sábado, 25 de agosto de 2012

DIA A DIA COM A PALAVRA DE DEUS - 25/08/12



Sábado, 25 de Agosto de 2012

XX Semana do Tempo Comum
São Luís da França

Leituras do Dia

1a. Leitura: Ezequiel (Ez) 43,1-7
Salmo responsorial (Sl) 84 (85)
Evangelho: Mateus (Mt) 23,1-12


XX SEMANA DO TEMPO COMUM *
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)

Antífona da entrada: Inclinai, Senhor, o vosso ouvido e escutai-me; salvai, meu Deus, o servo que confia em vós. Tende compaixão de mim, clamo por vós o dia inteiro (Sl 85,1ss).
Oração do dia
Ó Deus, que unis os corações dos vossos fiéis num só desejo, dai ao vosso povo amar o que ordenais e esperar o que prometeis, para que, na instabilidade deste mundo, fixemos os nossos corações onde se encontram as verdadeiras alegrias. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Ezequiel 43,1-7)
Leitura da profecia de Ezequiel. 
43 1 Fui então conduzido ao pórtico oriental, 
2 e eis que a glória do Deus de Israel chegava do oriente, com ruído semelhante ao ruído das muitas águas, enquanto a terra resplandecia com seu clarão. 
3 A visão que eu contemplava então recordava-me a que me havia aparecido quando eu tinha vindo para a destruição da cidade, e a que me havia aparecido nas margens do Cobar. Caí com a face em terra. 
4 A glória do Senhor penetrou no templo pela porta oriental. 
5 O espírito levou-me e transportou-me ao átrio interior: eis que o templo estava cheio do resplendor do Senhor. 
6 Ouvi, então, que alguém me falava do interior do templo, enquanto o homem se conservava (sempre) a meu lado. 
7 “Filho do homem”, disse-me (a voz), “é aqui o lugar do meu trono, o lugar onde pus a planta dos meus pés, minha morada definitiva entre os israelitas. De hoje em diante, nem o povo de Israel, nem seus reis profanarão mais o meu santo nome pelas suas fornicações nem pelos cadáveres de seus reis, seus lugares altos”.
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 84/85
A glória do Senhor habitará em nossa terra
Quero ouvir o que o Senhor irá falar:
é a paz que ele vai anunciar.
Está perto a salvação dos que o temem,
e a glória habitará em nossa terra.

A verdade e o amor se encontrarão,
a justiça e a paz se abraçarão;
da terra brotará a fidelidade,
e a justiça olhará dos altos céus.

O Senhor nos dará tudo o que é bom,
e a nossa terra nos dará suas colheitas;
a justiça andará na sua frente
e a salvação há de seguir os passos seus.
Evangelho (Mateus 23,1-12)
Aleluia, aleluia, aleluia. 
Vós tendes um só Pai, que está no céu, vosso guia é um somente, é o Messias (Mt 23,9s). 

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus. 
23 1 Dirigindo-se, então, Jesus à multidão e aos seus discípulos,disse: 
2 “Os escribas e os fariseus sentaram-se na cadeira de Moisés. 
3 Observai e fazei tudo o que eles dizem, mas não façais como eles, pois dizem e não fazem. 
4 Atam fardos pesados e esmagadores e com eles sobrecarregam os ombros dos homens, mas não querem movê-los sequer com o dedo. 
5 Fazem todas as suas ações para serem vistos pelos homens, por isso trazem largas faixas e longas franjas nos seus mantos. 
6 Gostam dos primeiros lugares nos banquetes e das primeiras cadeiras nas sinagogas. 
7 Gostam de ser saudados nas praças públicas e de ser chamados rabi pelos homens. 
8 Mas vós não vos façais chamar rabi, porque um só é o vosso preceptor, e vós sois todos irmãos. 
9 E a ninguém chameis de pai sobre a terra, porque um só é vosso Pai, aquele que está nos céus. 
10 Nem vos façais chamar de mestres, porque só tendes um Mestre, o Cristo. 
11 O maior dentre vós será vosso servo. 
12 Aquele que se exaltar será humilhado, e aquele que se humilhar será exaltado”. 
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
PRECAVER-SE CONTRA OS MAUS EXEMPLOS

Uma das preocupações de Jesus foi a de precaver seus discípulos contra o mau exemplo dos mestres da Lei e dos fariseus. Essa gente tinha lugar de destaque no contexto religioso da época. E os discípulos de Jesus corriam o risco de assimilar seu modo de proceder e acabar por introduzi-lo na comunidade. 
A justiça do Reino não era compatível com certas atitudes dos mestres da Lei e dos fariseus. A severidade com que interpretavam a Lei para os demais e a benignidade com que a entendiam para si mesmos era condenável. A preocupação com exterioridades e a busca desregrada de reconhecimento público eram incompatíveis com a condição de discípulo do Reino. Exigia-se, pois, do discípulo uma atenção continuada diante desses comportamentos.
A proposta de Jesus ia no sentido oposto. A superioridade deveria dar lugar à fraternidade. Ninguém é maior do que ninguém, porque todos são filhos do mesmo Pai, que coloca todos em pé de igualdade. A pretensão de se tornar guia e líder dos demais deveria dar lugar ao espírito de serviço e de disponibilidade para ajudar os outros. Quem se arroga a condição de chefe está, em última análise, pretendendo usurpar o lugar de Cristo, único guia da comunidade dos discípulos. Seu castigo consistirá em ser abaixado, ao comparecer diante do Pai, o único Senhor e digno de ser honrado.

Oração
Senhor Jesus, dá-me inteligência para compreender o valor do serviço humilde ao próximo como única atitude correta diante do Pai.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Sobre as oferendas
Ó Deus, que, pelo sacrifício da cruz, oferecido uma só vez, conquistastes para vós um povo, concedei à vossa Igreja a paz e a unidade. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: Com vossos frutos saciais a terra inteira: fazeis a terra produzir o nosso pão e o vinho que alegra o coração (Sl 103,13ss).
Depois da comunhão
Ó Deus, fazei agir plenamente em nós o sacramento do vosso amor e transformai-nos de tal modo pela vossa graça, que em tudo possamos agradar-vos. Por Cristo, nosso Senhor.


