segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Pecado do cristão é única traição que Igreja deve temer, diz Papa


"A ÚNICA INSÍDIA PARA A IGREJA É O PECADO
DOS SEUS MEMBROS"
Ato de veneração de Bento XVI à Imaculada Conceição na Piazza di Spagna


ROMA, sexta-feira, 9 de dezembro de 2011 (ZENIT.org) - Num momento difícil para a Itália, para a Europa e para o mundo, Maria está sempre pronta para salvar a humanidade do pecado e da autodestruição. É o que recordou o papa Bento XVI durante o ato tradicional de veneração à Imaculada Conceição na Piazza di Spagna, na capital italiana.

No caminho do Vaticano até a célebre praça romana, o Santo Padre fez uma breve parada em frente à Igreja da Santíssima Trindade, onde recebeu a homenagem da Associação dos Comerciantes da Via Condotti.

Já na praça, Bento XVI foi saudado calorosamente por milhares de fiéis com um longo aplauso e gritos de "viva o papa!". O pontífice começou o ato de adoração lendo uma passagem do Apocalipse de São João e depois fez a homenagem floral a Maria, cuja imagem ocupa o topo de uma coluna existente nas imediações.

A estátua da Madonna di Piazza di Spagna, não surpreendentemente, é inspirada na descrição do Apocalipse: "Apareceu um grande sinal no céu: uma mulher vestida de sol, com a lua sob seus pés e, na cabeça, um coroa de doze estrelas" (Ap 12.1).

No Apocalipse, Maria está "vestida de sol" porque é "rodeada da luz de Deus e vive em Deus", disse o Papa. Ela é "cheia de graça", porque é "cheia do amor de Deus".

A lua aos seus pés é "um símbolo da morte e da mortalidade", mas Maria a supera, porque é "plenamente associada à vitória de Cristo, seu Filho, sobre o pecado e a morte".

A vitória sobre a morte, com a qual Maria contribui por ser corredentora dos homens com Cristo, já se manifesta nos dois "grandes mistérios da sua existência": a Imaculada Conceição, comemorada neste 8 de dezembro, e a Assunção ao Céu "em alma e corpo na glória de Deus", disse o Santo Padre.

Maria vence a morte mesmo em sua vida terrena "porque a vive inteiramente a serviço de Deus, na oblação plena de si mesma a Ele e aos outros". Maria é, "por si, só um hino à vida".

A “coroa de doze estrelas” descrita no Apocalipse "representa as doze tribos de Israel, significando que a Virgem Maria está no centro do povo de Deus", diz Bento XVI. Além disso, os símbolos nos lembram que Maria "personifica a Igreja, a comunidade cristã de todos os tempos".

“Ela aparece grávida”, disse o Santo Padre, “porque carrega Cristo em seu ventre e o traz ao mundo: eis o trabalho da Igreja peregrina sobre a terra, que, em meio às consolações de Deus, deve levar Jesus à humanidade".

O enorme "dragão vermelho" do Apocalipse é o diabo, que, em vão, tentou "devorar Jesus", mas o Cristo ressuscitou, subiu ao céu e sentou-se à direita do Pai.

"Então o dragão, derrotado de uma vez por todas no céu, dirige os seus ataques contra a mulher: a Igreja, no deserto do mundo. Mas, em todos os tempos, a Igreja é sustentada pela luz e pelo poder de Deus, que a nutre no deserto com o pão da Sua Palavra e da Eucaristia", disse o papa.

E assim, apesar das perseguições e tribulações que sofre em todo tempo e lugar, a Igreja "sai vencedora". A comunidade cristã que ela representa é a "certeza do amor de Deus contra todas as ideologias do ódio e do egoísmo".

"A única insídia que a Igreja pode e deve temer é o pecado dos seus membros", disse Bento XVI. Ao passo que Maria é Imaculada, "livre de toda mancha do pecado, a Igreja também é santa, mas, ao mesmo tempo, é marcada pelos nossos pecados".

É por esta razão que o povo de Deus deve entrar em contato com Maria, para "nos acompanhar no caminho da fé, para nos incentivar no compromisso de vida cristã e para nos dar o sustento da esperança".

A intercessão de Maria Santíssima é essencial "especialmente neste momento difícil para a Itália, para a Europa, para várias partes do mundo", disse o papa.

"Que Maria nos ajude a ver que há uma luz além do manto de névoa que parece envolver a realidade", concluiu Bento XVI.

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