terça-feira, 17 de julho de 2012

LITURGIA DAS HORAS - OFÍCIO DAS LEITURAS / TERÇA-FEIRA DA XV SEMANA DO TEMPO COMUM







BEM-AVENTURADO INÁCIO DE AZEVEDO,
PRESBÍTERO, E SEUS COMPANHEIROS, MÁRTIRES

Memória

Inácio de Azevedo nasceu no Porto (Portugal), de família ilustre, em 1526 ou1527; entrou na Companhia de Jesus em 1548 e foi ordenado sacerdote em 1553. Mais tarde partiu para o Brasil, a fim de se consagrar ao apostolado missionário. Tendo voltado à pátria,conseguiu recrutar numerosos colaboradores para a sua obra evangelizadora e empreendeu a viagem de regresso; mas, interceptados ao largo das ilhas Canárias pelos corsários anticatólicos, ali sofreu o martírio no dia 15 de julho de 1570. Os trinta e nove
Companheiros que iam na mesma nau (trinta e um portugueses e oito espanhóis) foram também Martirizados no mesmo dia ou no dia seguinte. Foram beatificados pelo papa Pio IX em 1854.
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Invitatório

V. Abri os meus lábios, ó Senhor.
R. E minha boca anunciará vosso louvor.


R. Ao Senhor, Rei dos mártires, vinde, adoremos!.
Salmo 94(95)
ouvir:  

Convite ao louvor de Deus
Animai-vos uns aos outros, dia após dia, enquanto ainda se disser ‘hoje’ (Hb 3,13).

1Vinde, exultemos de alegria no Senhor, *
aclamemos o Rochedo que nos salva!
2 Ao seu encontro caminhemos com louvores, *
e com cantos de alegria o celebremos! (R.)

3 Na verdade, o Senhor é o grande Deus, *
o grande Rei, muito maior que os deuses todos.
4 Tem nas mãos as profundezas dos abismos, *
e as alturas das montanhas lhe pertencem;
5 o mar é dele, pois foi ele quem o fez, *
e a terra firme suas mãos a modelaram. (R.)

6 Vinde adoremos e prostremo-nos por terra, *
e ajoelhemos ante o Deus que nos criou!
=7 Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor, †
e nós somos o seu povo e seu rebanho, *
as ovelhas que conduz com sua mão. (R.)

=8 Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: †
“Não fecheis os corações como em Meriba, *
9 como em Massa, no deserto, aquele dia,
– em que outrora vossos pais me provocaram, *
apesar de terem visto as minhas obras”. (R.)

=10Quarenta anos desgostou-me aquela raça †
e eu disse: “Eis um povo transviado, *
11seu coração não conheceu os meus caminhos!”
– E por isso lhes jurei na minha ira: *
“Não entrarão no meu repouso prometido!” (R.)

(Rezado): – Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

(Cantado): Demos glória a Deus Pai onipotente
e a seu Filho, Jesus Cristo, Senhor nosso, †
e ao Espírito que habita em nosso peito *
pelos séculos dos séculos. Amém.

(R.)
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Ofício das Leituras
V. Vinde, ó Deus, em meu auxílio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Amém. 
Esta introdução se omite quando o Invitatório precede imediatamente ao Ofício das Leituras. 
Hino
Rei glorioso do mártir,
sois a coroa e o troféu,
pois desprezando esta terra,
procura apenas o céu.

Que o coração inclinando,
possais ouvir nossa voz;
vossos heróis celebrando,
supliquem eles por nós!

Se pela morte venceram,
mostrando tão grande amor,
vençamos nós pela vida
de santidade e louvor.

A vós, Deus uno, Deus trino,
sobe hoje nosso louvor,
pelos heróis que imitaram
a própria cruz do Senhor.
Salmodia
Ant. 1 Até à morte fiéis ao Senhor,
derramaram seu sangue por Cristo
e alcançaram o prêmio eterno.
Salmo 2 
1 Por que os povos agitados se revoltam? *
por que tramam as nações projetos vãos?
=2 Por que os reis de toda a terra se reúnem, †
e conspiram os governos todos juntos *
contra o Deus onipotente e o seu Ungido?

3 “Vamos quebrar suas correntes”, dizem eles, *
“e lançar longe de nós o seu domínio!”
4 Ri-se deles o que mora lá nos céus; *
zomba deles o Senhor onipotente.
5 Ele, então, em sua ira os ameaça, *
e em seu furor os faz tremer, quando lhes diz:

6 “Fui eu mesmo que escolhi este meu Rei, *
e em Sião, meu monte santo, o consagrei!”
=7 O decreto do Senhor promulgarei, †
foi assim que me falou o Senhor Deus: *
“Tu és meu Filho, e eu hoje te gerei!

=8 Podes pedir-me, e em resposta eu te darei †
por tua herança os povos todos e as nações, *
e há de ser a terra inteira o teu domínio.
9 Com cetro férreo haverás de dominá-los, *
e quebrá-los como um vaso de argila!”