MEMÓRIA FACULTATIVA

SÃO LUÍS DE FRANÇA
(BRANCO – OFÍCIO DA MEMÓRIA)

Oração do dia: Ó Deus, que transferistes são Luiz dos cuidados de um reino terrestre à glória do reino do céu, concedei-nos, por sua intercessão, desempenhar nossas tarefas de cada dia e trabalhar para a vinda do vosso reino. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Sobre as oferendas: Acolhei com bondade, ó Deus, as nossas preces e guardai-nos, pela intercessão dos vossos santos, para servir dignamente ao vosso altar. Por Cristo, nosso Senhor.
Depois da comunhão: Deus eterno e todo-poderoso, fonte de toda paz e consolação, concedei que a vossa família, reunida para vos louvar nesta festa dos santos, receba, pela participação nos mistérios do vosso Filho, o penhor da salvação eterna. Por Cristo, nosso Senhor.
Santo do Dia / Comemoração (SÃO LUÍS DE FRANÇA):
Luís IX, rei da França, nasceu no dia 25 de abril de 1215, no castelo real de Poissy. Era filho de Luís VIII e de Branca de Castela, ambos piedosos e zelosos, que o cercaram de cuidados, especialmente após a morte do primogênito. Trataram pessoalmente da sua educação e formação religiosa. Foram tão bem sucedidos que Luís IX tornou-se um dos soberanos mais benevolentes da história, um fervoroso cristão e fiel da Igreja. Com a morte prematura do seu pai em 1226, a rainha, sua mãe, uma mulher caridosa, de grandes dotes morais, intelectuais e espirituais, tutelou o filho, que foi coroado rei Luís IX, pois ele era muito novo para dirigir uma Corte sozinho. Tomou as rédeas do poder e manteve o filho longe de uma vida de depravação e de pecado, tão comum das cortes. Mas Luís, já nessa idade, possuía as virtudes que o levaram à santidade - a piedade e a humildade -, e que o fizeram o modelo de "rei católico". Em 1235, casou-se com Margarida de Provença, uma jovem princesa, que, assim como ele, cultivava grandes virtudes. O marido reinou com justiça e solidariedade. Possuía um elevado senso de piedade, incomum aos nobres e poderosos de sua época. Tinha coração e espírito sempre voltados para as coisas de Deus, lia com freqüência a Sagrada Escritura e as obras dos santos Padres e aconselhava-as a todos os seus nobres da Corte. Com o auxilio da rainha, fundou igrejas, conventos, hospitais, abrigos para os pobres, órfãos, velhos e doentes. O casal real teve dez filhos, todos educados como eles e por eles. E o resultado dessa firme educação cristão foram reis e rainhas de muitas cortes, que governaram com sabedoria, prudência e caridade. Depois de ter adquirido de Balduíno II, imperador de Constantinopla, a coroa de espinhos de Cristo, que, segundo a tradição, era a mesma usada na cabeça de Jesus, ele mandou erguer uma belíssima igreja para abrigá-la numa redoma de cristal. Trata-se da belíssima Sainte-Chapelle, que pode ser visitada em Paris. Acometido de uma grave doença, em 1245 Luís IX quase morreu. Então, fez uma promessa: caso sobrevivesse, empreenderia uma cruzada contra os turcos muçulmanos que ocupavam a Terra Santa. Quando recuperou a saúde, em 1248, apesar das oposições da Corte, cumpriu o que havia prometido. Preparou um grande exército e, por várias vezes, comandou as cruzadas para a Terra Santa. Mas em nenhuma delas teve êxito. Primeiro, foi preso pelos muçulmanos, que o mantiveram no cativeiro durante seis anos. Depois, numa outra investida, quando se aproximava de Tunis, foi acometido pela peste e ali morreu, no dia 25 de agosto de 1270. Os cruzados voltaram para a França trazendo o corpo do rei Luís IX, que já tinha fama e odor de santidade. O seu túmulo tornou-se um local de intensa peregrinação, onde vários milagres foram observados. Assim, em 1297 o papa Bonifácio VIII declarou santo Luís IX, rei da França, mantendo o culto já existente no dia de sua morte.


sexta-feira, 24 de agosto de 2012

DIA A DIA COM A PALAVRA DE DEUS - 24/08/12




Sexta-Feira, 24 de Agosto de 2012

XX Semana do Tempo Comum
São Bartolomeu

Leituras do Dia

1a. Leitura: Apocalipse (Ap) 21,9-14
Salmo responsorial (Sl) 144 (145)
Evangelho: João (Jo) 1,45-51



SÃO BARTOLOMEU
APÓSTOLO 
(VERMELHO, GLÓRIA, PREFÁCIO DOS APÓSTOLOS – OFÍCIO DA FESTA)

Antífona da entrada: Anunciai todos os dias a salvação de Deus, proclamai a sua glória às nações (Sl 95,2s).
Oração do dia
Ó Deus, fortalecei em nós aquela fé que levou são Bartolomeu a seguir de coração o vosso Filho e fazei que, pelas preces do apóstolo, a vossa Igreja se torne sacramento da salvação para todos os povos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Apocalipse 21,9-14)
Leitura do livro do Apocalipse de são João.
21 9 Então veio um dos sete Anjos que tinham as sete taças cheias dos sete últimos flagelos e disse-me: "Vem, e mostrar-te-ei a noiva, a esposa do Cordeiro".
10 Levou-me em espírito a um grande e alto monte e mostrou-me a Cidade Santa, Jerusalém, que descia do céu, de junto de Deus,
11 revestida da glória de Deus. Assemelhava-se seu esplendor a uma pedra muito preciosa, tal como o jaspe cristalino.
12 Tinha grande e alta muralha com doze portas, guardadas por doze anjos. Nas portas estavam gravados os nomes das doze tribos dos filhos de Israel.
13 Ao oriente havia três portas, ao setentrião três portas, ao sul três portas e ao ocidente três portas.
14 A muralha da cidade tinha doze fundamentos com os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro.
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 144/145
Ó Senhor, vossos amigos anunciem vosso reino glorioso!
Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem,
e os vossos santos, com louvores, vos bendigam!
Narrem a glória e o esplendor do vosso reino
e saibam proclamar vosso poder!

