Sábado, 25 de Agosto de 2012
XX Semana do Tempo Comum
São Luís da França
Leituras do Dia
1a. Leitura: Ezequiel (Ez) 43,1-7
Salmo responsorial (Sl) 84 (85)
Evangelho: Mateus (Mt) 23,1-12
XX SEMANA DO TEMPO COMUM *
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Inclinai, Senhor, o vosso ouvido e escutai-me; salvai, meu Deus, o servo que confia em vós. Tende compaixão de mim, clamo por vós o dia inteiro (Sl 85,1ss).
Oração do dia
Ó Deus, que unis os corações dos vossos fiéis num só desejo, dai ao vosso povo amar o que ordenais e esperar o que prometeis, para que, na instabilidade deste mundo, fixemos os nossos corações onde se encontram as verdadeiras alegrias. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Ezequiel 43,1-7)
Leitura da profecia de Ezequiel.
43 1 Fui então conduzido ao pórtico oriental,
2 e eis que a glória do Deus de Israel chegava do oriente, com ruído semelhante ao ruído das muitas águas, enquanto a terra resplandecia com seu clarão.
3 A visão que eu contemplava então recordava-me a que me havia aparecido quando eu tinha vindo para a destruição da cidade, e a que me havia aparecido nas margens do Cobar. Caí com a face em terra.
4 A glória do Senhor penetrou no templo pela porta oriental.
5 O espírito levou-me e transportou-me ao átrio interior: eis que o templo estava cheio do resplendor do Senhor.
6 Ouvi, então, que alguém me falava do interior do templo, enquanto o homem se conservava (sempre) a meu lado.
7 “Filho do homem”, disse-me (a voz), “é aqui o lugar do meu trono, o lugar onde pus a planta dos meus pés, minha morada definitiva entre os israelitas. De hoje em diante, nem o povo de Israel, nem seus reis profanarão mais o meu santo nome pelas suas fornicações nem pelos cadáveres de seus reis, seus lugares altos”.
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 84/85
A glória do Senhor habitará em nossa terra.
Quero ouvir o que o Senhor irá falar:
é a paz que ele vai anunciar.
Está perto a salvação dos que o temem,
e a glória habitará em nossa terra.
A verdade e o amor se encontrarão,
a justiça e a paz se abraçarão;
da terra brotará a fidelidade,
e a justiça olhará dos altos céus.
O Senhor nos dará tudo o que é bom,
e a nossa terra nos dará suas colheitas;
a justiça andará na sua frente
e a salvação há de seguir os passos seus.
Quero ouvir o que o Senhor irá falar:
é a paz que ele vai anunciar.
Está perto a salvação dos que o temem,
e a glória habitará em nossa terra.
A verdade e o amor se encontrarão,
a justiça e a paz se abraçarão;
da terra brotará a fidelidade,
e a justiça olhará dos altos céus.
O Senhor nos dará tudo o que é bom,
e a nossa terra nos dará suas colheitas;
a justiça andará na sua frente
e a salvação há de seguir os passos seus.
Evangelho (Mateus 23,1-12)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Vós tendes um só Pai, que está no céu, vosso guia é um somente, é o Messias (Mt 23,9s).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
23 1 Dirigindo-se, então, Jesus à multidão e aos seus discípulos,disse:
2 “Os escribas e os fariseus sentaram-se na cadeira de Moisés.
3 Observai e fazei tudo o que eles dizem, mas não façais como eles, pois dizem e não fazem.
4 Atam fardos pesados e esmagadores e com eles sobrecarregam os ombros dos homens, mas não querem movê-los sequer com o dedo.
5 Fazem todas as suas ações para serem vistos pelos homens, por isso trazem largas faixas e longas franjas nos seus mantos.
6 Gostam dos primeiros lugares nos banquetes e das primeiras cadeiras nas sinagogas.
7 Gostam de ser saudados nas praças públicas e de ser chamados rabi pelos homens.
8 Mas vós não vos façais chamar rabi, porque um só é o vosso preceptor, e vós sois todos irmãos.
9 E a ninguém chameis de pai sobre a terra, porque um só é vosso Pai, aquele que está nos céus.
10 Nem vos façais chamar de mestres, porque só tendes um Mestre, o Cristo.
11 O maior dentre vós será vosso servo.
12 Aquele que se exaltar será humilhado, e aquele que se humilhar será exaltado”.
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
PRECAVER-SE CONTRA OS MAUS EXEMPLOS
Uma das preocupações de Jesus foi a de precaver seus discípulos contra o mau exemplo dos mestres da Lei e dos fariseus. Essa gente tinha lugar de destaque no contexto religioso da época. E os discípulos de Jesus corriam o risco de assimilar seu modo de proceder e acabar por introduzi-lo na comunidade.
A justiça do Reino não era compatível com certas atitudes dos mestres da Lei e dos fariseus. A severidade com que interpretavam a Lei para os demais e a benignidade com que a entendiam para si mesmos era condenável. A preocupação com exterioridades e a busca desregrada de reconhecimento público eram incompatíveis com a condição de discípulo do Reino. Exigia-se, pois, do discípulo uma atenção continuada diante desses comportamentos.
