, a ideologia de gênero, como norteadora da educação,
tanto como matéria de ensino, como em outras práticas destinadas a
relativizar a natural diferença sexual.
A ideologia de gênero, com que se procura justificar esta “revolução
cultural”, pretende que a identidade sexual seja uma construção
exclusivamente cultural e subjetiva e que, consequentemente, haja outras
formas igualmente legítimas de manifestação da sexualidade, devendo
todas integrar o processo educacional com o objetivo de combater a
discriminação das pessoas em razão de sua orientação sexual.
A ideologia de gênero subverte o conceito de família, que tem seu
fundamento na união estável entre homem e mulher, ensinando que a união
homossexual é igualmente núcleo fundante da instituição familiar.
As consequências da introdução dessa ideologia na prática pedagógica das
escolas contradiz frontalmente a configuração antropológica de família,
transmitida há milênios em todas as culturas. Isso submeteria as
crianças e jovens a um processo de esvaziamento de valores cultivados na
família, fundamento insubstituível para a construção da sociedade.
Diante dessa grave ameaça aos valores da família, esperamos dos
governantes do Legislativo e Executivo uma tomada de posição que garanta
para as novas gerações uma escola que promova a família, tal como a
entendem a Constituição Federal (artigo 226) e a tradição cristã, que
moldou a cultura brasileira.
Pedimos ainda que seja cumprido o que dispôs o Conselho Nacional de
Educação, através da Câmara de Educação Básica, que, dispõe que o ensino
religioso integra a base nacional comum da Educação Básica (na
resolução número 4, de 13/07/2010, em seu artigo 14, § 1, letra F).
Seja, pois, incluído nos Planos Municipais de Educação o ensino
religioso, em sintonia com a confissão religiosa da família, que tem
filhos na escola.
Queremos também solidarizar-nos com todos os que sofrem discriminação na
sociedade. Que as escolas ofereçam uma educação que valorize a família e
a prática das virtudes, acolhendo bem a todos, seja qual for a
orientação sexual.
Deus abençoe a todos que trabalham na educação das crianças, adolescentes e jovens.
Aparecida, 11 de junho de 2015.
Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer
Presidente do Conselho Episcopal Regional Sul 1 – CNBB
Dom Moacir Silva
Vice-Presidente do Conselho Episcopal Regional Sul 1 – CNBB
Dom Tarcísio Scaramussa
Secretário do Presidente do Conselho Episcopal Regional Sul 1 – CNBB
fonte: acidigital.com
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