Para espalhar vossos prodígios entre os homens
e o fulgor de vosso reino esplendoroso.
O vosso reino é um reino para sempre,
vosso poder, de geração em geração.

É justo o Senhor em seus caminhos,
é santo em toda obra que ele faz.
Ele está perto da pessoa que o invoca,
de todo aquele que o invoca lealmente.
Evangelho (João 1,45-51)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Mestre, tu és o filho de Deus, és rei de Israel! (Jo 1,49)


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
1 45 Filipe encontra Natanael e diz-lhe: "Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei e que os profetas anunciaram: é Jesus de Nazaré, filho de José".
46 Respondeu-lhe Natanael: "Pode, porventura, vir coisa boa de Nazaré?" Filipe retrucou: "Vem e vê".
47 Jesus vê Natanael, que lhe vem ao encontro, e diz: "Eis um verdadeiro israelita, no qual não há falsidade".
48 Natanael pergunta-lhe: "Donde me conheces?" Respondeu Jesus: "Antes que Filipe te chamasse, eu te vi quando estavas debaixo da figueira".
49 Falou-lhe Natanael: "Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de Israel".
50 Jesus replicou-lhe: "Porque eu te disse que te vi debaixo da figueira, crês! Verás coisas maiores do que esta".
51 E ajuntou: "Em verdade, em verdade vos digo: vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem".
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
SUPERANDO OS PRECONCEITOSOs primeiros discípulos foram obrigados a superar a barreira dos preconceitos para poder acolher Jesus como Messias e se tornar seus seguidores. Natanael não podia aceitar que de Nazaré, cidade mal-afamada, pudesse sair algo de bom, muito menos um Messias. A pecha de nazaretano desdobrava-se num rosário de outras evocações tomadas como negativas. Ele era pobre, de família sem prestígio, um indivíduo sem expressão moral ou cultural. Enfim, um desclassificado.
Pela insistência de Filipe, Natanael se predispôs a ir ver Jesus. Seu preconceito contrastou com a idéia altamente positiva que Jesus tinha a respeito dele. Jesus considerava-o um israelita íntegro, sem dolo nem fingimento. Em outras palavras, um indivíduo em cuja palavra se podia inteiramente confiar. O próprio Jesus confiou nele e lhe fez uma solene revelação.
A atitude de Jesus deixou Natanael desarmado, levando-o a abrir mão de seus preconceitos. Numa atitude própria de discípulo, Natanael reconheceu Jesus como um Rabi, ou seja, mestre, digno de veneração e respeito. Reconheceu-o, também, como Filho de Deus, cuja origem superava as possibilidades humanas, fazendo dele mais do que um simples filho de José da Galiléia. Reconheceu-o, ainda, como Rei de Israel, o Messias que reavivaria a esperança no coração do povo. Logo, de Nazaré também podia sair coisa boa.

Oração 
Senhor Jesus, eu me ponho diante de ti, sem preconceitos, desejando conhecer-te como o Messias de Deus.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Sobre as oferendas
Ó Deus, ao oferecermos este sacrifício de louvor na festa do apóstolo são Bartolomeu, possamos, por sua intercessão, receber os vossos auxílios. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: Eu disponho do reino para vós como meu Pai dispôs para mim, diz o Senhor. No meu reino comereis e bebereis à minha mesa (Lc 22,29ss).
Depois da comunhão
Alegrando-nos na festa de são Bartolomeu, recebemos, ó Pai, o penhor da salvação; fazei que ele nos seja auxílio na vida presente e garantia da vida eterna. Por Cristo, nosso Senhor.
Santo do Dia / Comemoração (SÃO BARTOLOMEU)
Bartolomeu, também chamado Natanael, foi um dos doze primeiros apóstolos de Jesus. É assim descrito nos evangelhos de João, Mateus, Marcos e Lucas, e também nos Atos dos Apóstolos.

Bartolomeu nasceu em Caná, na Galiléia, uma pequena aldeia a quatorze quilômetros de Nazaré. Era filho do agricultor Tholmai. No Evangelho, ele também é chamado de Natanael. Em hebraico, a palavra "bar" que dizer "filho" e "tholmai" significa "agricultor". Por isso os historiadores são unânimes em afirmar que Bartolomeu-Natanael trata-se de uma só pessoa. Seu melhor amigo era Filipe e ambos eram viajantes. Foi o apóstolo Filipe que o apresentou ao Messias.

Até esse seu primeiro encontro com Jesus, Bartolomeu era cético e, às vezes, irônico com relação às coisas de Deus. Porém, depois de convertido, tornou-se um dos apóstolos mais ativos e presentes na vida pública de Jesus. Mas a melhor descrição que temos de Bartolomeu foi feita pelo próprio Mestre: "Aqui está um verdadeiro israelita, no qual não há fingimento".

Ele teve o privilégio de estar ao lado de Jesus durante quase toda a missão do Mestre na terra. Compartilhou seu cotidiano, presenciou seus milagres, ouviu seus ensinamentos, viu Cristo ressuscitado nas margens do lago de Tiberíades e, finalmente, assistiu sua ascensão ao céu.

Depois de Pentecostes, Bartolomeu foi pregar a Boa-Nova. Encerradas essas narrativas dos evangelhos históricos, entram as narrativas dos apócrifos, isto é, das antigas tradições. A mais conhecida é da Armênia, que conta que Bartolomeu foi evangelizar as regiões da Índia, Armênia Menor e Mesopotâmia.