10 E agora, poderosos, entendei; *
soberanos, aprendei esta lição:
11 Com temor servi a Deus, rendei-lhe glória *
e prestai-lhe homenagem com respeito!

12 Se o irritais, perecereis pelo caminho, *
pois depressa se acende a sua ira!
– Felizes hão de ser todos aqueles *
que põem sua esperança no Senhor!
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Ant.
 Até à morte fiéis ao Senhor, 
derramaram seu sangue por Cristo 
e alcançaram o prêmio eterno.
Ant. 2 Os justos viverão eternamente,
e a sua recompensa é o Senhor.

Salmo 32(33)

I
   –1 Ó justos, alegrai-vos no Senhor! *
 Aos retos fica bem glorificá-lo.

 –2 Dai graças ao Senhor ao som da harpa, *
 na lira de dez cordas celebrai-o!
 –3 Cantai para o Senhor um canto novo, *
 com arte sustentai a louvação!

 –4 Pois reta é a palavra do Senhor, *
 e tudo o que ele faz merece fé.
 –5 Deus ama o direito e a justiça, *
 transborda em toda a terra a sua graça.

 –6 A palavra do Senhor criou os céus, *
 e o sopro de seus lábios, as estrelas.
 –7 Como num odre junta as águas do oceano, *
 e mantém no seu limite as grandes águas. –

 –8 Adore ao Senhor a terra inteira, *
 e o respeitem os que habitam o universo!
 –9 Ele falou e toda a terra foi criada, *
 ele ordenou e as coisas todas existiram.

 –10 O Senhor desfaz os planos das nações *
 e os projetos que os povos se propõem.
 =11 Mas os desígnios do Senhor são para sempre, †
 e os pensamentos que ele traz no coração, *
 de geração em geração, vão perdurar.

 Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
 Como era no princípio, agora e sempre. Amém. 

Ant.Os justos viverão eternamente, 
e a sua recompensa é o Senhor.
Ant. 3 Vós lutastes por mim sobre a terra:
recebei, meus amigos, o prêmio.

 
II
 –12 Feliz o povo cujo Deus é o Senhor, *
 e a nação que escolheu por sua herança!
 –13 Dos altos céus o Senhor olha e observa; *
 ele se inclina para olhar todos os homens.

 –14 Ele contempla do lugar onde reside *
 e vê a todos os que habitam sobre a terra.
 –15 Ele formou o coração de cada um *
 e por todos os seus atos se interessa.

 –16 Um rei não vence pela força do exército, *
 nem o guerreiro escapará por seu vigor.
 –17 Não são cavalos que garantem a vitória; *
 ninguém se salvará por sua força.

 –18 Mas o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem, *
 e que confiam esperando em seu amor,
 –19 para da morte libertar as suas vidas *
 e alimentá-los quando é tempo de penúria.

 –20 No Senhor nós esperamos confiantes, *
 porque ele é nosso auxílio e proteção!
 –21 Por isso o nosso coração se alegra nele, *
 seu santo nome é nossa única esperança.

 –22 Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, *
 da mesma forma que em vós nós esperamos!

 Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
 Como era no princípio, agora e sempre. Amém.  

 
Ant. Vós lutastes por mim sobre a terra:
recebei, meus amigos, o prêmio.


V. No Senhor nós esperamos confiantes.
R. Porque ele é nosso auxílio e proteção.


Primeira leitura
Da Carta de São Paulo aos Romanos 8,18-39

Nada nos pode separar do amor de Deus,
que está em Cristo Jesus
Irmãos: 18Eu entendo que os sofrimentos do tempo presente nem merecem ser comparados com a glória que deve ser revelada em nós.

19De fato, toda a criação está esperando ansiosamente o momento de se revelarem os filhos de Deus. 20Pois a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua livre vontade, mas por sua dependência daquele que a sujeitou; 21também ela espera ser libertada da escravidão da corrupção e, assim, participar da liberdade e da glória dos filhos de Deus. 22Com efeito, sabemos que toda a criação, até ao tempo presente, está gemendo como que em dores de parto. 23E não somente ela, mas nós também, que temos os primeiros frutos do Espírito, estamos interiormente gemendo, aguardando a adoção filial e a libertação para o nosso corpo. 24Pois já fomos salvos,mas na esperança. Ora, o objeto da esperança não é aquilo que a gente está vendo; como pode alguém esperar o que já vê? 25Mas se esperamos o que não vemos, é porque o estamos aguardando mediante a perseverança.

26Também o Espírito vem em socorro da nossa fraqueza. Pois nós não sabemos o que pedir, nem como pedir; é o próprio Espírito que intercede em nosso favor, com gemidos inefáveis. 27aquele que penetra o íntimo dos corações sabe qual é a intenção do Espírito. Pois é sempre segundo Deus que o Espírito intercede em favor dos santos.

28Sabemos que tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são
chamados para a salvação, de acordo com o projeto de Deus. 29Pois aqueles que Deus
contemplou com seu amor desde sempre, a esses ele predestinou a serem conformes à imagem de seu Filho, para que este seja o primogênito numa multidão de irmãos. 30E aqueles que Deus predestinou, também os chamou. E aos que chamou, também os tornou justos;e aos que tornou justos, também os glorificou.

