quarta-feira, 20 de maio de 2009

PENSAR POSITIVO É O INÍCIO DA FÉ!


Vivemos hoje em dia em um mundo cada vez mais descrente, desconfiado, negativo mesmo. Como continuar vivendo não por puro e simples sacrifício, mas com um sentido, um porquê para viver?
Creio que é preciso começar por algo que perpassa a todos, o simples, mas importante pensamento positivo nas pequenas coisas. Segundo vários estudiosos da mente humana, quem ordena o nosso modo de pensar (e, desse modo, as nossas decisões da vida) são as nossas crenças. Por elas são filtradas todas as nossas tomadas de posição perante o mundo.
A partir deste argumento, compreendo que quando se começa por acreditar na possibilidade de dar certo alguma coisa que vamos fazer já é meio caminho andado para conseguir tal coisa. Não quero minimizar com isso as dificuldades para consegui-la ou que não devemos nos planejar para enfrentar determinada situação. Apenas quero afirmar que antes de tudo é preciso pensar positivo, acreditar.
Vamos aos exemplos.
1) Se quero sair de casa hoje para conseguir um emprego e não acredito que poderei consegui-lo, já vou mal, pois não estou preparado se caso apareça nesta hora.
2) Caso eu queira passar na prova do vestibular ou do concurso e não acredito que isso será possível, porque me considero fraco demais ou incapaz de conseguir tal feito, eu não conseguirei nem me concentrar para estudar.
3) Uma mulher que se deu mal num relacionamento afetivo com um determinado homem machista quer encontrar o homem certo para ela. Mas ela não acredita que exista mais nenhum homem “que preste” no mundo. Esta, nunca vai dar certo com homem nenhum, pois quando encontrar alguém e sua relação estiver dando certo, ela vai encontrar uma maneira de justificar a sua crença de que “nenhum homem no mundo presta mais”.
Conclusão ou Moral da história: Quem quiser encarar o mundo atual, pós-moderno, cheio de desafios e se dar bem deve começar por ter pensamento positivo, crente ou qualquer nome que se queira dar. Enfim, é preciso acreditar que é possível conseguir e lutar, trabalhar, empenhar-se para que isso se realize.
No mundo de hoje é melhor você pensar positivo, pois já tem muita gente pensando negativo por você.

Pe. Adauto Farias, CM
20/05/09

POR QUE AMO ASSIM MARIA?


Porque Deus a ama.
Porque ela é a Mãe de Jesus, nosso Salvador.
Porque ela nos conduz a Deus.
Porque Deus quis precisar dela como Medianeira de todas as graças.
Porque não se encontra Jesus sem sua mãe Maria.
Porque ela é a Primeira cristã.
Porque ela é discípula fiel.
Porque ela é obediente à Vontade de Deus.
Porque ela percebe os detalhes que faltam, como em Caná da Galiléia.
Porque ela é modelo e imagem da Igreja.
Porque ela me aproximou de minha mãe.
Porque, depois de Deus Uno e Trino, só podemos recorrer a nossa Mãe Maria.
Enfim,... porque em tudo ela somente amou a Deus e ao próximo.

Pe. Adauto Farias, CM (inspirado na Fé da Igreja)