Superou dificuldades incríveis, de idioma e cultura, e converteu muitas pessoas e várias cidades à fé do Cristo, pregando segundo o evangelho de são Mateus. Foi na Armênia, depois de converter o rei Polímio, a esposa e mais doze cidades, que ele teria sofrido o martírio, motivado pela inveja dos sacerdotes pagãos, os quais insuflaram Astiages, irmão do rei, e conseguiram uma ordem para matar o apóstolo. Bartolomeu foi esfolado vivo e, como não morreu, foi decapitado. Era o dia 24 de agosto de 51.

A Igreja comemora são Bartolomeu Apóstolo no dia de sua morte. Ele se tornou o modelo para quem se deixa conduzir pelo outro ao Senhor Jesus Cristo.



domingo, 5 de agosto de 2012

DIA A DIA COM A PALAVRA DE DEUS - 05/08/12



Domingo, 05 de Agosto de 2012

XVIII Semana do Tempo Comum
Santo Apolinário

Leituras do Dia

1a. Leitura: Êxodo (Ex) 16,2-4.12-15
Salmo responsorial (Sl) 77 (78)
2a. Leitura: Efésios (Ef) 4,17.20-24
Evangelho: João (Jo) 6,24-35


XVIII DOMINGO DO TEMPO COMUM 

(VERDE, GLÓRIA, CREIO – II SEMANA DO SALTÉRIO)

Antífona da entrada: Meus Deus, vinde libertar-me, apressai-vos, Senhor, em socorrer-me. Vós sois o meu socorro e o meu libertador; Senhor, não tardeis mais (Sl 69,2.6).
Oração do dia
Manifestais, ó Deus, vossa inesgotável bondade para com os filhos e filhas que vos imploram e se gloriam de vos ter como criador e guia, restaurando para eles a vossa criação e conservando-a renovada. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Êxodo 16,2-4.12-15)
Leitura do livro do Êxodo. 
16 2 Toda a assembléia dos israelitas pôs-se a murmurar contra Moisés e Aarão no deserto. 
3 Disseram-lhes: “Oxalá tivéssemos sido mortos pela mão do Senhor no Egito, quando nos assentávamos diante das panelas de carne e tínhamos pão em abundância! Vós nos conduzistes a este deserto, para matardes de fome toda esta multidão.” 
4 O Senhor disse a Moisés: “Vou fazer chover pão do alto do céu. Sairá o povo e colherá diariamente a porção de cada dia. Pô-lo-ei desse modo à prova, para ver se andará ou não segundo minhas ordens. 
12 “Ouvi as murmurações dos israelitas. Dize-lhes: esta tarde, antes que escureça, comereis carne e, amanhã de manhã, vos fartareis de pão; e sabereis que sou o Senhor, vosso Deus”. 
13 À tarde, com efeito, subiram codornizes (do horizonte) e cobriram o acampamento; e, no dia seguinte pela manhã, havia uma camada de orvalho em torno de todo o acampamento. 
14 E, tendo evaporado esse orvalho, eis que sobre a superfície do deserto estava uma coisa miúda, granulosa, miúda como a geada sobre a terra! 
15 Vendo isso, disseram os filhos de Israel uns aos outros: “Que é isso?”, pois não sabiam o que era. Moisés disse-lhes: “Este é o pão que o Senhor vos manda para comer. 
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 77/78
O Senhor deu a comer o pão do céu.
Tudo aquilo que ouvimos e aprendemos,
e transmitiram para nós os nossos pais,
não haveremos de ocultar a nossos filhos,
mas à nova geração nós contaremos:
as grandezas do Senhor e seu poder.

Ordenou, então, às nuvens lá dos céus,
e as comportas das alturas fez abrir;
fez chover-lhes o maná e alimentou-os,
e lhes deu para comer o pão do céu.

O homem se nutriu do pão dos anjos,
e mandou-lhes alimento em abundância.
Conduziu-os para a terra prometida,
para o monte que seu braço conquistou.
Leitura (Efésios 4,17.20-24)
Leitura da carta de são Paulo aos Efésios. 
4 17 Portanto, eis o que digo e conjuro no Senhor: não persistais em viver como os pagãos, que andam à mercê de suas idéias frívolas. 
20 Vós, porém, não foi para isto que vos tornastes discípulos de Cristo, 
21 se é que o ouvistes e dele aprendestes, como convém à verdade em Jesus. 
22 Renunciai à vida passada, despojai-vos do homem velho, corrompido pelas concupiscências enganadoras. 
23 Renovai sem cessar o sentimento da vossa alma, 
24 e revesti-vos do homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade. 
Palavra do Senhor.
Evangelho (João 6,24-35)

Aleluia, aleluia, aleluia. 
O homem não vive somente de pão, mas vive de toda palavra que sai da boca de Deus e não só de pão, amém, aleluia, aleluia! (Mt 4,4