31Depois disto, que vos resta dizer? Se Deus é por nós, quem será contra nós? 32Deus que não poupou seu próprio filho, mas o entregou por todos nós, como não nos daria tudo junto com ele? 33Quem acusará os escolhidos de Deus? Deus, que os declara justos? 34Quem condenará? Jesus Cristo, que morreu, mais ainda, que ressuscitou, e está, à direita de Deus, intercedendo por nós?

35Quem nos separará do amor de Cristo? Tribulação? Angústia? Perseguição? Fome? Nudez? Perigo? Espada? 36Pois é assim que está escrito:

“Por tua causa somos entregues à morte, o dia todo;  fomos tidos como ovelhas destinadas ao matadouro”. 37Mas, em tudo isso, somos mais que vencedores, graças àquele que nos amou! 38Tenho a certeza que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os poderes celestiais, nem o presente nem o futuro, nem as forças cósmicas, 39nem a altura, nem a profundeza, nem outra criatura qualquer será capaz de nos separar do amor de Deus por nós, manifestado em Cristo Jesus, nosso Senhor.

Responsório Mt 5,44-45.48; Lc 6,17

R. Amai os vossos inimigos, diz Jesus,
orai por quem vos calunia e persegue,
E sereis filhos do vosso Pai celeste.
V. Sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito.
* E sereis.

Segunda leitura
Das Homilias de São João Crisóstomo, bispo

(Hom. De gloria in tribulationibus, 2.4:
PG 51, 158-159.162-164)

(Séc.IV)

Os sofrimentos e a glória dos mártires
Consideremos a sabedoria de Paulo. Que diz ele? Eu entendo que os sofrimentos do
tempo presente nem merecem ser comparados com a glória que deve ser revelada em
nós (Rm 8,18). Por que, exclama, me falais das feridas, dos tormentos, dos altares, dos
algozes, dos suplícios, da fome, do exílio, das privações, dos grilhões e das algemas?
Ainda que invoqueis todas as coisas que atormentam os homens, nada podeis mencionar
que esteja à altura daqueles prêmios, daquelas coroas, daquelas recompensas. Pois as
provações cessam com a vida presente, ao passo que a recompensa é imortal,
permanecendo para sempre.

Também isto insinuava o Apóstolo em outro lugar, quando dizia: O que no presente é
insignificante e momentânea tribulação (cf. 2Cor 4,17). Ele diminuía a quantidade pela
qualidade, e alivia a dureza pelo breve espaço de tempo. Como as tribulações que então
sofriam eram penosas e duras por natureza, Paulo se serve de sua brevidade para
diminuir-lhe a dureza, dizendo: O que no presente é insignificante e momentânea
tribulação, acarreta para nós uma glória eterna e incomensurável. E isso acontece,
porque voltamos os nossos olhares para as coisas invisíveis e não para as coisas
visíveis. Pois o que é visível é passageiro, mas o que é invisível é eterno 
(cf. 2Cor 4,17-18).

Vede como é grande a glória que acompanha a tribulação! Vós mesmos sois
testemunhas do que dizemos. Antes mesmo que os mártires tenham recebido as
recompensas, os prêmios, as coroas, enquanto ainda se vão transformando em pó e
cinza, já acorremos com entusiasmo para honrá-los, convocando uma assembléia
espiritual, proclamando o seu triunfo, exaltando o sangue que derramaram, os
tormentos, os golpes, as aflições e as angústias que sofreram. Assim, as próprias
tribulações são para eles uma fonte de glória, mesmo antes da recompensa final.

Tendo refletido sobre estas coisas, irmãos caríssimos, suportemos generosamente todas as adversidades que sobrevierem. Se Deus as permite, é porque são úteis para nós. Não percamos a esperança nem a coragem, prostrados pelo peso dos sofrimentos, mas resistamos com fortaleza e demos graças a Deus pelos benefícios que nos concedeu. Deste modo, depois de gozarmos dos seus dons na vida presente, alcançaremos os bens da vida futura, pela graça, misericórdia e bondade de nosso Senhor Jesus Cristo. A ele pertencem a glória e o poder, com o Espírito Santo, agora e sempre e pelos séculos. Amém.

Responsório Sb 3,1-4

R. As almas dos justos estão protegidas
nas mãos do Senhor.
O tormento da morte não há de atingi-los.
* Aos olhos dos tolos estão como mortos,
mas repousam em paz.
V. Se aos olhos dos homens sofreram tormentos,
sua esperança era plena de vida imortal.
* Aos olhos.

Oração

Ó Deus, que escolhestes Inácio de Azevedo e seus trinta e nove companheiros para
regarem com seu sangue as primeiras sementes do Evangelho lançadas na Terra de
Santa Cruz, concedei-nos professar constantemente, para vossa maior glória, a fé que
recebemos de nossos antepassados. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na
unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Demos graças a Deus.


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