segunda-feira, 18 de maio de 2009

A PÁSCOA DO PAPA JOÃO PAULO II


No sábado da oitava da páscoa de Cristo Ressuscitado, celebrando ainda o Domingo da Ressurreição do senhor, ao anoitecer do dia em Roma, na Itália (21h 47min), e entardecer do dia no Brasil (16h 47min), recebemos o anúncio da notícia do falecimento do nosso querido Santo Padre, o papa João Paulo II.
Diante de sua morte, nós, como Igreja unida, choramos de tristeza e pesar pela sua morte, mas exultamos de alegria pela sua Vida, agora plenificada no encontro face-a-face com o Senhor. Choramos de tristeza e de saudade, como pessoas humanas que somos, pela perda do nosso Guia e Pastor da Igreja, o vigário de Cristo na terra. Choramos de tristeza e piedade por nós mesmos, pela nossa dificuldade, devido à dureza de nossos corações, em escutar e acolher a voz do Bom Deus presente nas palavras e testemunho de vida deste magnânimo homem de Paz. Choramos pelo peso dos nossos próprios pecados que a morte-vida deste santo homem nos faz ver mais claramente.
Entretanto, não somente choramos pela morte, mas alegramo-nos com a vida. Assim como o salmista, “exultamos de alegria no Senhor” (Sl 94, 1) pelo encontro glorioso de nosso querido papa com o Senhor Deus de bondade e com todos os santos e santas, cujos quais alguns deles e delas, o próprio papa testificou a santidade, ao canonizá-los. Exultamos de alegria pelo testemunho de vida e santidade que João Paulo II nos deixou como exemplo a ser seguido. Exultamos de alegria porque sabemos que agora temos mais um intercessor nosso junto a Deus. Exultamos de alegria, enfim, porque cremos nas palavras do Senhor Jesus, ao dizer no Evangelho de João: “Quem me segue não perecerá, mas passará da morte para a vida” (Jo 5, 24).
Desse modo, aqui na terra a Igreja chora e sente a perda de um Santo Homem de Deus e lá nos céus, Deus sorri e festeja a chegada de Homem Santo da Igreja.
Que a morte do papa João Paulo II seja para o mundo descrente um sinal de conversão, e que a sua vida, agora plena junto de Deus, seja para todos os que crêem um sinal de salvação em Cristo Jesus.
Adauto Farias Em 02/04/2005

A ORAÇÃO NO PENSAMENTO DE SÃO VICENTE DE PAULO


São Vicente de Paulo e a Oração

Ouvir falar de oração no pensamento de São Vicente de Paulo não é muito comum para nós. Sempre pensamos nele como o Pai da Caridade. Contudo, a minha pesquisa e reflexão descobriu que São Vicente só conseguiu realizar tudo o que conhecemos (e muito mais) porque estava fundamentado numa rocha firme: Jesus Cristo; e num Deus Misericordioso e Amoroso, o Deus da Vida.
O que aqui escrevo é apenas uma partilha de alguém que estudou e crê na importância deste tema para os dias atuais e principalmente como vicentinos: “enviados para evangelizar os pobres”.[1]

São Vicente: homem e mestre de oração
Para os conhecedores deste santo da Caridade, que é São Vicente de Paulo, diversas são as virtudes e diversos são os adjetivos com os quais podemos identificar este padre que amou profundamente a Igreja e amou profundamente os pobres. Porém, dentre estes adjetivos quero destacar dois: o homem de oração e o mestre da oração que foi São Vicente de Paulo.
Naquilo que me foi possível conhecer sobre o santo, percebi que não continha muita originalidade em seu conteúdo sobre a oração, mas existe, e isso é próprio dele, uma forma bem específica de transmitir os ensinamentos sobre como dialogar com Deus. Suas marcas são a convicção e a devoção, ou melhor, a fé e a piedade sincera naquilo que transmitia ao povo. Ele somente pregava o Evangelho, porque antes acreditava piamente nele como Palavra de Deus e expressa a vontade de d’Ele. São Vicente é considerado mestre de oração porque muito ensinou sobre esta prática, mas não só por isso, muito mais porque ensinava e animava os humildes – que, segundo o Evangelho, são os preferidos de Deus – e, ensinava-lhes com uma linguagem acessível aos mesmos, assim como fez Jesus ao expressar sua doutrina aos apóstolos em forma de parábolas.