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João. 
6 24 E, reparando a multidão que nem Jesus nem os seus discípulos estavam ali, Jesus entrou nas barcas e foi até Cafarnaum à sua procura. 
25 Encontrando-o na outra margem do lago, perguntaram-lhe: “Mestre, quando chegaste aqui?” 
26 Respondeu-lhes Jesus: “Em verdade, em verdade vos digo: buscais-me, não porque vistes os milagres, mas porque comestes dos pães e ficastes fartos. 
27 Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que dura até a vida eterna, que o Filho do Homem vos dará. Pois nele Deus Pai imprimiu o seu sinal”. 
28 Perguntaram-lhe: “Que faremos para praticar as obras de Deus?” 
29 Respondeu-lhes Jesus: “A obra de Deus é esta: que creiais naquele que ele enviou”. 
30 Perguntaram eles: “Que milagre fazes tu, para que o vejamos e creiamos em ti? Qual é a tua obra? 
31 Nossos pais comeram o maná no deserto, segundo o que está escrito: ‘Deu-lhes de comer o pão vindo do céu’”. 
32 Jesus respondeu-lhes: “Em verdade, em verdade vos digo: Moisés não vos deu o pão do céu, mas o meu Pai é quem vos dá o verdadeiro pão do céu; 
33 porque o pão de Deus é o pão que desce do céu e dá vida ao mundo”. 
34 Disseram-lhe: “Senhor, dá-nos sempre deste pão!” 
35 Jesus replicou: “Eu sou o pão da vida: aquele que vem a mim não terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede”. 
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
João, em seu Evangelho, a partir de 6,22 até 6,66, explica o sinal da partilha dos pães, narrado anteriormente. A multidão, na véspera, vira os discípulos sair sem Jesus, no único barco que havia. Surpresos, interrogam-se como ele partiu. A caminhada sobre as águas só foi testemunhada pelos discípulos no barco. Vão atrás dele, em Cafarnaum. Quando lhe perguntam, a resposta de Jesus vai ao essencial: sabia que queriam fazê-lo rei, mas o que ele lhes propõe é que trabalhem pelo alimento que permanece para a vida eterna. Este trabalho é a obra de Deus, que Jesus realiza e que consiste em fazer a vontade do Pai, que é dar vida, e vida eterna, ao mundo. Ainda incrédulos e apegados a suas tradições, pedem sinais espantosos, como os de Moisés com o maná no deserto (primeira leitura). Contudo, esta tradição do maná ("pão") caído do céu está superada. O maná é alimento para um só dia, não salva da morte. O verdadeiro pão do céu é Jesus, que é dado pelo Pai e que permanece para a vida eterna. 
O crer em Jesus é transformar-se no homem novo, criado à imagem de Deus, na verdadeira justiça e santidade (segunda leitura).

(O comentário litúrgico é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Sobre as oferendas
Dignai-vos, ó Deus, santificar estas oferendas e, aceitando este sacrifício espiritual, fazei de nós uma oferenda eterna para vós. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: Vós nos destes, Senhor, o pão do céu, que contém todo sabor e satisfaz todo paladar (Sb 16,20).
Depois da comunhão
Acompanhai, ó Deus, com proteção constante os que renovastes com o pão do céu e, como não cessais de alimentá-los, tornai-os dignos da salvação eterna. Por Cristo, nosso Senhor.


ROTEIRO HOMILÉTICO - 18o. DOMINGO DO TEMPO COMUM - 05/08/12



Roteiro Homilético – XVIII Domingo do Tempo Comum – Ano B

RITOS INICIAIS


Salmo 69, 2.6
ANTÍFONA DE ENTRADA: Deus, vinde em meu auxílio, Senhor, socorrei-me e salvai-me. Sois o meu libertador e o meu refúgio: não tardeis, Senhor.

Introdução ao espírito da Celebração


Todo o homem tem anseio de felicidade e procura-a geralmente em coisas materiais: prazeres, passeios, bebidas, festas, boa comida, sexo… mas acaba por reconhecer que continua insatisfeito.
A liturgia da Palavra deste Domingo fala-nos do maná dado por Deus ao seu povo e que o alimentava dando robustez a um corpo destinado a perecer. Todavia, diz-nos ainda, o verdadeiro pão da vida é a Sua Palavra, incarnada em Jesus de Nazaré, que é capaz de modificar toda a nossa vida transformando-nos em «homens novos», conduzidos a uma vida que não acaba.
Pensemos um pouco nas vezes que procurámos a felicidade onde ela não se pode encontrar e desprezámos a Palavra que dá vida. E, com humildade, peçamos perdão ao Senhor.

ORAÇÃO COLECTA: Mostrai, Senhor, a vossa imensa bondade aos filhos que Vos imploram e dignai-Vos renovar e conservar os dons da vossa graça naqueles que se gloriam de Vos ter por seu criador e sua providência. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LITURGIA DA PALAVRA


Primeira Leitura


Monição: A leitura que vamos ouvir é um convite a descobrir a presença de Deus em tudo o que acontece. Ele acompanha com cuidadoso amor a vida e o objectivo de cada homem e de cada povo.

Êxodo 16, 2-4.12-15
2Naqueles dias, toda a comunidade dos filhos de Israel começou a murmurar no deserto contra Moisés e Aarão. 3Disseram-lhes os filhos de Israel: «Antes tivéssemos morrido às mãos do Senhor na terra do Egipto, quando estávamos sentados ao pé das panelas de carne e comíamos pão até nos saciarmos. Trouxestes-nos a este deserto, para deixar morrer à fome toda esta multidão». 4Então o Senhor disse a Moisés: «Vou fazer que chova para vós pão do céu. O povo sairá para apanhar a quantidade necessária para cada dia. Vou assim pô-lo à prova, para ver se segue ou não a minha lei. 12Eu ouvi as murmurações dos filhos de Israel. Vai dizer-lhes: ‘Ao cair da noite comereis carne e de manhã saciar-vos-eis de pão. Então reconhecereis que Eu sou o Senhor, vosso Deus’». 13Nessa tarde apareceram codornizes, que cobriram o acampamento, e na manhã seguinte havia uma camada de orvalho em volta do acampamento. 14Quando essa camada de orvalho se evaporou, apareceu à superfície do deserto uma substância granulosa, fina como a geada sobre a terra. 15Quando a viram, os filhos de Israel perguntaram uns aos outros: «Man-hu?», quer dizer: «Que é isto?», pois não sabiam o que era. Disse-lhes então Moisés: «É o pão que o Senhor vos dá em alimento».