A proposta de Jesus ia no sentido oposto. A superioridade deveria dar lugar à fraternidade. Ninguém é maior do que ninguém, porque todos são filhos do mesmo Pai, que coloca todos em pé de igualdade. A pretensão de se tornar guia e líder dos demais deveria dar lugar ao espírito de serviço e de disponibilidade para ajudar os outros. Quem se arroga a condição de chefe está, em última análise, pretendendo usurpar o lugar de Cristo, único guia da comunidade dos discípulos. Seu castigo consistirá em ser abaixado, ao comparecer diante do Pai, o único Senhor e digno de ser honrado.
Oração
Senhor Jesus, dá-me inteligência para compreender o valor do serviço humilde ao próximo como única atitude correta diante do Pai.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Sobre as oferendas
Ó Deus, que, pelo sacrifício da cruz, oferecido uma só vez, conquistastes para vós um povo, concedei à vossa Igreja a paz e a unidade. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: Com vossos frutos saciais a terra inteira: fazeis a terra produzir o nosso pão e o vinho que alegra o coração (Sl 103,13ss).
Depois da comunhão
Ó Deus, fazei agir plenamente em nós o sacramento do vosso amor e transformai-nos de tal modo pela vossa graça, que em tudo possamos agradar-vos. Por Cristo, nosso Senhor.
MEMÓRIA FACULTATIVA
SÃO LUÍS DE FRANÇA
(BRANCO – OFÍCIO DA MEMÓRIA)
Oração do dia: Ó Deus, que transferistes são Luiz dos cuidados de um reino terrestre à glória do reino do céu, concedei-nos, por sua intercessão, desempenhar nossas tarefas de cada dia e trabalhar para a vinda do vosso reino. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Sobre as oferendas: Acolhei com bondade, ó Deus, as nossas preces e guardai-nos, pela intercessão dos vossos santos, para servir dignamente ao vosso altar. Por Cristo, nosso Senhor.
Depois da comunhão: Deus eterno e todo-poderoso, fonte de toda paz e consolação, concedei que a vossa família, reunida para vos louvar nesta festa dos santos, receba, pela participação nos mistérios do vosso Filho, o penhor da salvação eterna. Por Cristo, nosso Senhor.
Santo do Dia / Comemoração (SÃO LUÍS DE FRANÇA):
Luís IX, rei da França, nasceu no dia 25 de abril de 1215, no castelo real de Poissy. Era filho de Luís VIII e de Branca de Castela, ambos piedosos e zelosos, que o cercaram de cuidados, especialmente após a morte do primogênito. Trataram pessoalmente da sua educação e formação religiosa. Foram tão bem sucedidos que Luís IX tornou-se um dos soberanos mais benevolentes da história, um fervoroso cristão e fiel da Igreja. Com a morte prematura do seu pai em 1226, a rainha, sua mãe, uma mulher caridosa, de grandes dotes morais, intelectuais e espirituais, tutelou o filho, que foi coroado rei Luís IX, pois ele era muito novo para dirigir uma Corte sozinho. Tomou as rédeas do poder e manteve o filho longe de uma vida de depravação e de pecado, tão comum das cortes. Mas Luís, já nessa idade, possuía as virtudes que o levaram à santidade - a piedade e a humildade -, e que o fizeram o modelo de "rei católico". Em 1235, casou-se com Margarida de Provença, uma jovem princesa, que, assim como ele, cultivava grandes virtudes. O marido reinou com justiça e solidariedade. Possuía um elevado senso de piedade, incomum aos nobres e poderosos de sua época. Tinha coração e espírito sempre voltados para as coisas de Deus, lia com freqüência a Sagrada Escritura e as obras dos santos Padres e aconselhava-as a todos os seus nobres da Corte. Com o auxilio da rainha, fundou igrejas, conventos, hospitais, abrigos para os pobres, órfãos, velhos e doentes. O casal real teve dez filhos, todos educados como eles e por eles. E o resultado dessa firme educação cristão foram reis e rainhas de muitas cortes, que governaram com sabedoria, prudência e caridade. Depois de ter adquirido de Balduíno II, imperador de Constantinopla, a coroa de espinhos de Cristo, que, segundo a tradição, era a mesma usada na cabeça de Jesus, ele mandou erguer uma belíssima igreja para abrigá-la numa redoma de cristal. Trata-se da belíssima Sainte-Chapelle, que pode ser visitada em Paris. Acometido de uma grave doença, em 1245 Luís IX quase morreu. Então, fez uma promessa: caso sobrevivesse, empreenderia uma cruzada contra os turcos muçulmanos que ocupavam a Terra Santa. Quando recuperou a saúde, em 1248, apesar das oposições da Corte, cumpriu o que havia prometido. Preparou um grande exército e, por várias vezes, comandou as cruzadas para a Terra Santa. Mas em nenhuma delas teve êxito. Primeiro, foi preso pelos muçulmanos, que o mantiveram no cativeiro durante seis anos. Depois, numa outra investida, quando se aproximava de Tunis, foi acometido pela peste e ali morreu, no dia 25 de agosto de 1270. Os cruzados voltaram para a França trazendo o corpo do rei Luís IX, que já tinha fama e odor de santidade. O seu túmulo tornou-se um local de intensa peregrinação, onde vários milagres foram observados. Assim, em 1297 o papa Bonifácio VIII declarou santo Luís IX, rei da França, mantendo o culto já existente no dia de sua morte.