Oração segundo São Vicente
A oração como compreendia São Vicente e muitos outros teólogos de sua época, e até hoje é assim compreendida, é “um colóquio da alma com Deus, uma mútua comunicação em que Deus diz à alma o que quer que ela saiba e faça e em que a alma pede a Deus o que Ele lhe faz conhecer que deve pedir”[2] Atualizando as palavras, a oração é diálogo interpessoal com Deus, aonde a pessoa ouve a Deus e lhe comunica sobre como fazer a vontade de Deus em sua vida. A oração pode ser feita por meio de palavras, sendo assim chamada vocal, ou de forma mental, sendo a meditação (uma reflexão de algum texto espiritual à luz de Deus) e a contemplação (“passividade” e acolhimento diante da revelação divina).
A oração é, para São Vicente, algo fundamental na vida missionária, a ponto de o mesmo afirmar que “não se deve esperar nada de quem não dialoga com Deus” e ainda “dai-me um homem de oração e ele será capaz de tudo”[3]. Ela é, então, uma relação de amor que dá sustento e conforto à vida do missionário. Ela tem ainda um caráter de autoconhecimento, de “conhecer bem nossas inclinações”[4] e de auxílio na perseverança vocacional, “se perseveramos em nossa vocação, é graças à oração”[5]. Por estas razões e por outras razões que é a oração fundamental, segundo São Vicente, para a vida do missionário servidor dos pobres. Como falar de Deus se não estivermos unidos a Deus? Como realizar na terra o mesmo ofício de Nosso Senhor, se não estivermos conformados a Ele? É ao buscar seguir os mesmos passos de Jesus, Evangelizador e Servidos dos pobres, que conseguiremos ter força para realizar a missão a que cada um de nós é chamado, e em especial, como vicentinos.

O método da oração de São Vicente de Paulo
Em busca da melhor realização da prática da oração, São Vicente formulou um método simples para tratar com Nosso Senhor, e o ensinou às irmãs, irmãos e aos padres. O método consiste em três simples passos: 1) Preparação para pôr-se na presença de Deus; 2) Escolha de um tema e meditação deste para se chegar atitudes práticas (oração propriamente dita); 3) Agradecimento a Deus pelas luzes dadas por Deus na oração. No primeiro ponto é preciso preparar-se para o encontro com Deus, que está “no Santíssimo Sacramento, no céu, em todas as partes e no coração”[6], colocando-se diante d’Ele com confiança e humildade. Para o segundo ponto, é necessário especificar um tema e dispor-se a rezá-lo visando uma resolução concreta de tentar vivenciar uma virtude ou evitar um vício. Já o terceiro, é uma espécie de ação de graças pela iluminação recebida de Deus na oração.
O método é simples porque, segundo São Vicente, Deus é simples e, fundamentado no evangelho, sua palavra é destinada aos simples e humildes.[7]
Com relação ao método ainda, vale destacar que a forma como São Vicente o transmite às irmãs, é diferente da forma que orienta aos padres. Enquanto para estes ele solicita menos razão e mais coração – certamente porque em sua época (séc. XVII), na França, o racionalismo estava no auge com Descartes e devido à formação filosófico-racional dos padres, para as irmãs ele se utiliza de uma linguagem mais simples e pormenorizada – isso devido a grande maioria das moças (da época) , futuras Filhas da Caridade, serem oriundas do campo.
Enfim, posso afirmar que a oração foi de fundamental importância para São Vicente, em sua experiência do Cristo, Evangelizador e Servidor dos pobres e, continua a ser para os atuais missionários e missionárias que visam doar a sua vida a causa dos pobres, em meio a uma realidade complexa de capitalismo selvagem, de individualismo e consumismo, mas também de muita esperança porque foram, de acordo com a história, nos tempos de mais crises e tribulações que o Espírito de Deus revelou os maiores e as maiores santos(as) e profetas. Oxalá Deus envie sua luz para que surjam pessoas verdadeiramente comprometidas com a causa do Reino de Amor, Justiça e Liberdade para todos. Deus conta com cada um de nós! Que sejamos mensageiros da Esperança!

Adauto Farias
Seminário Interno Interprovincial
07/12/04
[1] Cf. Lc 4, 18.
[2] SV. Conferência sobre a oração de 31 de maio de 1648 in Conferências às Filhas da Caridade. p.275.
[3] SV ES. XI, 778.
[4] Idem. XI, 527-528.
[5] Idem. XI, 285.
[6] Idem, IX, 1118-1120.
[7] Lc 10, 21.

CARTA DE MARIA SANTÍSSIMA


"Que a graça e a paz de Jesus Cristo estejam com vocês".