Este relato é tirado daquela parte do Êxodo que refere a caminhada pelo deserto em direcção ao monte Sinai, o cenário da Aliança que é o ponto central do livro (Ex 15, 22 – 17, 16). As grandes contrariedades desta duríssima viagem são remediadas por uma extraordinária providência divina que multiplica os seus prodígios, engrandecidos por toda a tradição posterior: o saneamento das águas amargas (Ex 15, 22-27), o abundante envio de alimento, o maná e as codornizes (Ex 16), o fornecimento de água em horas de sede desesperada (Ex 17, 1-7) e a vitória sobre os amalecitas (Ex 17, 8-16).
2-4 «Israel começou a murmurar… Então o Senhor disse…» O autor sagrado insiste em pôr em evidência o impressionante contraste entre as queixas persistentes do povo sem fé e a fidelidade amorosa de Deus, que, apesar das murmurações contra Ele, está sempre pronto a vir em socorro deste povo (cf. Ex 14, 11; 15, 24; 17, 3; Nm 11, 1.4; 14, 2; 20, 2; 21, 4-5).
13 «Apareceram codornizes». O aparecimento das codornizes costuma ser entendido como um fenómeno natural, embora providencial; ainda hoje enormes bandos destas aves pousam na península do Sinai, nos seus voos periódicos entre as regiões quentes da África e as zonas mais temperadas da Europa e da Ásia; cansadas pelo longo voo sobre o Mar Vermelho, facilmente podem ser apanhadas.
14 «Apareceu uma fina substância granulosa». O maná aqui descrito parece ter semelhanças com uma espécie de resina açucarada que o tamariz ou tamargueira da península do Sinai (tamarix manífera) continua a segregar, quando picadas por insectos, que ali existem (em vias de extinção); as gotas brancas que se formam na casca da planta solidificam com o ar fresco da noite e chegam a cair no chão, em pequenos grãos. Se não se apanham cedo, o sol derrete-as aos 20 graus centígrados (cf Ex 16, 21). Os beduínos do Sinai ainda hoje aproveitam este produto como guloseima e exportavam-no até há pouco para doçaria.
15 A verificação destes fenómenos naturais nada tira à visão de fé com que o autor sagrado pretende exaltar a providência de Deus, apresentando-os como uma das maravilhas de Deus a favor do seu povo. A providência ordinária, bem vistas as coisas, não significa menos amor ou menos poder divino, como poderia pensar uma mentalidade milagreira. O próprio nome «maná» presta-se a um jogo de palavras, a partir duma etimologia popular, que põe em evidência a surpresa que havia de marcar a memória e a tradição religiosa deste povo em face do sucedido. Com efeito, maná diz-se em hebraico «man», que também é um pronome interrogativo aramaico, significando «que coisa?» (é isto=hu). O dom do maná espevitará a fé e a gratidão do povo de Deus ao longo dos séculos, por isso, há-de ser recordado e engrandecido com sucessivas actualizações: «nem só de pão vive o homem» (Dt 8, 3); «um trigo do Céu… pão dos fortes» (Salm 78, 24-25; 105, 40), «alimento do Céu, pão dos anjos, pão sem esforço, capaz de todos os sabores e adaptado a todos os gostos, que se acomodava ao gosto de quem o comia e se transformava segundo o desejo de cada um» (Sab 16, 20-21); mas sobretudo há-de servir de figura da SS. Eucaristia (cf. Jo 6, 32 e o Evangelho deste domingo).

Salmo Responsorial


Salmo 77 (78), 3.4bc.23-24.25.54 (R. 24b )

Monição: A história é uma sucessão de gerações que transmitem uma à outra a memória activa da presença de Deus e as acções maravilhosas que Ele realiza em favor dos homens. É isto que o salmo nos quer comunicar.

Refrão:         O SENHOR DEU-LHES O PÃO DO CÉU.

Nós ouvimos e aprendemos,
os nossos pais nos contaram
os louvores do Senhor e o seu poder
e as maravilhas que Ele realizou.

Deu suas ordens às nuvens do alto
e abriu as portas do céu;
para alimento fez chover o maná,
deu-lhes o pão do céu.

O homem comeu o pão dos fortes!
Mandou-lhes comida com abundância
e introduziu-os na sua terra santa,
na montanha que a sua direita conquistou.

Segunda Leitura


Monição: Muitas vezes somos tentados a renunciar às promessas baptismais para recuperar velhos hábitos. Poderemos aceitar esta retoma depois de termos orientado a nossa vida para Cristo?

Efésios 4, 17.20-24
17Eis o que vos digo e aconselho em nome do Senhor: Não torneis a proceder como os pagãos, que vivem na futilidade dos seus pensamentos. 20Não foi assim que aprendestes a conhecer a Cristo, 21se é que d’Ele ouvistes pregar e sobre Ele fostes instruídos, conforme a verdade que está em Jesus. 22É necessário abandonar a vida de outrora e pôr de parte o homem velho, corrompido por desejos enganadores. 23Renovai-vos pela transformação espiritual da vossa inteligência 24e revesti-vos do homem novo, criado à imagem de Deus na justiça e santidade verdadeiras.

Este trecho é tirado da segunda parte da epístola, em que o Apóstolo se detém a considerar e expor as consequências práticas para a vida do cristão, que derivam da sua inserção em Cristo e incorporação no seu Corpo, que é a Igreja, como «membros da família de Deus» (2, 19). Temos aqui um forte apelo a não voltar a «proceder como os pagãos» (v. 17); o cristão tem de «abandonar a vida de outrora» – a vida anterior à conversão (v. 22) –; e isto não apenas por razões de uma simples ética natural, mas por uma profunda exigência do novo ser, da nova criatura que é (2, 10; cf. Gal 6, 15), «o homem novo, criado à imagem de Deus» (v. 24).

Aclamação ao Evangelho

 Mt 4, 4b

Monição: A Palavra da Escritura é pão que faz resistir às tentações e tem a capacidade de transformar todas as estruturas segundo a vontade de Deus.

ALELUIA


Nem só de pão vive o homem,
mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.


Evangelho


São João 6, 24-35
Naquele tempo, 24quando a multidão viu que nem Jesus nem os seus discípulos estavam à beira do lago, subiram todos para as barcas e foram para Cafarnaum, à procura de Jesus. 25Ao encontrá-l’O no outro lado do mar, disseram-Lhe: «Mestre, quando chegaste aqui?» 26Jesus respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: vós procurais-Me, não porque vistes milagres, mas porque comestes dos pães e ficastes saciados. 27Trabalhai, não tanto pela comida que se perde, mas pelo alimento que dura até à vida eterna e que o Filho do homem vos dará. A Ele é que o Pai, o próprio Deus, marcou com o seu selo». 28Disseram-Lhe então: «Que devemos nós fazer para praticar as obras de Deus?» 29Respondeu-lhes Jesus: «A obra de Deus consiste em acreditar n’Aquele que Ele enviou». 30Disseram-Lhe eles: «Que milagres fazes Tu, para que nós vejamos e acreditemos em Ti? Que obra realizas? 31No deserto os nossos pais comeram o maná, conforme está escrito: ‘Deu-lhes a comer um pão que veio do céu’». 32Jesus respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Não foi Moisés que vos deu o pão do Céu; meu Pai é que vos dá o verdadeiro pão do Céu. 33O pão de Deus é o que desce do Céu para dar a vida ao mundo». 34Disseram-Lhe eles: «Senhor, dá-nos sempre desse pão». 35Jesus respondeu-lhes: «Eu sou o pão da vida: quem vem a Mim nunca mais terá fome, quem acredita em Mim nunca mais terá sede».

Continuamos hoje com o capítulo 6 de São João. O milagre da multiplicação dos pães (vv. 1-15), vai dar origem ao discurso da sinagoga de Cafarnaum, o discurso do pão da vida (vv. 35-58). Este é introduzido, à boa maneira joanina, por um diálogo (vv. 25-34) que culmina num mal-entendido; os ouvintes ao pedirem a Jesus o pão do Céu (v. 34), continuam a pensar numa fácil solução económica (v. 26). O mal-entendido deixa ver o confronto entre duas posições extremas e irredutíveis: a do egoísmo interesseiro, centrado na obtenção de vantagens terrenas, e a da fé, empenhada em alcançar a vida eterna. O discurso de Jesus aborda dois temas bem diferenciados, o tema do pão da vida (vv. 35-50) – Jesus em quem é preciso crer –, e o tema do pão vivo (vv. 51-58) – Jesus-Eucaristia que é preciso receber –, temas que serão objecto das leituras dos próximos domingos.
27. «A marca», com que o Pai assinalou a Jesus como seu Filho enviado ao mundo, são os milagres, precisamente designados em S. João como «sinais»; mas há quem pense que se alude antes à consagração e missão de Jesus (cf. Jo 10, 36; 17, 18-19); por outro lado, segundo alguns exegetas apoiados na tradição patrística, haveria aqui uma alusão à descida do Espírito Santo sobre Jesus, por ocasião do seu Baptismo no Jordão, e à voz vinda do Céu, como a proclamação solene e autêntica da sua condição de Messias.
31-32. O judaísmo da época, apoiando-se na promessa de Ex 16, 4, esperava que, com a vinda do Messias, se renovariam os prodígios do Êxodo (nesta linha está a tentação de Jesus de Mt 4, 3-4). O texto citado parece ser o do Salm 78, 24 (cf. Ex 16, 14-15; Sab 16, 20). Repare-se na força da argumentação, à maneira rabínica: «não foi Moisés quem vos deu… meu Pai é quem vos …»; aqui o sentido mais profundo das Escrituras obtém-se por um método de actualização (chamado al tiqrey=não leias), que consiste em ler as consoantes do verbo hebraico (ntn) não com as vogais do perfeito (natan=deu), mas com as do presente(noten=dá), de modo a pôr em evidência que o verdadeiro pão do Céu não é algo do passado, «o maná», mas o próprio Jesus («pão da vida», isto é, pão que dá a vida), o qual procede do Pai. Ao longo do A. T., o maná também foi tema de reflexão e de actualização (cf. Dt 8, 3; Ne 9, 20-21; Salm 78, 24-25; 105, 40; Sab 16, 20-21).

Sugestões para a homilia

Deus está em tudo aquilo que nos acontece
E constitui para nós um desafio
Que nos torna homens novos
Deus está em tudo aquilo que nos acontece
Segundo o que ouvimos na primeira leitura, o povo israelita, passados os primeiros dias de entusiasmo pela saída libertadora do Egipto, começava a murmurar desanimado, sonhando com coisas que nunca havia tido nessa terra. A fome faz-lhes recordar a carne que eles nunca comeram… mas que agora sonhavam com ela!
A resposta de Deus a esse bulício não foi a de castigar os israelitas, mas enviar-lhes o maná que constituía um dom e um estímulo para os obrigar a crescer na fé, pois não podiam juntar alimento para o dia seguinte, mas deveriam contentar-se com o pão quotidiano.
O Senhor queria fazer compreender ao seu povo que o homem não vive só de pão, fruto da terra e do seu trabalho, mas do alimento que é fornecido pela Palavra de Deus.
Poderemos colher daqui uma mensagem: descobrir em tudo aquilo que nos acontece a presença de Deus que acompanha com amor cuidadoso a vida e o destino de cada homem e de cada povo.
É natural que também na nossa vida de cristãos tenhamos momentos de desânimo e sintamos muitas «fomes»: fome de pão, de liberdade, de amor, de paz, de fraternidade, de respeito, de estima, de felicidade. Será que pomos a nossa confiança nas nossas forças e nas promessas dos homens, ou acreditamos realmente que todas as nossas «fomes» serão saciadas pela Palavra de Deus? Se partilharmos os nossos bens materiais, espirituais, intelectuais, não ajudaremos a matar a «fome», seja ela qual for, a todos os que dela padecem? Deus não se zanga com os nossos desânimos, está ainda mais próximo de nós, como aconteceu com o povo judeu, pois Deus está em tudo aquilo que nos acontece, o que constitui para nós um grande desafio.
E constitui para nós um desafio
Como aconteceu naquele tempo, segundo o relato do Evangelho, também Jesus não conseguiu fazer compreender o «sinal» da multiplicação dos pães que havia realizado. Aquelas pessoas procuravam-n’O não para aprofundar a sua mensagem ou compreenderem os gestos que realizara, mas apenas para comerem gratuitamente pão em abundância, que lhes seria garantido sem necessidade de trabalho. Ele não concede a Sua graça para favorecer a preguiça. Ele pretende ensinar que o amor e a partilha produzem pão em abundância.
Isto é um desafio para nós ainda hoje. Convida-nos a reconsiderar as razões que nos levam a procurar Cristo e por que recorremos a Deus e à religião. Alimentaremos uma secreta esperança de poder obter alguma graça, algum milagre extraordinário, um favorecimento especial por realizarmos determinadas práticas e devoções que nos livrarão de desgraças, encontrar emprego bem remunerado, superar as provas com brilhantismo? Teremos compreendido o significado do sinal dos pães dado por Jesus?
Acreditar não consiste em estar convencido da existência de Jesus, de que foi um homem sábio, que pregou o amor e nos deixou normas excelentes de vida. Implica a opção de unir a própria vida à d’Ele, no dom de si aos irmãos. O pão de Cristo não perece: quando é recolhido em cestos e conservado, é redistribuído, sempre completo e saboroso, a quem quer que esteja com fome.
Deus continua a dar hoje ao mundo o verdadeiro pão que alimenta e dá a vida à humanidade inteira tornando-nos «homens novos».
Que nos torna homens novos
E Jesus responde ao povo daquele tempo e ainda hoje a nós que aqui nos encontramos: «Eu sou o pão da vida; quem vem a Mim nunca mais terá fome e quem crê em Mim nunca mais terá sede».
Ele é o único pão que nos torna «homem novo» saciando a nossa necessidade de felicidade e de paz, com a Sua Palavra. O pão descido do céu é o seu Evangelho e não o maná do deserto. Não é um texto que se lê e se esvazia de significado, sem compromissos, mas necessita ser assimilado como o pão, que se torna parte componente da pessoa que o come. Jesus não se refere ainda à Eucaristia, mas o pão é Ele próprio, enquanto Palavra de Deus.
Todos os que O assimilam tornam-se homens inteiramente novos.
Quem orienta a sua vida para Cristo poderá estar comprometido com vícios que nada têm a ver com esta realidade?
Pensemos nisto…