Caríssimo Povo de Deus, da Comunidade Nossa Senhora das Graças, é com grande alegria no coração que escrevo-lhes para falar-lhes um pouco de Maria, a Nossa Senhora.
Apesar da saudade, que é muito grande, estou bem e a cada dia buscando melhor me preparar para servir com amor ao Deus da Vida, servindo a Seu Povo, especialmente aos mais necessitados.
Antes de mais nada quero dizer-lhes do grande carinho que tenho por esta Comunidade, que em tão pouco tempo aprendi a amar e a guardar no coração as belas lembranças vivenciadas com vocês quando aí juntos estávamos. Quero, então, em algumas linhas, falar-lhes sobre Maria, neste dia de sua coroação, o que nos dois últimos anos vinha fazendo estando presente fisicamente aí com vocês, agora faço, mas com a presença espiritual.

Os Evangelistas pouco falam sobre a pessoa de Maria. Deles, o que mais cita é Lucas, nos primeiros capítulos de seu Evangelho. Do pouco que Lucas narra, destacarei nesta reflexão apenas a resposta de Maria a Deus, quando soube que seria a Mãe Daquele que viria a ser o Salvador da humanidade, Nosso Senhor Jesus Cristo.
No versículo trinta e oito do primeiro capítulo do Evangelho de Lucas temos umas das mais belas expressões de fé de toda a Palavra de Deus. Maria, ao dizer: "Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra", coloca-se numa atitude de profunda entrega total a Deus. Isso quer dizer que ela doa todo o seu ser para que Deus realize nela a sua graça e manifeste em seu corpo, alma e espírito o seu grande Amor por todos nós. É como se uma criança que ama muito a sua Mãe se jogasse de um muro alto, acreditando confiantemente que a sua Mãe vai lhe segurar.
Com certeza, para que Maria chegasse a pronunciar tais palavras era preciso que o Espírito Santo já estivesse com ela. Era preciso uma fé firme na promessa divina proclamada pela boca do arcanjo Gabriel. Era preciso uma grande e simples humildade, de quem reconhece as suas próprias limitações de ser humano e de quem acredita que somente Deus é quem sabe o que é melhor para a nossa vida.
Deste simples gesto de Maria, brota já o Serviço Missionário para com o próximo, quer dizer, para com Deus que se revela na pessoa do necessitado. Pois, logo após Maria declarar a sua fé, ela vai à casa de sua prima Isabel, que está grávida de seis meses, prestes a dar à luz ao profeta da conversão dos pecados e da vida nova, João Batista. Ela, Maria, vai, então, proclamar o seu canto do Magnificat, onde destaca que Deus está do lado dos mais fracos e oprimidos da sociedade e contra todos os opressores e aqueles que não permitem o desenvolvimento da vida. Depois, Maria vai continuar a acompanhar fielmente o seu Filho, Jesus de Nazaré, durante todo o seu sofrimento até a morte na Cruz. E ainda permanecerá junto aos discípulos na fundação da Igreja, sendo o apoio materno nas horas mais difíceis.
Esta é, meus queridos e muito amados irmãos e irmãs, a Nossa querida Mãe da Igreja e de cada um de nós em particular. Aquela a quem temos uma linda devoção, a quem chamamos carinhosamente de Nossa Senhora e de quem devemos aprender muito.
Sigamos os passos de Nosso Senhor Jesus Cristo, aprendendo cotidianamente na Escola de sua mãe Maria e bebendo de seu exemplo de cristã de fé confiante, de humildade, de entrega total e de serviço missionário.
Hoje, somos nós quem devemos dar continuidade a Missão de Nosso Senhor Jesus Cristo de fazer brotar o Reino de Deus na terra. Somos nós, os responsáveis direto por tudo aquilo que ouvimos e acreditamos. Somos nós, os cristãos, os verdadeiros construtores da Paz e do Amor de Deus no Mundo.
Que o Senhor da Vida, Trindade Comunidade-Perfeita, abençoe a nós em nossa busca de seguí-lo fielmente, mesmo sabendo que só Ele é totalmente fiel e que Maria, a humilde serva do Senhor, nossa querida mãezinha Maria Santíssima, nossa intercessora junto ao Pai, cubra-nos com o seu manto sagrado. Amém! Salve Maria!

Fraternalmente, o Companheiro e Amigo de vocês, Adauto Farias. Em 24/05/04.