LITURGIA EUCARÍSTICA


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS: Santificai, Senhor, estes dons que Vos oferecemos como sacrifício espiritual, e fazei de nós mesmos uma oblação eterna para vossa glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

SANTO

Monição da Comunhão
Que a comunhão do vosso Corpo e Sangue nos fortaleça no empenhamento de acolher o pão da Palavra do Evangelho e a pô-la em prática durante toda a nossa vida terrena.


Sab 16, 20
ANTÍFONA DA COMUNHÃO: Saciastes o vosso povo com o pão dos Anjos, destes-nos, Senhor, o pão do Céu.

Ou
Jo 6, 35
Eu sou o pão da vida, diz o Senhor. Quem vem a Mim nunca mais terá fome, quem crê em Mim nunca mais terá sede.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO: Senhor, que nos renovais com o pão do Céu, protegei-nos sempre com o vosso auxílio, fortalecei-nos todos os dias da nossa vida e tornai-nos dignos da redenção eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


RITOS FINAIS


Monição final

Apoiados na reflexão deste domingo, acolhamos a Palavra como verdadeiro pão do céu que nos torna «homem novo», nos ajuda nos caminhos difíceis desta vida e sacia a nossa fome e sede da verdadeira felicidade que não tem fim.


HOMILIAS FERIAIS

18ª SEMANA TEMPO COMUM

2ª Feira, 6-VIII: O alimento supersubstancial.
Num 11, 4-15 / Mt 14, 13-21
Pegou nos cinco pães e nos dois peixes, ergueu os olhos ao Céu e pronunciou a bênção.
«O milagre da multiplicação dos pães, quando o Senhor disse a bênção, partiu e distribuiu os pães pelos seus discípulos para alimentar a multidão, prefiguram a superabundância deste pão único da sua Eucaristia (cf Ev)» (CIC, 13353)
O povo de Israel queixou-se no deserto por não gostar do alimento (o maná), outra prefigura da Eucaristia. Agradeçamos ao Senhor o «pão-nosso de cada dia»; preparemo-nos para recebê-lo com maior fé e devoção.

3ª Feira, 7-VIII: S. Cura d’Ars: Deus sempre pronto a socorrer-nos.
Num 12, 1-13 / Mt 14, 22-36
Mas (Pedro), ao notar a ventania, teve medo e, começando a afundar-se, lançou um grito: Salva-me, Senhor!
Este episódio exprime a confiança dos amigos do Senhor e que d’Ele esperam socorro e cura (cf Ev). O mesmo aconteceu com Moisés, que falava com Deus frente a frente, e pediu a cura de Maria: «por piedade, Senhor, curai-a» (Leit).
Para caminharmos no meio das dificuldades, precisamos apoiar-nos mais na Eucaristia: «Quanto mais viva for a fé eucarística do povo de Deus tanto mais profunda será a sua participação na vida eclesial» (Sacramentum caritatis, SC, 6). Apoiado na Eucaristia, o Santo Cura d’Ars conseguiu abundantes conversões.

4ª Feira, 8-VIII: Dedicação Basílica Sª Mª Maior: Apoio em Deus e Nª Senhora.
Num 13, 1-2. 25-14, 1. 26-29.34-35 / Mt 15, 21-28
(Jesus): Mulher é grande a tua fé. Terás aquilo que desejas.
Os exploradores, enviados à terra de Canaã (cf Leit) parecem encontrar grandes obstáculos e o povo recusa-se a entrar nela. Pelo contrário, a mulher cananeia (cf Ev), apesar de uma 1ª resposta negativa do Senhor, insiste na cura da filha. Os primeiros foram impedidos por Deus de entrar na terra prometida, e a cananeia conseguiu um milagre. Sejamos perseverantes nos nossos pedidos, apesar das dificuldades.
Hoje é dia da Dedicação da Basílica de Sª Mª Maior, ligada ao agradecimento por um milagre de NªSª e ao cumprimento dos seus desejos.





Celebração e Homilia:          ANTÓNIO E. PORTELA
Nota Exegética:                     GERALDO MORUJÃO
Homilias Feriais:                   NUNO ROMÃO
Sugestão Musical:                 DUARTE NUNO ROCHA